Capítulo 13: Hey, Davi, o que tinha nessa água?

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— Minha boca tem todo esse poder, é? - Digo divertido terminando de arrumar seu cabelo quando volto a olhar pra ele que continua com o olhar diferente.

— Eu não tô brincando! - Ele se mantém sério.

— Faz uma semana só, Jungkook. - Digo com o mesmo tom de voz.

— Não sabia que tinha um tempo certo pra essas coisas acontecerem. - Ele desvia um pouco seu olhar e eu percebo que pela primeira vez ele ficou envergonhado comigo.

— Não tem... - Respondo rápido, me inclinando em sua direção, apoiando minhas mãos nos seus braços querendo sua atenção em mim de novo: Só acho que tá acontecendo muita coisa ao mesmo tempo e o dia de hoje foi bem conturbado e confuso.

— Eu não tô confuso em relação a isso, mas enfim, não quero acabar com essa trégua depois do que aconteceu aqui. - Seu olhar fixa no meu colarinho que recebe suas mãos, dedilhando essa região.

— Quer ir pra minha casa? - Eu não sei por que, mas tô me sentindo mal de ter falado sobre o tempo de ficarmos juntos e isso me dá mais vontade de ficar perto dele.

— Eu tenho que ir pra casa do meu pai agora. - Ele diz voltando a me olhar e eu não sei ao certo o que fazer.

— Tudo bem! - Digo baixinho mas não me mexo pra lhe dar espaço.

— Jimin... - Ele diz com a voz um pouco divertida quando percebe que eu não dou o espaço que ele quer.

— Não quero que vá embora e muito menos que vá embora assim. - Inclino meu rosto em direção ao seu e esfrego suavemente meus lábios pelos dele.

— Assim como? - Ele diz mas sua voz é um pouco abafada com o barulho da porta do banheiro de novo.

— Desse jeito, tod... - Paro de falar não pelo fato de alguém saber que a gente tá ali mas sim porque eu reconheço o perfume que preenche o banheiro.

— O que foi? - Sua voz é mais uma vez abafada pelo barulho agora da porta se fechando.

— É o perfume dele... - Digo com a voz baixinha, provavelmente com uma expressão assustada em meu rosto.

— Saengi? Aqui? - Ele tenta se mexer e eu seguro-o pelo braço, não deixando que saia dali.

— Deve ser alguém com o mesmo perfume, só isso! - Nem eu sei se acredito mesmo.

— Me deixa sair, eu quero lá ver. - Ele força mais uma vez seu corpo e eu deixo que pelo menos desencoste da porta da cabine.

— Vamos só embora, por favor. Eu não aguento mais esse dia! - Digo mantendo meu corpo ainda colado no dele, procurando alguma resposta em seu olhar que está fixado no meu: Por favor!

— Tá bom, mas eu vou seguindo teu carro hoje. - Ele diz virando seu corpo e abrindo a porta atrás de si, não me dando nenhuma chance de retrucar se eu quisesse fazê-lo.

Como eu não quero, eu acompanho seus movimentos saindo dali de dentro da cabine e do banheiro, automaticamente olhando ao redor, procurando por qualquer coisa mais uma vez. É horrível viver nessa vigilância e eu to percebendo que a sua intenção na verdade é que eu fique assim, paranóico com tudo e com todos, recebendo coisas na minha sala, sentindo seu cheiro no banheiro do bar que eu frequento. É literalmente um terror psicológico que ele tá fazendo.

Jungkook segura firme minha mão conforme a gente passa pelas pessoas e a gente acaba cruzando com os meninos pelo caminho; ele gesticula alguma coisa pra eles que não consigo ver direito e assim não paramos pra nos despedir deles, simplesmente passamos direto. Eu fico confuso puxando um pouco o seu braço, fazendo-o parar no meio do caminho.

A Verdade Não Dita; pjm + jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora