.capítulo único.

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E lá estava eu, sentada sobre um rocha, onde as ondas quebravam - Algumas vezes, respingos de água me atingiam mas não era algo que ligasse naquele momento.

A brisa fresca que vinha do Mar era ótima, fazendo meus cabelos voarem conforme o vento acertava meu corpo.

Ouvi um soar de uma voz doce, distante de meus olhos porém não de minha audição.

Me levantei, com cuidado, andei em direção à voz feminina suave que vinha de algum lugar.

Foi então que eu te achei.

Sentada sobre uma outra rocha, pouco distante de onde eu estava.

Suas mãos faziam movimentos leves, fazendo a água dançar com sua doce cantoria.

A sua música doce me chamava atenção; Me lembro de estar quieta em meu canto te observando, mas tentando me aproximar. Foi nisso que eu escorreguei em limo e você me salvou.

Eu te agradeço mesmo, porque eu poderia ter morrido por um ato bobo.

Confesso que havia ficado assustada quando percebi que ao invés de pernas, eu vi uma calda.

Eu acreditava em sereias quando mais nova, porém quando se cresce, você percebe que são apenas bobagens infantis - Era o quê eu achava, até te encontrar.

Você havia feito o possível para que eu não ficasse assustada ou saísse correndo; Admito que achei uma graça ver sua expressão doce tentando me acalmar.

Você havia me dito que tinha vindo para provar o amor.

Ah, o amor... É algo complicado, você não pode explicá-lo, apenas senti-lo.

Seu pai não acreditava no amor, mas você acreditava nesse sentimento puro e queria mostrá-lo que poderia existir sim.

Me recordo de que você ficou por uma semana. E a cada dia que passava, eu me apaixonava por você.

Eu sabia que não deveria me apegar à você, porque tu iria embora - Porém eu preferia apenas esquecer isso e aproveitar sua presença comigo.

Um dia nos conhecemos, no outro rimos, nós brincamos, nos beijamos, nos cuidamos, nos tocamos e por fim, nos despedimos.

No seu sexto dia na superfície foi um dos melhores momentos que passamos juntas; Você estava feliz e animada, você tinha ganhado pernas. Porém também, foi a noite em que descobrimos o real significado da palavra amor.

Até hoje não entendo a forma como você me cativou tão pura, sincera e inexplicável.

Eu amo essa sensação, eu a amo.

Porém quando você me disse que sabia o que era o amor, eu soube que era hora de você partir.

Me lembro como se fosse ontem, em um entardecer de Sábado, na mesma praia onde nos encontramos e onde nos vimos pela última vez.

Você selou meus lábios com os seus, por uma última vez e me disse:

"Obrigada por me fazer sentir o amor.

Inicialmente eu pensei que poderia ser algo explicado em palavras, mas percebi que não era bem assim. (riu sozinha)

Eu gostaria de permanecer aqui, ao seu lado, mas foi algo que eu prometi. (sorriu triste)

Eu a amo, Yoohyeon. Irei sentir saudades do seu cuidado, seus toques e beijos.

Irei partir porém nunca irei te esquecer, meu primeiro e único amor."

Foi então que percebi que, porra, eu não queria que você fosse embora.

Mas você foi.

Com seu sorriso adorável nos lábios, acenou para mim e partiu para aquela imensidão azul.

Eu me inundei em lágrimas solitárias.

Te ver ir embora foi uma dor na qual eu ainda não superei, nunca irei me esquecer de você.

Eu também a amo, Handong. E espero que você saiba disso, mesmo que eu não tenha te dito.

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