O sinal tocou fazendo com que os alunos saíssem das salas como se fossem prisioneiros, inclusive Richie Tozier que foi em direção a grande mesa na grande cantina
E aí, galera! — Gritou mesmo estando perto de seus amigos, seus melhores amigos; Bill, Beverly, Mike, Stan, Ben e Eddie que por algum motivo, provavelmente uma doença, tinha faltado. Quando Eddie pegava um simples resfriado sua Mãe, Sonia, que era superprotetora não deixava seus pés, mesmo com chinelos e meias, encontrarem a grama.
Richie se sentou ao lado de Ben que observava as longas mechas ruivas de Beverly quando ela não estava olhando.
— Cadê o meu Eds... Eddie? — Perguntou se corrigindo, mesmo que não ligasse de chamar Eddie assim.
— Ele deve estar em casa doente, sabe como é. — Disse Beverly mordendo sua maçã tão vermelha quanto as bochechas de Ben quando os olhares deles se cruzaram em um curto período de segundo.
— Sei. — Rich apresentou um semblante meio cabisbaixo.
— Para de viadagem, Tozier! — Gritou Stan.
— Vem chupar meu...
— Bip-Bip, Richie! — gritaram todos e assim que Mike apertou o nariz para falar todos apertaram.
Riram tanto que a barriga começou a doer, bom, menos a de Rich já que não achara graça.
— Que tal ir-irmos pro Bar-Barrens mais tar-tarde? — Bill cuspia as palavras como se estivesse em desespero.
— Fala direito, Bill!
— Cala a boca, Ri-richie.
— Gagueja meu nome que meto meu p...
— Caramba! — Interrompeu Stan.
Bill só o lançou o dedo do meio e mordeu seu sanduíche caseiro.
— Acho uma ótima ideia! Quem topa? — A ruiva se manisfestou.
Todos concordaram.
— Quem vai avisar o Eddie?— Ben disse debaixo do Moletom.
— Eu vou!
— Você? A mãe dele te odeia, Richie.
— Isso foi só porque a chamei de velha gorda, fui sincero.
— Acho que não é só por isso. — Disse Mike insinuando alguma coisa que foi deixada para trás.
—Além do mais, se eu não for quem vai apertar as bochechas do Eds e o dizer o quão fofo ele é?
— Veado. — Sussurrou Stan.
— Eu te mostro o veado. — Richie apontou para suas calças.
Stan apenas sorriu com satisfação.
— Boa sorte, boca de lixo. — Disse Beverly.
O sinal tocou dessa vez indicando que não só o intervalo havia acabado como o dia de aula também. Richie colocou sua mochila verde-musgo surrada nas costas e sentou em sua bicicleta que ganhara de Natal no ano passado e foi em direção da casa dos Kaspbraks que não era muito longe.
Ele estava cara-a-cara com a porta da frente e ao bater na porta rezou para que quem a atendesse fosse Eddie.
Os passos pesados estavam chegando perto e Richie chegou a conclusão que fora um sinal de Deus o avisando que não estava sendo um bom menino. Sonia abriu a porta com um doce sorriso porém quando percebeu de quem se tratava fechou a cara com desprezo.
— Você não é uma boa influência para meu ursinho! — Ela fechou a porta na cara de Tozier que já estava irritado.
Ele gritou:
— Só pensei que seu ursinho gostaria de saber a matéria de hoje! Sua gorda infeliz. — A última frase saiu em sussuro.
Sonia abriu a porta de novo e por um segundo Rich observou os anéis em seus dedos e pensou que explodirião.
— Seja rápido.
O garoto correu sobre a escada e seus grandes óculos pretos quase caíram, se tivessem caído precisariam de outra fita adesiva. Perto da porta de Eddie o ajustou sobre o nariz e bateu para entrar:
— Olá, ursinho! — Tentou imitar a voz de Sonia, algo que o cativava mesmo não sabendo imitar vozes muito bem.
— Não, mãe, não quero sopa. — A voz do pequeno Kaspbrak soava sem vida através da porta.
— Que pena. — Rich entrou imitando a larga cintura de Sonia e seus longos passos.
— O que está fazendo aqui? — Eddie arregalou seus olhos castanhos e sentou-se na cama.
— Para sua mãe estou te passando a matéria, para você estou te chamando pra vir para o Barrens comigo e com os outros.
— Não posso, minha mãe nunca deixaria.
— Foge.
— Como?
— Diz que vai pra casa do Bill — Bill Denbrough era o único amigo do ursinho de Sonia que a mesma aceitava — Noite de estudos.
— Talvez.
— Por favor, Eds!
— Não me chame de Eds! Você sabe que eu odeio.
— Você ama. Você me ama.
Eddie revirou os olhos.
— Por favô, sinhô! — Disse Richie imitando a voz do menino negro. Um clássico.
— Só se você não fumar... E não me chamar de Eds.
— Claro, tudo pro meu Eds.
— Bip-bip, Richie.
— Daqui a pouco venho te buscar ou podemos ficar só nós dois...
— Sai daqui, boca de lixo.
Richie estava andando em direção a porta.
— No mesmo horario?
— Yep.
