Capítulo 8

137 22 4
                                    

Eu consegui alcançar o equilíbrio, consegui me dedicar a todos os afazeres e ainda tirar tempo para me divertir com meus amigos, consegui me concentrar e ter foco e o mais importante consegui a aprovação que tanto esperava de meu avô, com o passar dos dias eu vi que não precisava ter feito tanto caso, ainda me sentia com medo e inseguro, no entanto comecei a notar que aquilo uma hora ou outra aconteceria e aquelas duas coisas eram essenciais para um rei...

- O medo não é falta de coragem meu menino – ouvia atentamente meu avô falar – o medo te impede de fazer coisas estupidas e te alerta caso sua autoconfiança te sufoque.

- Mas...

- Eu não terminei – ele me bateu com sua bengala – nunca pense que você conseguirá fazer tudo sozinho, você precisa de ótimos aliados, uma parceira que sempre ira te apoiar e amigos que nunca te trairão.

Eu concordei com cada palavra que ele disse e guardei na memoria cada conselho apesar de saber quem sempre me ajudava e quem era minha parceira, meu avô estava mais acessível e me ajudando com as coisas desde quando minha vó puxou a orelha dele, ele se desculpou e disse que sempre que eu quisesse poderia lhe fazer perguntas ou dizer meus sentimentos, aquilo me confortou e aqueceu meu coração, só de saber que ele estava ao meu lado e se esforçando para ser acessível tirou um peso que antes me preocupava.

Ele conversar comigo as vezes me fez ficar mais próximo da figura que eu tanto admirava e também me fez parar de correr atrás o tempo todo da aprovação dele, e ouvir de sua boca "você sempre teve a minha aprovação" foi algo que me fez quase chorar.

(...)

Eu quase não tive tempo de conversar com Annye ou explicar o que aconteceu naquele dia, já faziam quase duas semanas que não nos víamos e não nos falávamos, ouvi relatos de alguns que trabalhavam conosco que ela estava atarefada demais e que talvez não voltasse mais para o palácio de Nera, ouvir aquilo me desesperou porem como um futuro rei eu deveria avaliar os fatos antes de ficar louco, poderia ser um teste e eu não sabia.

Por mais que eu tentasse entrar em contato com ela por telefone não deu certo, sempre dava que o telefone da mesma estava fora de área e se eu fosse paranoico eu acharia que ela estava tentando me evitar, porém eu entendia que assim como eu ela tinha seus deveres como princesa sucessora e devia estar ao lado de seu pai representando seu reinado.

Naquela tarde de quinta eu deveria treinar meu discurso na frente de meu avô, mas como ele estava ocupado demais com os ministros do reino acabei treinando com minha avó, ela era firme e queria o melhor, endireitou minha postura, me deu avisos sobre minha dicção, corrigiu erros de linguagem ou ortográficos, ela esperava o melhor e queria o melhor, eu não podia reclamar de certa forma era até bom para mim.

Depois de treinar pelo menos três vezes ela me levou para cozinha e me parabenizou fazendo o que mais amava, seus bolinhos caseiros e deliciosos, enquanto comíamos ela me encheu de perguntas muitas delas relacionadas ao meus sentimentos por Lee Annye, eu fui paciente com a curiosidade de minha avó e respondi todas, algumas das perguntas me fizeram pensar bem nos meus sentimentos e em como tudo ficaria, dizer algumas coisas em voz alta foi bom até para mim mesmo, me fez ter convicção.

A conclusão que cheguei? Ela não era somente minha amiga há muito, muito tempo.

A Realeza | BTSOnde histórias criam vida. Descubra agora