Estava em minha casa a preparar-me, a vestir o meu vestido, a maquilhar. Só pensava como ia ser, diversão sem fim, a música alta, os meus amigos a dançar. De repente o telemóvel toca, era a Alexandra. "Amiga, já estas pronta? Adivinha quem vai?" "Quem?", perguntei eu entusiasmada, "O Guilherme, vi no Instagram". "Oh, Meu, Deus! Não acredito! Com quem vai?", "Não sei, mas despacha-te, em cinco minutos estamos aí". O Guilherme é um rapaz lindo. Eu só pensava que tinha de estar perfeita para aquela noite, não podia perder a oportunidade de estar com ele! Cinco minutos se passaram e eles chegaram a minha casa, porém só passados quinze é que saí. Eles passaram-se, mas eles conhecem-me.
Chegamos à discoteca, já uns cinquenta estavam por lá, procurei logo pelo Guilherme, mas ele ainda não tinha chegado. Fomos para o camarote, foram cinquenta euros por todos ao qual tínhamos direito a duas litrosas e duas garrafas de vodka. Esta noite ia prometer, pensava eu. Já ia eu no quarto como de vodka e o Guilherme chegou, porém, acompanhado de mão dada com uma gata linda, a gaja mais nojenta da nossa escola, a Joana. Entristeci logo no momento, os meus sonhos tinham ido água a baixo, já não ia passar a noite com ele por causa daquela puta. Porém, depois destes pensamentos vi quem vinha com ele, o rapaz mais giro que tinha visto na vida, louro com olhos azuis, cara de minino com barba bem feita. Os meus olhos colaram nele até ao momento em que ele se apercebeu e eu tive de disfarçar. Ele estava sozinho e começou a fazer-me olhares, ao qual eu tímida como sempre fingi não ver, até que, de repente está ele ao meu lado. "Como te chamas?". "Maria", respondi eu super envergonhada. "Que lindo nome, não precisas de estar envergonhada, eu chamo-me Pedro". "Prazer Pedro". A conversa foi desenrolando, ele contou me que estudava direito numa escola perto da minha e que era dos melhores alunos, mas então porque viria ele ter comigo? Eu burra como sou! Feia cheia de acne. Das piores alunas da minha escola. Parecia um sonho, sentia-me tão feliz. Dançamos a noite inteira, beijamos a noite inteira, tocamo-nos a noite inteira, abraçamo-nos a noite inteira, bebemos a noite inteira, rimo-nos a noite inteira.
Até que ficou tarde, era hora de ir e ele fez me um convite, "Queres que te leve a casa?". Eu, com um grande brilho no olhar, cheia de sono, disse que sim. Mesmo super feliz, eu sabia que tinha de ir para casa descansar e que depois no dia a seguir estava com ele novamente. Entro no carro branco dele, bem visto, confortável e muito bonito por dentro. Ele era um amor de pessoa, deu-me um beijo e elogiou-me enquanto me acariciava, "És a rapariga mais bonita com que já estive". Discordando aproveitei e disse-lhe o mesmo, mas ainda me sentia supertímida. Disse-lhe a minha morada e ele disse que conhecia, sabia como chegar lá rápido. Mesmo sendo rápido adormeci no caminho, algo que a quantidade de álcool no sangue influenciou.
Acordei repentinamente deitada numa cama, uma cama que não era a minha, pois eu sabia que não tinha aberto a minha porta. Enquanto zonza procuro o meu telemóvel, o Pedro entra pela porta. Sorri de maneira tão feliz, mas essa felicidade logo caiu quando eu caí em mim e percebi que o que eu queria era estar em minha casa, não na dele. Ele chega-se ao pé de mim e diz, "Vamos fazer amor até amanhecer", ao qual eu lhe respondo de imediato, "Não quero! Eu sou virgem e quero que a minha primeira vez seja com alguém muito especial". Ele tentou tanto dar a volta até que eu me passei e disse, "Pedro leva-me já para casa! Tu disseste que me levavas até lá!", "Ok, ok vamos lá.".
Do nada sinto a agarrar-me com imensa força, vira-me de cu para o ar e ata-me os braços com uma corda, eu disparo aos berros e ele ata um pano a volta da minha cabeça entrando pela boca. "Eu faço o que quero, eu sou o especial!" Chorei como nunca tinha chorado, não podia fazer absolutamente nada, só queria que aquilo termina-se. Rasgou-me o vestido e de seguida puxou as cuecas, com imensa brutalidade sem cuidado nenhum. Pontapeava-me para que eu me mantesse queta. Chamava-me nomes, insultava-me. Do nada sinto algo quente, algo que nunca tinha sentido perto do meu corpo, era o pénis dele. Era nojento e horrível, como é possível tanta rapariga gostar de pénis? É algo horrível e desagradável! Nunca tinha visto um, ainda por cima tão perto de mim. Eu bem tentava espreitar para perceber o que ele ia tentar fazer, mas ele espancava-me com toda a força que tinha. Eu já não tinha forças para absolutamente nada. Do nada um silêncio enorme, ate que eu berro silenciosamente com a tentativa falhada de ele espetar o pénis dele dentro de mim. Senti tanta dor! À segunda perfura-me de uma maneira como mil ferros a perfurar-me. Ao longo que ele se movia para a frente e para trás enquanto me espancava eu sentia mil limas a rasparem por dentro de mim enquanto me rasgava a pele toda. Só sentia o sangue da pele rasgada a descer de dentro de mim, que nojento, como é que ele sentia prazer? Eu só sentia tristeza e arrependimento, nunca quis tanto morrer num só momento, só queria que aquele pesadelo acabasse e eu acordasse em casa sem nada se ter passado. "Ai que bom, acabei a primeira rodada", acaba de dizer isto e dá-me um beijo na bochecha seguido de uma chapada e de um murro, desnecessário. "Estás pronta para segunda então?" Eu só supliquei com a cabeça dizendo que não enquanto chorava baba e ranho. Até que o pesadelo voltou a acontecer, a mesma dor, o mesmo sentimento. Algo a entrar dentro do seu corpo violentamente sem a sua permissão. Eu já só sangrava, a cama dele passara a ser vermelha. Como não sentia nojo nenhum? Como era possível ter prazer? Como existem pessoas assim?
Foi a noite que senti mais dor tanto física como emocional. Nunca me senti tão inferiorizada e usada. Não tive possibilidade de fazer nada, mas se o senhor juiz acha que ele está inocente quem sou eu para dizer o contrário? Irei pagar o que devo por difamação e amarei este filho que virá de uma tristeza como esta para uma felicidade que lhe irei oferecer.
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O dia em que fui violada
Historical FictionEsta é uma pequena história fictícia de uma rapariga chamada Maria em que, depois de uma saída com os amigos na discoteca, encontrou-se numa cama desconhecida.