written in the stars • SAHYO

13.the palace and the hut

Era difícil deixar a toca.

Enquanto Dahyun terminava de se vestir no banheiro, Jihyo ficou na porta, olhando ao redor da sala vazia pelo que seria provavelmente a última vez. Ela sabia que Sana e Dahyun estavam certos: não era mais seguro ou prático viver ali, mas ela iria sentir falta. Essas paredes tinham testemunhado a época mais feliz de sua vida. Aqui foi onde seus bebês tinham nascido. Ela contemplou o poema esculpido na pedra em volta no topo das paredes e lágrimas brotaram em seus olhos.

Dahyun estava murmurando e xingando. Ela escancarou a porta do banheiro, puxando sua túnica.

- Esse povo consegue construir uma nave espacial que dobra o espaço e o tempo, mas não conseguem fazer uma túnica que sirva nos seios - Ela examinou a face de Jihyo. - Ei, você está bem?

- Sim - Jihyo mentiu e limpou as lágrimas de seus olhos. - Eu... Eu só irei sentir falta desse lugar, só isso.

Dahyun afagou seu ombro. - Você e Sana serão felizes não importa onde vivam.

Jihyo forçou um sorriso amarelo. - Você está certa. Vamos.

Ela pisou fora do quarto e se virou para ver enquanto Dahyun fechava a porta atrás dela, roubando um último olhar. Jade estava esperando por elas do lado de fora e conduziu-as pelos corredores e na subida pela escada até a superfície, mas ao invés da plataforma do metrô, elas estavam em um grande pátio aberto. Ainda estava escuro, as estrelas como lascas de gelo no céu frio e limpo. O vento chicoteou pelas pedras de pavimento e Jihyo estremeceu apesar das camadas de roupa que Sana colocou nela antes de levar a última mala. Elas viraram a esquina e Jihyo viu o veículo delas pela primeira vez. Era um vagão parecido com uma caixa em cima de duas rodas e os eixos da frente eram puxados por...

- Aqueles são drones? - Jihyo arfou para os homens que estavam segurando o cabo no eixo duplo à sua frente. Apoios pendiam dos eixos assim o vagão continuaria reto quando parado.

Sana e Momo estavam ajudando a levantar as caixas até a área de carga no topo do vagão. Sana avistou sua companheira e abriu a porta para ela. Jihyo parou por um momento, porque parecia errado usar pessoas como cavalos.

- Entre, Jihyo, estamos deixando o calor sair. - Jihyo se rendeu. Sana ofereceu sua mão e ela a tomou, subindo para o interior luxuoso, forrado com pano azul escuro. Um braseiro pendurado no teto, aquecia a cabine. Ao redor havia plataformas acolchoadas para sentar. Jihyo sentou, colocando seu pé embaixo dela. No lado oposto, Chaeyoung já estava sentada perto de Mina, que deslizou de seu assento e se ajoelhou na frente de Jihyo.

- Mina, pare. - Jihyo implorou enquanto ela pressionava a barra da túnica dela em sua testa.

Ela a olhou com olhos cheios de adoração.

- Sim, Mina, pare. - Chaeyoung disse, sua voz fria. Jihyo lhe deu um olhar de desculpas e Chaeyoung tentou mandar um sorriso de volta, mas seu rosto estava branco e tenso. Os bebês engatinharam até ela, olhando para fora da janela. Soojin agarrou uma das cortinas e olhou para cima, obviamente considerando se valia a pena as escalar. Jihyo a pegou e a sentou em seu colo, mantendo seus olhos longe de Mina. Ela podia sentir seu olhar e isso a fez corar em desconforto.

Sana entrou no vagão, seguido por Dahyun e Momo. O vagão começou a avançar com uma pequena sacudida. Jihyo tentou não pensar sobre o que o estava puxando. Sana tirou Jihyo do assento e a colocou em seu colo, abaixando-se para aconchegar seu rosto no cabelo dela. Soojin escalou sua mãe e ficou em seu ombro, agarrando seu cabelo para equilibrar-se, e colocou uma de suas mãos no rosto de sua outra mãe. Sana ronronou e Soojin se aconchegou no pescoço dela com seu próprio ronronar estridente.

Jihyo olhou para fora da janela curiosamente. Elas passaram por uma fileira de pequenas construções, com estruturas circulares, mas essas sobressaíram porque eram idênticas em tamanho e aparência. Pequenas, limpas e bem arrumadas, cada uma tinha um pequeno canteiro de flores na frente.