O dia estava colorido e ensolarado, eu gostava de pensar que seria bom sair um pouco, mas estava errado, como tantas outras vezes. Sorri minimamente ao deparar na mulher baixa que ocupava o balanço na varanda da casa, o livro gran
de e aparentemente pesado ocupava seu colo, minha mãe parecia digerir todas as informações contidas em imagens naquele livro. Quando percebeu que eu tinha finalmente saído de casa, ainda de olhos fechados, ela ergueu o braço entregando o cartão com um endereço e telefone de uma clínica psiquiatra.
- Olha, só vou ir hoje, se acontecer de um desses médicos incompetentes falar algo como "é só frescura" como da última vez, juro que não volto lá. - Mesmo falando sério eu sorri novamente. Ela se arrumou no balanço e fechou o livro me chamando para perto, eu obedeci e me abaixei perto dela.
- Eu sei disso, por isso disse os acontecimentos a secretária, espero que não ocorra novamente. - Falou fazendo um carinho em meus cabelos agora pretos. Ela era meu maior motivo, minha maior conquista.
- Quero fizer que sou grato por tudo que a senhora está fazendo.
- É, eu estou consciente disso meu querido.
Seu rosto se tornou sereno e eu a vi cair no sono devagar. Assim que ouvi sua respiração pesada voltei para dentro e peguei as chaves do meu carro. Fui para fora e abri o portão pequeno que dividia minha casa da rua, as poucas grades eram decoradas por ramos de flores e folhas, que deciam belamente até o chão. Entrei no carro paciente, liguei a chave de ignição e sem antes olhar uma última vez a senhora Park eu dei partida, andando cada vez mais rápido até chegar ao endereço.
Ao chegar no local me vi de frente a um prédio todo branco, era coberto por uma camada de uma cor mais rasa, um rosa pastel em algumas partes. Subi o olhar para a placa que dizia o nome e o que aquilo era. Suspirei e entrei logo. Passei pela recepcionista que autorizou minha entrada, eu bati e abri a porta do consultório.
Até hoje acho melhor nunca ter aberto aquela porta, além disso, nunca ter sequer vindo até aquele lugar. Encontrei os olhos da cor do meu, um pequeno brinco na orelha direita e um sorriso tão bonito que me almadicoei por acha-lo dessa forma. Fechei a porta atrás de mim e logo depois sentei na cadeira na frente dele.
- Olá senhor Park, espero que goste do seu tempo aqui.
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Médico Imprevisível
FanfictionPensei que seriam dias comuns onde eu visitava um psicólogo a mando de minha mãe, mas estava tão errado... Agora sei que era melhor me recuperar da depressão em casa.