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2 Dias depois •

Estava saindo da sala de aula, quando o professor me chama.

— Maria, você pode ficar, por favor?
— Ah, tá - Digo meio receosa.

Me despedi das meninas e do João e voltei até a mesa dele. Era o meu professor de História, o mesmo que tinha me passado o telefone dele.

— Pode falar - Digo.
— Tá tudo bem? Percebi você meio distraída hoje.
— É, eu não tô muito bem não, mas não se preocupa, não vai interferir em nada.
— O que aconteceu? - Ele passa a mão sob a minha - Eu não sou só seu professor, posso ser seu amigo também.
— Não foi nada - Puxo minha mão.
— Maria - Ele se levanta - Você pode confiar em mim, eu gosto muito de você, afinal é uma das minhas melhores alunas - Se aproxima de mim, na verdade, ele se aproxima demais - Você é linda e não merece ficar triste pelo que quer que esteja te afetando.
— Eu já disse, não é nada de mais.
— Se não quer falar porque estamos aqui, nós podemos ir pra outro lugar, tirar essa imagem de professor que você tem na cabeça, pra me ver com outros olhos.
— Eu preciso ir.
— Mas...

Não deixei ele falar mais nada e sai correndo da sala. Os corredores já estavam vazios e eu segui pra saída. Meu coração estava apertado e eu só queria chegar em casa e chorar, que na verdade era tudo o que eu fazia nesses dois dias. Senti as lágrimas escorrerem pelo meu rosto e eu tentava limpar, mais quanto mais fazia isso, mais elas desciam. Quando cheguei no portão da escola, ele estava lá.
Léo estava encostado no carro dele e olhava fixamente pro celular, mas talvez viu meus movimentos, pois assim que parei, ele me encarou. Eu não sabia o que fazer, se ia até ele ou se o ignorava e na verdade, o certo seria ignorar. Mas eu não consegui.

— O que foi? - Disse assim que eu me aproximei e coloquei o rosto no peito dele.
— Nada - Disse baixinho.
— Como nada Maria? Você tá chorando mano, olha pra mim - Ergue meu rosto.
— Não foi nada Léo - Tento engolir o choro.
— A gente precisa conversar.
— Não precisa não.
— Precisa sim, mas não vamos fazer isso agora - Me abraça - Posso te levar embora?
— Pode - Suspiro fundo.

•••

Nós fomos o caminho todo em silêncio, o único barulho que tinha era o som que saía de mim toda vez eu eu tentava engolir o choro.

— Tá bom - Para o carro em frente a minha casa - Me fala o que tá acontecendo.
— Não foi nada Léo, sério.
— Maria, eu...
— Te conheço - Falamos juntos e rimos.

Ele se virou de frente pra mim e usou a manga do moletom pra secar meu rosto. Ele se aproximou e tentou me beijar, mais eu desviei.

— O que foi?
— Eu não acho uma boa.
— Maria, você simplesmente foi embora, não me falou nada, você não sabe como eu fiquei.
— Eu sei sim - Digo - Knust, CT, DoisP e o Krawk me encheram de mensagens, falando que você não queria nem ir no encerramento do evento.
— Não tinha vontade de fazer nada, você leu aquela carta? Porque era impossível ler aquilo e não se sentir um completo babaca.
— Você não é babaca... Quer dizer, um pouco, mas não sei - Suspiro - Tava desgastando demais.
— Eu sei, mas eu mudo Maria, faço qualquer coisa.
— Inclusive me deixar viajar?
— Não, isso eu... Maria, não dá mano, são dois meses.
— Então acho que nós não temos mais nada o que conversar.
— Nós podemos sair hoje a noite? Eu já viajo essa madrugada e nós temos que conversar.
— Nós estamos conversando.
— Por favor, vamos no BK, dar uma volta no parque - Pega na minha mão.
— Eu já tomei minha decisão Léo.
— E eu entendi, mas por favor, vamos acabar isso numa boa, não concordo, mas eu vou aceitar. Por favor, só essa noite, a última noite.
— Preciso ver com os meus pais, eles estão meio resistentes com relação a você, já que eu voltei do nada.
— Imaginei isso, mas dá uma desculpa, a gente precisa dessa noite juntos.
— Tudo bem.

𝙨𝙚𝙪𝙨 𝙨𝙞𝙣𝙖𝙞𝙨 🥀• leozin mcOnde histórias criam vida. Descubra agora