Único

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— Pode ir até o vestiário, tem uma pia e dá para você limpar isso. — o segurança gentilmente me explicou.

Um dos torcedores do Corinthians havia jogado um copo de bebida na direção dos jornalistas e como eu sou bastante sortuda me atingiu, a camisa do SporTV que era branca agora estava com uma enorme mancha vermelha. Segui até o vestiário nos 15 minutos do primeiro tempo e como me disseram que estava vazio seria mais fácil e rápido ainda, desci perdidamente encantada com toda a estrutura e achei a bendita pia. Retirei meus equipamentos corporais e comecei a jogar água na camisa branca afim de retirar a mancha enorme que estava ali.

Estava se esvaindo aos pouquinhos até que um barulho de gritos e depois um estrondo me fez saltar de susto, coloquei a cabeça para fora da porta ouvindo alguém xingar em outro idioma.

— ¡Hijo de puta, carajo!

— Não foi uma entrada faltosa, eu não... — saí do local indo em direção a voz irritada.

Eu não sabia o que dizer ao ver Gustavo Cuéllar, volante do Flamengo irritado e xingando dentro daquele vestiário. Se ele estava ali no meio de um jogo importante rolando só poderia significar expulsão. Ele estava sem a camisa do time e assim que me viu arqueou a sobrancelha, eu não sabia se deveria dizer algo, mas não consegui controlar a língua.

— Você foi expulso? — perguntei no ato.

Ele me encarou nos olhos e em seguida os desceu até a minha blusa com o emblema da emissora, balançou a cabeça negativamente e xingou algo que não consegui traduzir na hora.

— O que você faz aqui? — perguntou ignorando totalmente o que eu disse.

— Eu precisei lavar a minha camisa e o segurança me liberou para vir aqui já que não tinha ninguém. — eu disse, apontando a mancha na camisa.

— Você foi expulso? — refiz a pergunta.

— Está gravando isso? — perguntou desconfiado e eu neguei mostrando que estava sem nada.

— Eu fui, mas por erro de arbitragem. — ele explicou.

— Ahn... você sempre fica bravo assim? Fiquei assustada... — confessei.

— Sim, porque não fiz nada. O Daronco se precipitou e caiu na pilhe do Fagner e eu fui expulso... — ele dizia.

— Pilha. — respondi rindo.

— Oi? — perguntou franzindo o cenho.

— Se diz "pilha" — eu expliquei e pude ver um sorriso nos lábios dele.

Ficamos nos encarando alguns segundos e eu nunca tinha reparado o quanto o ruivo era bonito, faz mais ou menos dois anos que eu o entrevistei na saída de um dos jogos em Belo Horizonte e não havia percebido sua beleza. E para completar ele estava sem camisa exibindo claramente o abdômen perfeito, cada traço, cada veia e...

— Toma. — ele me ofereceu uma toalha.

— É que tá meio transparente a sua camiseta... — ele coçou a nuca desviando o olhar.

— Desculpa — respondi envergonhada. — Eu já tenho que ir, sinto muito que tenha sido expulso.

Ele sorriu de lado e assim que eu passei por ele senti seu braço forte encostar no meu, sua mão segurou levemente meu pulso me fazendo virar para ele de novo.

— Qual o seu nome, jornalista? — perguntou, me olhando nos olhos.

— Ra-Rayssa Sales. — gaguejei, era muita intensidade no olhar.

— É um prazer te conhecer, Rayssa Sales. — ele disse baixinho.

Seu sotaque derretia na boca e aquela mistura de português e espanhol me fascinava, o tom da sua voz era capaz de molhar a minha calcinha e eu precisava sair dali antes que aquilo acontecesse. Me desvencilhei cuidadosamente do seu toque e saí porta a fora respirando fundo todo ar que havia nos meus pulmões, assim que cheguei no corredor procurei meus equipamentos e meu microfone e não o encontrei.

— Droga! — sussurrei.

Voltei para o vestiário ouvindo o barulho do chuveiro ligado e imaginei que Cuéllar já estava no banho, me abaixei para pegar minhas coisas do chão e sua voz penetrou os meus ouvidos.

— Ainda bem que esqueceu.

Virei-me vendo metade do seu corpo coberto pela cortina do pequeno espaço e da cintura pra cima exposto e molhado, pigarreei e levantei explicando que já estava indo e que não queria incomoda-lo.

— A sua camisa ainda está suja, acho que posso te ajudar. — ele disse.

Eu precisava raciocinar ou faria besteira, mas quando senti as mãos do colombiano desabotoarem minha calça jeans eu perdi os sentidos, ele era direto e um pouco bruto e aquilo era muito excitante pra mim. Minhas peças foram jogadas longe e quando eu percebi lá estava eu debaixo do chuveiro com o volante do Flamengo em pleno jogo, sua boca foi de encontro a minha e o beijo desesperado surgiu.

Eu nunca havia imaginado como Cuéllar era gostoso, seu beijo me dava vontade de fazer muito mais e enquanto a água caía sobre nós eu sentia seus toques pelo meu corpo, sua boca passeando em meu pescoço e rosto e minha pele queimando sob seus dedos. Era muita provocação, muito olhar cheio de fogo e muito prazer envolvido.

Seus dedos brincaram o bastante lá embaixo até finalmente ele estar dentro de mim, eu arranhava suas costas e mordia o seu ombro tentando não gritar a cada estocada. E assim foram inúmeras posições cabíveis com direito a sussurros em espanhol e gemidos bem baixinhos, quando chegamos ao ápice ele sorriu e me olhou nos olhos.

— Sempre preferi o SporTV mesmo. — ele disse me fazendo gargalhar.

— Pra mim você foi o craque da partida, jogou demais. — eu disse mordendo seu lábio.

  {...}

Saí do vestiário com o cabelo molhado e um casaco do time dado pelo Cuéllar, o jogo estava nos acréscimos e o Flamengo ganhava de três a um a partida. Entrevistei Rodrigo Caio e Diego no fim da partida, perguntei o que acharam da expulsão do camisa 8 e eles descordaram da atitude do árbitro. Assim que minha equipe saiu do Maracanã pude ver o ruivo dentro do seu carro manobrando para sair, ele me encarou e sorriu com o celular nas mãos e logo em seguida o meu apitou.

"@gustavocuellaroficial começou a seguir você"

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Eu espero que tenham gostado! O primeirode vários contos que iremos postar por aqui

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Eu espero que tenham gostado! O primeirode vários contos que iremos postar por aqui. Falem tudinho, sempre que possível estaremos olhando. Um beijão!

Maju

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