capítulo 1 (prólogo)

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Eu sempre fui muito pra frente, sempre fui avançada

Quando eu tinha 7 anos eu entendi que não era tratada pela minha mãe da "maneira certa"

Não tinha amor, não tinha carinho, não tinha cuidado e muito menos atenção.

Talvez eu tivesse percebido antes, mas como eu era muito pequena eu não lembro, se era diferente, a mesma coisa ou até pior.

Eu lembro deu indo pedir pão de ontem na padaria todos os dias bem cedinho, e não era só para mim comer não, era para ela também.

Se eu vinha com pão doce, recheado ou com alguma coisa mais gostosa, ela que ficava e eu comia o básico ou oque ela não queria

Isso eu só tinha 7 anos tá.

Já limpava casa, ia sozinha para a escola, porque nunca que ela ia querer fica o dia todo comigo em casa, então tinha que ir pra escola todos os dias e sozinha.

Mais ela não era a pior mãe do mundo eu acredito que tenha piores, pelo menos eu tinha "casa e comida"

Apesar das surras frequente, eu tinha um teto para morar e era oque importava

Por mais que eu entendesse bastante coisa, ainda tinha coisa muito além para entender.

Com 10 anos era somente eu pra tudo, eu ainda tinha casa e comida, mas se antes era o básico tinha virado o básico do básico

Se ela comprasse 10 bolacha eu podia comer 3 e olhe lá, se comprasse mistura as vezes eu podia comer, mais a maioria das vezes ela não deixava não

Eu tinha que comer ovo ou arroz e feijão puro, e era eu que fazia comida, colocava no prato pra ela e tudo

Shampoo, condicionador, creme de cabelo e creme de corpo ela tinha tudo do bom e do melhor, mais eu não podia nem se quer mexer se ela percebesse que eu mexi eu apanhava e muito

Ela comprava os mais baratinhos para mim e quando comprava era 1 kit básico a cada 2 ou 3 meses

Quando tinha alguém vendo ou quando algum namorado ou amigos falava alguma coisa, ela era até outra mãe mais só na frente deles

Quando eles virava as costas acabava a mãezona, já aproveitei esse momentos, e doía muito quando eles acabava.

Mais eu com 10 anos já mostrava meu lado ruim, entrava no jogo e quando acabava aquela encenação

E ela virava a cara para mim, já não doía mas, eu já não ligava mais, não me importava mais.

Eu era uma criança boa, eu não desobedecia fazia tudo que ela queria, não reclamava, não dava trabalho, e era uma boa aluna.

Nunca entendi e acho que nunca vou entender o motivo dela não gostar de mim.

Afinal o papel de mãe, e amar e cuidar né?

Com 11 anos eu comecei a levar, busca e cuidar de um criança de 5 anos, a Luiza.

E com essa mesma idade eu conheci a dona Carmem

Ela era vizinha da Luiza, e foi a melhor coisa que me aconteceu foi conhecê-la

Eu estava a ponto de estourar não aguentava mais a minha mãe, não aguentava mais apanhar atoa, não aguentava mais a escola, não aguentava mais ser boazinha e só me ferrar

Mas a dona Carmem me mostrou outro lado do mundo, um lado que tinha carinho, amor, cuidado e atenção

Era só isso que eu precisava, para não me tornar um pessoa 100% sem coração uma pessoa fria, porque se não hoje eu garanto que eu seria bem pior.

Luanna Onde histórias criam vida. Descubra agora