Único.

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O relógio marcava quatro horas da manhã, os olhos do Kim se fecham cada segundo por causa do sono, mas Woojin se recusa a dormir, afinal tem que saber quem era a pessoa que vivia lhe deixando buque de rosas, lírios, margaridas e azaléias em sua porta todos os dias.

Há semanas Kim Woojin ouve batidas ritmadas as cinco manhã e quando vai abrir ver quem bateu sempre achava as flores colocadas no chão enfrente a sua porta. Woojin as pegava e cheirava sentindo o cheiro fresco de ter sido colhidas recentemente ou até mesmo no dia, olhava para os lados mas nunca via ninguém então voltava para dentro se preparar para a faculdade.

Woojin bufou e bagunçou os fios castanhos claros e se levantou da cadeira posta perto da janela, caminhou até a cozinha enchendo um copo americano com o líquido preto e ainda quente, não quis adoçar o café, apenas tomou puro para ver se o sono se espantava.

Caminhou de volta para a janela e fez questão de ajeitar bem a cortina cinza além de deixar todas as luzes apagadas, voltou a observar a rua e a porta de entrada da casa tomando seu café de gole em gole e como imaginado o sono abandonou seu corpo e ele sentiu mais desperto.

Então colocou o copo no chão e prestou atenção em cada movimento na rua, olhou de relance para o relógio vendo que são cinco para as cinco da manhã, se sentiu ansioso do nada e Woojin não desviou mais olhar do lado de fora, então ele viu.

Um homem familiar que já havia cruzado e trocado poucas palavras na universidade, como costume do mesmo, o violão está em suas costas e a mochila com apenas uma alça no ombro esquerdo, os cabelos loiros quase branco balançam com o vento gélido da manhã, Woojin sorriu ao perceber que era mesmo Bang Chan, na mão esquerda um buquê de rosas azuis, brancas e amarelas parecem se destacar na manhã com neblina, Woojin rapidamente se levantou e foi para a porta a abrindo no exato momento que o mais novo se aproximou da porta.

De início o australiano ficou em choque observando Woojin com os olhos um pouco inchados e olheiras por não ter dormido nada durante a noite, porém o sorriso fofo ainda é presente em seu rosto com detalhes leves e feições bonitas, Chan não soube o que dizer devido o espanto mas Woojin resolveu criar coragem.

-Olá Chan...- Woojin sorri largo revelando seus dentes, o mais velho parecia se deliciar com a visão do australiano sem palavras abrindo e fechando a boca toda hora buscando palavras que parecem ter sumido do seu vocabulário, por um pequeno deslize quase respondeu no inglês então resolveu se manter em silêncio.

Chan então sorriu de leve e esticou o braço esquerdo entregando o buquê para Woojin, o Kim pegou e cheirou as rosas com sempre fazia, sorriu novamente, parece que elas tinham sido colhidas agora pouco por causa do orvalho e amarradas com fitas coloridas vermelhas, lilás e verde. Woojin então estendeu para Chan, o loiro parecia ter ficado chateado.

-Ei Chan, eu gosto muito delas.- Woojin logo se adianta puxando o buquê para perto novamente.- Todos os dias fico muito feliz em receber flores porque ninguém nunca mandou algo parecido para mim antes, você, me arrisco dizer, é o primeiro a acordar cedo, colhe-las, decora-las e trazer para mim todos os dias.

Chan voltou a sorrir e coçou a nuca envergonhado, Woojin então inclinou a cabeça esperando o mais novo dizer algo para si.

-Tem um tempo que observo você sozinho...- Chan diz ainda envergonhado tentando manter seu idioma no coreano, afinal quando se está nervoso ele desliza para o inglês inconscientemente.- Então eu quis te animar... Mandar flores pareceu te alegrar muito no primeiro dia então acabou se tornando um hábito, não saio de casa sem pegá-las no meu jardim e trazer para você.

-Obrigado Chan, de coração.- Woojin se sente emocionado pela atitude do mais novo.- Quer entrar? Ainda é muito cedo para ir na universidade.

-Se não for incomodar.- Chan olha para o chão.

-Não mesmo, meu irmão só acorda ao meio dia de qualquer forma, Seungmin é muito preguiçoso.- Woojin então abre espaço para o músico entrar, este entrou com um sorriso maior no rosto revelando as covinhas em ambas as bochechas.

Talvez este seja o primeiro passo para uma grande amizade ou para um grande amor, nunca sabemos o que o destino nos reserva.

The end.

Flowers | WoochanOnde histórias criam vida. Descubra agora