Ou cale-se para sempre.

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Não era surpresa para nenhum dos outros membros que ninguém se dava tão bem quanto aqueles dois.

Changbin e Felix pareciam dividir um mesmo neurônio, para não dizer todo o resto. Desde a época do reality se tornaram inseparáveis. Eram como carne e unha. A carta que Felix escreveu e foi entregue durante um dos episódios do programa, entrou para a lista de coisas mais preciosas do mundo para Changbin. O conteúdo não foi revelado na transmissão, mas o coreano bem sabia cada pedacinho dela, nunca esquecendo algumas das frases mais carinhosas que alguém já teria lhe dito durante toda a sua vida.

Ultimamente, porém, as coisas andavam complicadas.

Estavam embarcando para a turnê americana quando, já no avião, os dois se distanciaram.

Mesmo se tratando da área executiva, os membros tinham de andar em duplas. Acontece que tudo não passou de um mal entendido. Christopher precisava conversar com Felix sobre como fariam as coisas com outros sete membros sem fluência em inglês, então Lix pediu para que viajassem juntos.

Changbin, claramente, não gostou.

Oras, Yongbok era o seu parceiro de viagem e, por causa dele, agora teria de seguir com Seungmin. E todos sabiam como eles não eram tão próximos quanto se esperava.

O coreano fechou a cara pelo restante dos dias e, depois da décima tentativa falha de buscar alguma conversa, Felix desistiu. Ainda mais que agora Changbin parecia mais ocupado dando atenção aos outros membros, especialmente Hyunjin.

Ele, infelizmente, também sentiu à distância, porém, sem tempo de dar atenção aos dramas do Seo, deixou para resolver quando os shows da turnê passassem.

Em um desses shows, excepcionalmente, Changbin se machucou na coreografia. Não foi nada que os stays percebessem na hora, mas ao fim do dia, ele estava esgotado. Mal se levantava da cama do hotel.

Christopher viu ali uma oportunidade de reunir os dois.

O australiano mais novo bateu, então, à sua porta.

— Hyung? – A voz grave que Changbin também conhecia soou sobre suas costas. – Está sentindo dor? Chan hyung me pediu para vir te dar isso.

— O que é? – O homem, de bruços na cama, virou levemente a cabeça apenas para capturar os olhos castanhos emoldurados em sardinhas alaranjadas. Felix parecia verdadeiramente preocupado.

— Um remédio. Tome.

O copo e o comprimido foram dados na mão do rapaz, tão dolorido que bebeu daquela forma mesmo, esparramado no colchão.

Felix ficou alguns minutos ainda sentado ao seu lado. O clima estava tenso, apesar de só a respiração tranquila de ambos serem ouvidas.

— Onde dói? – Lee optou por cortar o silêncio. Changbin já quase cochilava de olhos fechados.

— Minhas costas, meu quadril...

— Quer uma massagem? – Esperou que o outro negasse. Era orgulhoso.

— Sim. – Mas ele aceitou.

Felix levantou para buscar pelo gel analgésimo em sua bolsa. Assim que Chris o viu retornando ao quarto do Seo, imaginou o que aconteceria e sorriu vitorioso com a situação que ele próprio criou.

Quando o Lee entrou no cômodo, ainda que as luzes estivessem parcialmente apagadas, ele claramente teve a imagem do tronco desnudo de Changbin, quem deitava na mesma posição, mas agora, usando apenas a calça moletom do pijama.

O menino engoliu em seco, se aproximando cuidadosamente. Seus olhos vagaram pela extensão bem trabalhada das costas do mais velho. Os tríceps definidos pareciam se destacar quando ele deitava naquela posição, posicionando a cabeça sobre os pulsos. Felix sentiu a respiração falhar.

Desculpe-se, hyungOnde histórias criam vida. Descubra agora