Rain

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Os grossos tecidos pingavam suas gotículas no chão de meu apartamento, enquanto a água escorria por ambos os corpos devido a chuva que nos castigara naquela manhã, traçando uma trilha molhado pela sala repleta de porta retratos amarelos. Aos tropeços, andávamos sobre o piso de madeira como se estivéssemos descobrindo o cômodo pela primeira vez.

As mãos firmes agarravam minha cintura, e sua boca não deixava a minha por um segundo que fosse, faminta e necessitada. O corpo colava-se ao meu enquanto odiávamos cada peça de roupa molhada em ambos os corpos.

Queira que me consumisse, invadisse-me e tornasse-me apenas seu.

Meus dedos entrelaçados em seus fios lilases, completamente ensopados, enquanto enquanto nossas bocas não se separavam de forma alguma por conta dele, que mordiscava meu lábio inferior e amava-me como deveria. Cada toque fazia com que eu derretesse assim como a água que escorria por meu corpo e a chuva forte que castigava a cidade.

O gosto de seus lábios me tornaria dependente dele, eu sabia, principalmente pelo o modo que seus dedos passaram a deslizar por minhas costas: devagar, amáveis e cuidadosos.

E de fato, Shinso era amável e enlouquecia-me por completo. Apesar do semblante fechado e rude, tudo em si era suave; o toque de suas mãos, até mesmo o toque de sua boca e principalmente as palavras ditas mais cedo.

Meus dedos deslizaram pelos brincos em sua orelha — já que eram os meus favoritos —, e logo em seguida passei a brincar com o piercing que havia em seu lábio inferior, sugando-o. Com o ato, ele grunhiu contra meus lábios e o aperto de sua destra em minha cintura intensificou-se.

De repente Shinso afastou-se, e um gemido involuntário em protesto escapara de minha garganta. Felizmente fora apenas um engano de minha parte, pois ele não estava necessariamente se afastando de mim.

Em seguida, seus dedos seguraram minhas coxas de modo firme, colocando-me em seu colo, e, por conta do meu subconsciente,encaixei-me em si, suspirando surpreso devido a ação repentina. Minhas pernas entrelaçaram em seus quadris com segurança, como se de fato estivesse com medo de escorrer por seus dedos.

Os olhos lilases me encaravam a procura de alguma objeção pelo ato, porém não havia; eu estava completamente perdido e envolvido, necessitado e faminto. Eu o queria.

A boca inchada e vermelha devido aos beijos a minha frente, fazia-me ansiar por mais daquilo. Os fios molhados jogados para trás e algumas gotículas escorrendo por sua pele fascinava-me. A face iluminada pela pouca luz que o céu nublado da manhã irradiava, atravessando a única janela da sala, destacando a beleza daquele rosto.

E como era lindo.

A pele pálida reluzia assim como os metais ali presentes devido a pouca luminosidade da janela. Suas orbes pareciam querer consumir cada parte de mim, fazendo com que me perdesse em sua imensidão lilás. A maneira como seus olhos me encaravam fazia-me desejar ele por inteiro.

E então assim o fiz, o tomei para mim novamente enquanto os trovões tremiam os céus.

O gosto daqueles lábios ficaria em minha memória para sempre e desta vez eu faria de tudo para nunca esquecê-los. A língua entrelaçava-se com a minha, fazendo com que os ruídos do ato me deixassem desnorteado, assim como os apertos firmes em minhas coxas. Não demorou para que ele passasse a mover-se.

Passos lentos e receosos tomaram o piso de madeira novamente enquanto Shinso tentava orientar-se sem nenhuma coordenação sequer, porém ele paralisou assim que minhas unhas curtas deslizaram para dentro do moletom pintado em amarelo — que havia dado a ele na noite passada —, arrastando-as por sua pele, e então o primeiro gemido sôfrego escapou de seus lábios naquela manhã.

MadnessWhere stories live. Discover now