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POINT OF VIEW LEOZIN

— Oi pai... Para de gritar... Não... Eu tô na Carol... Não pai... Eu não vou embora... Fica calmo... Pai, eu não sei do Leonardo, nós terminamos... Eu não sei... Não pai... Você não pode me proibir de sair... Não pai, são minhas amigas... Eu vou viajar sim... Não vou... Então vamos ver.

Ela desliga a chamada e a expressão dela vai de nervosa pra triste em instantes e logo começa a chorar.

— O que foi? - Abraço ela.
— Ele não quer que eu saia, falou que vai ser só dá escola pra casa e que eu posso esquecer a minha viagem.
— Ele não pode fazer isso com você.
— Na verdade pode - Suspira - Ele é meu pai.
— É culpa minha.
— É mesmo - Diz - Mas agora já foi, a merda tá feita.
— Eu vou falar com ele.
— Tá louco? - Me olha - Se você chegar perto dele, ele te mata.
— Mas...
— Deixa Léo, eu me resolvo com ele - Se afasta - Melhor eu ir.
— Quer que eu te leve? Pelo menos até na esquina.
— Eu não vou pra casa, vou ficar na Carol até amanhã.
— Ele te expulsou?
— Lógico que não - Ri - Só não acho uma boa voltar pra casa agora.
— Então fica aqui, fica comigo.
— Melhor não - Abre a porta - Nós dois juntos é muito complicado.
— Mas...

Ela saiu do quarto e não me deixou falar nada. Sai atrás dela e descemos as escadas até chegar na sala.

— Aí estão vocês - Minha mãe diz - Tá tudo bem?
— Tá sim - Maria diz - Eu preciso ir gente.
— Já? - Ela pergunta - Eu fiz os salgadinhos que você gosta, já estão prontos - Me olha - O que você fez com ela Leonardo?
— Eu...
— Ele não fez nada - Maria me interrompe - Tá tudo bem.
— Então fica pelo menos pra comer.
— Minhas amigas estão me esperando.
— Então chama elas aqui, suas amigas são uns amores.
— A Suzy tá junto? - Krawk pergunta.
— Tá - Maria diz rindo.
— Fala que eu busco ela - Diz - Quer dizer, elas.
— Elas estão ali na Carol.
— Então, eu vou lá - Levanta - Bora lá Thiago.

Os dois saíram e a Maria ficou encarando a porta, ela não teve escolha a não ser ficar com a gente.

— Vou arrumar a mesa lá de fora - Minha mãe diz - Vamos fazer um lanche bacana.
— Tá bom - Digo - Nós já vamos lá.

Ela concorda e sai da cozinha. Maria caminhou até o sofá e se sentou, então eu fui até lá e deitei a cabeça no colo dela.

— Não Léo, sai - Ela pede.
— Para de ser assim - Pego a mão dela e coloco na minha cabeça - Faz carinho.
— Léo...
— Não tô te pedindo pra ficar comigo, tô pedindo carinho.

Ela suspirou fundo e então começou a fazer carinho no meu cabelo. Fiquei encarando enquanto ela disfarçava que estava olhando a televisão, mas não conseguia esconder o riso.

— Para Leonardo.
— Não tô fazendo nada - Digo.
— Tá me olhando, sabe que eu não gosto.
— Tô nem aí - Ri.
— Babaca - Mostra língua.
— Já falei, quem mostra pede sexo.
— Desculpa atrapalhar - Minha mãe diz - Tava falando com a sua tia, Léo.
— Tá tudo bem lá?
— Aham - Sorri - Mais a sua prima, a Dudinha vai ficar um tempo com a gente.
— Sério?
— Aham - Sorri.
— Caramba, que legal - Sento - O nome dela é Maria Eduarda também - Digo pra Maria.
— Legal - Diz meio seca.
— Eu vou terminar de arrumar as coisas - Minha mãe diz voltando pra cozinha.
— O que foi? Tá com ciúme da minha prima?
— Eu não - Diz - Nós nem temos nada, lembra?
— Temos sim - Vou pra cima dela fazendo com que ela deitasse.
— Sai de cima de mim, cê tá gordo.
— Tô nem aí - Beijo o pescoço dela.
— Léo, para - Diz baixinho.
— E se eu não quiser? - Olho nos olhos dela.
— Eu vou...
— Você vai fazer o que? - Me aproximo mais.
— Chegamos - Krawk abre a porta - Eita, acho que atrapalhamos alguma coisa.
— Não atrapalharam nada - Maria me empurra e se levanta.

•••

Depois que comemos, minha mãe subiu e as meninas resolveram ir embora, então nós fomos levá-las.

— Posso te perguntar uma coisa? - Seguro na mão dela pra que ela parasse de andar.
— Pergunta - Encara todo mundo andando na nossa frente.
— Como foi a sua aula de história?
— Aula vaga - Diz rindo - O professor teve uma emergência familiar e teve que viajar.
— Que bom - Sorri.
— O que você fez?
— Ninguém mexe no que é meu.
— Eu não sou sua.
— É sim, só não se deu conta disso ainda.
— Idiota - Me abraça - Mas obrigada, de verdade.
— Eu disse que ia te proteger - Beijo a cabeça dela e junto mais nossos corpos - Não importa o que aconteça, eu sempre vou cuidar de você.
— Você sabe que não precisa fazer isso, nós não temos nada.
— Nós sempre vamos ter alguma coisa Maria, olha pra gente, abraçados aqui no meio da calçada - Ri - Casais que terminam mesmo, não ficam desse jeito.
— Nós somos amigos - Se solta e volta a andar.
— Espera - Seguro pelo braço - Você tem certeza de que acabou pra nós?

A encarei e ela ficou sem graça. Olhou pro chão, então suspirou e me olhou.

— Tenho.

𝙨𝙚𝙪𝙨 𝙨𝙞𝙣𝙖𝙞𝙨 🥀• leozin mcOnde histórias criam vida. Descubra agora