10/05/2019 - Revolta

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Se estão a ler isto é porque já admiti que não estou bem. O meu psicológico anda tão atribulado que já nem sei quando começou, mas se calhar é melhor falar sobre o início, pelos menos o início da minha suposta "depressão".
Eu tinha 5 anos quando a minha vida "perfeita" acabou. Não foi pelo facto da minha mãe estar grávida de um pequeno ser chamado Joana, o nome que eu escolhi para a minha irmã, mas sim porque vi e ouvi a pior coisa que jamais poderia ter acontecido. Não me recordo ao certo como acontecera, apenas recordo-me de ver os meus pais discutirem demasiado alto que acabou com a minha mãe deitada na cama com o meu pai por cima dela a espancar-lhe, dizendo-me que a ia matar. Desde aí que fiquei com um "ódio" assim chamando à cor de laranja, pois era a cor da parede que estava atrás deles. Irónico não é? Desde que descobri o wattpad que se tornou na minha aplicação preferida é a sua cor de imagem é a cor que mais odeio, é a cor que mais me dá revolta e me lembra o meu passado. Nesse dia, não só ganhei ódio pela cor como também ganhei pelo meu pai.
Os tempos foram passando e o meu pai já não estava a viver na mesma casa que nos as três, eu, a minha mãe e a minha irmã. Sempre fomos nós as três contra o mundo e apesar de fazer fitas porque não gostava de ouvir o choro daquela criança, eu amo-a com tudo o que tenho.
Entrei na primária nesse ano e não tive o melhor começo. Estive até ao primeiro período na escola primária de rio de mouro, a escola que não sei o nome mas que situa-se na Rua Vasco da Gama em rio de Mouro, e foi aí que descobri o meu problema, a revolta. Eu não queria NADA ir para a escola e isso viu-se quando me recusei a ir para a sala, mesmo quando a minha mãe ou a minha tia me vieram buscar para ir para a sala e  não conseguiram. Tiveram de chamar 5 funcionárias para me levarem mas eu dei luta. Esperneei e bati-lhes para elas me largarem, no entanto não resultou, levaram-me para a sala de aula, onde estavam os meus colegas e os seus pais. Desde esse dia que me tornei numa pessoa agressiva mas nem toda a gente via isso.
A Escola Sem Nome, como lhe chamo, situa-se em Rio de Mouro como referi em cima, o que não mencionei é que na altura, morava em São Marcos. Porque é que fui para lá se tinha primárias cá, perguntam vocês? Há uma boa explicação que eu só me apercebi anos depois. A minha mãe colocou-me nessa escola porque não sabia se íamos perder a casa devido a separação dos meus pais por isso matriculou-se na mesma escola onde a minha prima estudava, a filha do meu padrinho, o meu encarregado de educação nesse ano letivo.
No 2.º ano mudei de escola, mudei de concelho, mudei de ares. Fui para a primária Manuel Beça Múrias em Oeiras onde fiquei até ao 4.º ano. Fiquei na turma da minha outra prima e lá arranjei amigos para a vida! Essa mudança também foi devido à casa de São Marcos, caso perdesse a casa tinha a casa dos meus avós ou então da minha tia Célia para nos acolherem.
Ao longo da minha primária aconteceram vários episódios com o senhor a que, já chamei de "pai" com todo o orgulho imaginável. Episódios esses e, que ele aparecia à porta da minha casa, nos fins de semana, com guardas para me levarem, mais a minha irmã, para passarmos o fim de semana com ele, o que estava estipulado no tribunal, mas simplesmente não conseguia olhar para ele e não sentir nojo e medo.
Lembro-me desses tempos como se fosse ontem, do medo que sentia quando tocava à campainha e via que era ele, começava a chorar só de pensar que ele me podia fazer mal. Eu tinha medo do meu pai e raiva, e foi assim que tudo começou.

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⏰ Última atualização: May 09, 2019 ⏰

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