[...] demonstrando todo o seu apoio. [...]
No outro dia, pela manhã, Raphael apareceu feito um furacão no hospital. Bateu na porta do quarto antes de entrar. Michelle estava sentada ao lado da cama lendo uma revista. Natasha abriu os olhos e o viu parado na porta:
- Raphael – Falou baixo abrindo um sorrisinho.
- Ai garota – Se aproximou em passos largos da cama – Se você queria se livrar do seu minicooper bastava ter me dado ele, e não amassado todo, sabe o quanto eu adorava aquele seu carro.
- Você sabe que eu me prendo aos bens materiais, aquele foi o único jeito de rejeita-lo – Soltou uma leve risadinha.
- Você me deu o maior susto sabia? – Segurou a mão dela e beijou – Por um momento pensei que fosse perder minha melhor amiga.
- Você nunca vai se livrar de mim
- Amém – A abraçou.
- Eu vou aproveitar que você chegou Raph e vou ate a lanchonete, estou morta de fome, quer alguma coisa? – A loira se levantou da cadeira.
- Não, obrigado Mich – Olhou para ela agradecendo.
- Ok! Eu já volto – Saiu do quarto.
Raphael tomou a cadeira ao lado:
- Como se sente hoje?
- Bem
- Eu sinto muito não ter vindo ontem, mas não estava na cidade, fui resolver um problema para o meu pai e meu celular estava sem sinal – Apoiou a cabeça na beirada da cama ficando cara a cara com ela – Mas assim que eu voltei recebi as trezentas mensagens de todo mundo sobre você e vim direto para cá.
- Não se preocupe Raph. Ontem veio tanta gente para me ver que eu já não aguentava mais piscar e ouvir as conversas.
- Há! Há! Eu imagino. E por falar nisso como está sua garganta?
- Bem melhor, dói só um pouquinho quando falo, mas já não incomoda tanto quanto ontem.
- Isso é muito bom – Ele respirou fundo – E cadê seu belo galã? Eu pensei que depois que você acordou ele montaria acampamento aqui, antes disso ele praticamente fez isso.
- Há! Há! Ele queria ficar, mas eu o convenci a ir para o trabalho, ficou muito tempo longe por minha causa.
- Uma boa causa. Você é a mulher da vida dele, acha mesmo que ele tinha cabeça para tocar aquela revista?
- Hunf! Eu sei que não, e isso me dói bastante saber que eu fui à causa de todo esse sofrimento.
- Não se martirize, depois de tudo o que aconteceu é ate compreensivo a reação dele – Continuou com o rosto sobre a cama e continuou a falar – Todos estavam ficando preocupados com ele.
- Por quê? – Enrijeceu as sobrancelhas.
- Ele não ia mais para a revista, vinha apenas para o hospital e ficava ate a hora de alguém chegar para o turno da noite. Durante essas semanas Mary e eu nos tornamos amigos e ela me contava o que estava acontecendo com John... Ele não comia quase nada, estava o tempo todo triste, de cara fechada, nunca sorria, e seu semblante era de cansaço, como se há varias noites ele não tivesse dormido.
- Oh! Meu Deus... Eu não sabia de tudo isso – Nat respirou fundo tentando conter suas lágrimas.
- O cara estava vivendo um verdadeiro inferno, fora que ele era igual a uma bomba relógio, de vez em quando ele ficava agressivo, respondia com grosseria, eu sei que ele ficou pior depois da parada cardíaca que você teve... Ele estava do seu lado quando aconteceu.
- Eu me lembro disso... – Olhou para o teto recordando.
- Lembra? Mas como? – Ergueu a cabeça para olha-la melhor.
- Não sei bem, mas lembro de receber os choques e de abrir os olhos por um instante, tinha uma luz muito forte em cima de mim e varias pessoas ao meu redor falando sem parar, e então voltei para o coma.
- Minha nossa Nat, isso é... É incrível e assustador ao mesmo tempo.
- Você não faz ideia
- Mas o melhor é esquecer tudo isso, agora que você está de volta as coisas com John vão finalmente voltar aos eixos.
- Eu espero, John não sabe lidar com a perda e mostra isso se tornando agressivo e impulsivo. – Natasha ficou muda por uns segundos quando um assunto passou por sua cabeça, era doloroso para ela pensar nisso, mas tinha um lado da história que queria saber – Raphael...
- O que?
- O meu bebê... Eu... Ele...
- Eu sei meu bem, e eu sinto muito – Pegou a mão dela entre as suas e beijou.
- Foi horrível acordar e sentir como se algo estivesse faltando em você – Mordeu o canto do lábio – E o John? Como ele reagiu?
- Da pior maneira, ele recebeu a noticia da morte do filho que nem sabia que existia e que estava vivo
- Ah...
- Ele ficou arrasado, ninguém conseguia consola-lo, chorou por horas. Ninguém além de nós sabia sobre sua gravidez, foi à doutora que veio contar e pode imaginar como todos ficaram chocados.
- Eu queria tanto esse bebê – As lágrimas salpicaram de seus olhos – Eu queria contar ao John sobre ele, queria ver nosso filho nos braços dele... Mas tiraram isso de mim.
- Eu entendo, eu juro que entendo, mas não chore querida, isso não vai te fazer bem - Passou a mão sobre o cabelo dela.
- Eu não consigo, era uma vida inocente
- Tudo na vida tem um por que, e veja por outro lado essa situação, você poderia estar muito pior, mas a doutora disse que você ainda poderá ter filhos.
- Mas nenhum substituirá esse
- Eu não disse que ia, mas podem viver por ele, um filho jamais pode ser substituído, mesmo que ele nunca tenha chegado ao mundo, mas ele viveu em você por um tempo.
- Pouco tempo, somente dois meses
- Tempo suficiente para se apegar a ele, e senti-lo
- Sim – Passou à costa da mão em seu rosto limpando-o.
- Tudo vai ficar bem, vocês terão outra chance
- Eu espero – Engoliu o choro e soltou o ar pela boca. Raphael lhe ofereceu um sorriso e um beijo na testa. Ele olhou para o lado e viu a revista que Michelle estava lendo quando ele entrou, era a Premium, a do mês de fevereiro. A foto da Natasha estava estampada na capa.
- Garota você não tem ideia de como está gata nessas fotos – Ele se acomodou na cadeira e começou a folhear.
- Ah nem me diz.
- Se você soubesse o sucesso tremendo que fez, e ainda faz. Taylor corria feito louco pela agência atendendo telefonemas e em reuniões com estilistas, fotógrafos, jornalistas. Todos queriam você.
- Sério?
- Sim. Você ficou muito famosa, os sites só tinham elogios para você, dizendo que sua beleza exótica encantava ate o mais puritano dos homens, que o molde em que foi feito seu corpo foi descartado porque era único e perfeito.
- Há! Há! Há! Minha nossa
- Todos estavam pirando. Ate o pobre do John, recebia os elogios dizendo que ele era um sortudo por ter uma mulher como você, enfim, disseram tudo aquilo que você já está acostumada a ouvir.
- Há! Há! Raph.
- O que? É verdade, você é linda e sempre recebeu os melhores e mais ousados elogios – Folheou ate a ultima pagina – A Lucy ficou uma fera com sua fama, sua revista vendeu o dobro de todas as dela.
- O que? Verdade?
- Ela estava roendo o próprio cotovelo porque você é modelo iniciante, nunca desfilou nem estampou nenhuma capa de revista e na sua primeira vez acarretou esse sucesso todo. Sam disse que a revista nunca lucrou tanto como nesse mês. Você foi à galinha dos ovos de ouro.
- Meu Deus, eu não sabia que estava tudo isso.
- Jeremy aparecia constantemente nos sites e na televisão e falava muito bem de você, foi taxada como a preferida dele.
- Há! Há! Há!
- Ele e o Thomas vieram duas vezes aqui para ver você.
- E como está o Thomas?
- Muito bem, e super feliz com o novo pai
- Que bom, fico feliz em ouvir isso – Abriu um largo sorriso.
- Aos poucos tudo está melhorando – Ele piscou.
Na hora do almoço as duas batidas na porta fizeram Natasha desviar os olhos da TV para ver quem era. John colocou a cabeça dentro do quarto e tinha um lindo sorriso estampado no rosto:
- Oi minha linda
- Meu amor – Ela devolveu o sorriso.
- Eu vim ver você – Ele fechou a porta e se aproximou dela mantendo os dois braços atrás do corpo – Como se sente?
- Bem, melhor agora com você
- Hmm! Então acho que vim melhorar ainda mais seu dia – Ele mexeu o braço trazendo- o para frente junto de um buque de rosas brancas.
- Oh Meu Deus John – Abriu a boca. Sua cama estava reclinada, mas ela quis sentar direito e assim fez – Elas são lindas. – Cheirou as flores – Minhas preferidas – Ele deixou o buque sobre o colo dela.
- Eu sei
- Obrigada amor, eu adorei – Tocou o rosto dele e lhe deu um selinho.
- De nada. Eu só queria agradar você – Sentou ao seu lado.
- Conseguiu, sabe o quanto eu adoro flores. – Ficou brincando com a pétala de uma das rosas. – Eu acho que o jardim da sua casa ficará lindo com um campo com rosas brancas e outro colorido.
Ele arregalou os olhos quando a escutou dizendo aquilo. Havia dito enquanto ela estava em coma. Como podia saber disso?
- Como você sabe disso?
- Eu te escutava... Escutei tudo o que me disse, cada palavra – Apalpou seu rosto – John você estava respirando por mim.
- Você... – Continuou olhando para ela estupefato – Minha linda... – Seus olhos lacrimejaram, ele ficou de pé e deitou ao lado dela abraçando-a.
- Eu adorava quando me contava sobre os sonhos, eu sentia como se tivéssemos vivido aquilo de verdade. Eu me sentia viva – Fechou os olhos fazendo carinho no rosto dele com a ponta dos dedos – Sempre que me pedia para voltar eu fazia um grande esforço para acordar, mas não conseguia, meu corpo não me obedecia, era como se algo pesado me impedisse de abrir os olhos.
- Shh não vamos mais falar disso, acabou. Isso ficou para trás. – Beijou sua bochecha – E se realmente escutou tudo sabe que aquela casa é nossa.
Sorriu deslizando a ponta do seu nariz sobre o dele:
- Então quer dizer que você tem um barco – Mostrou um sorrisinho de lado.
- Essa parte você não deveria ter escutado, tinha que ser surpresa
- Bom eu não vi barco e nem sei como ele é, de qualquer forma será uma surpresa.
- Escutar a conversa dos outros é falta de educação – Riu baixinho.
- Você estava conversando comigo e não com outra pessoa – Respondeu.
- Há! Há! Há! E mesmo dormindo você ainda é uma boa ouvinte.
- Fazer o que?! – Soltou uma risadinha. Fez carinho em seu queixo sentindo os pelos pinicando seus dedos – Resolveu deixar a barba crescer?
- Hmm? Oh! Esses dias eu não me importei em tira-la. Você gostaria que eu deixasse ela crescer?
- Eu gosto de tudo em você – Ergueu a cabeça para olha-lo nos olhos – Você fica lindo com ou sem barba.
John encheu os pulmões de ar, podia sentir que todo seu corpo estava leve e de volta aos eixos, obedecendo-o como sempre deveria ter feito. Ele tocou o rosto dela:
- Como eu senti falta desses olhos, dessa boca, da sua voz, tudo.
- Tudo o que eu queria era tocar você, e agora estou aqui. Para você meu amor.
- E eu para você minha linda... Para sempre – Aproximou sua boca a dela e a beijou apaixonadamente.Continua...
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Simply, I love you
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