Tudo pode acontecer no Halloween.

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Essa é uma frase que escuto desde pequena  ''Tudo pode acontecer no Halloween'', dizia meu avô. A noite de Halloween é uma das mais esperadas e malucas dos Estados Unidos, é quando as pessoas colocam em prática seus desejos e vontades obscuras, o que pode variar de uma alegria infantil para algo bem mais quente e perigoso. 

No meu caso se resumia apenas em ficar a noite toda em casa,comendo e vendo TV.
Meus pais viajaram faz duas semanas, e voltam daqui três dias.

A casa era imensa, o que fez as badaladas do relógio ecoarem assim que os ponteiros indicaram 23:30. Eu havia decidido parar de dar os doces a quem batesse na porta e coloquei uma longa camisa que chegava até metade da coxa. Eu sabia que era um tanto imprudente estar usando SÓ aquilo, mas não havia mais ninguém na casa,portanto deixei de me importar. 

Assim que desci os primeiros degraus da escada, ouvi o telefone tocar. Pensei que poderia ser meus pais, embora não havia sentido me ligarem naquele horário. Desci as escadas e atendi a chamada. 

-Alô.-Silêncio. Não havia um único ruído vindo do outro lado da linha. Desliguei o aparelho,logo bufando. 

Me sentei no sofá e abri um pacote de salgadinho, em seguida o telefone toca novamente.

Desta vez não fiz tanto esforço em pegar o aparelho, era Halloween e algum engraçadinho estava afim de testar minha paciência.

-Alô.-Falei sem ânimo, novamente o silêncio ficou claro.-Vai se danar.-Desliguei. Por mais que aquilo fosse algo de se esperar no Halloween, era chato demais. Decidi que não atenderia nas próximas ligações e caso fosse algo importante, o recado ficaria registrado.

Liguei a TV bem na hora que começa o desenho Happy Tree Friends na MTV, bastante propício para uma noite como aquela. Por mais sanguinário e nojento aquele desenho fosse, algumas cenas eram de fato hilárias. Fiquei atenta ao que acontecia na tv, porém não pude deixar de ouvir um som vindo da porta. Parecia algo arranhando a madeira. Me levantei e peguei o taco de Baseboll encostado na parede, era apenas uma medida de segurança caso fosse algo mais sério. Agora, no caso de ser um pirralho enchendo o saco, o taco serviria como um meio educativo para a criança aprender a lição.

Com o taco na mão direita, girei a maçaneta e abri a porta rapidamente pronta para bater em alguém. Suspirei, metade aborrecida e metade feliz por não ter ninguém ali, porém notei que haviam de fato arranhões na parte de fora da porta.

-Ah, malditos pirralhos!-Gritei para a rua bem na hora que algumas crianças pensavam em me pedir doces.

-Tem doces tia?-Perguntou um deles vestido de fantasma.

-Tia? Eu lá tenho cara de tia?!  Olha aqui seu doce!-Mostrei o taco e as crianças correram para o final da rua gritando.

Entrei e tranquei a porta. Logo o telefone toca novamente, não atendo e então recebo um recado.

-Ah, isso foi maldade.-Congelei e fitei o telefone.-Assustar crianças dessa maneira.... humm, você é uma garota muito má.-Caminho até o aparelho e atendo a ligação.

-Eles merecera. Arranharam a minha porta!-Disse irritada pensando na cara de ódio que meus pais fariam se vissem o estrago. Eu seria responsabilizada e provavelmente ficarei de castigo, e porque? por culpa de crianças sem educação.

-Não foram as crianças,Baby. Eu arranhei sua porta.-A voz do outro lado era macia e provocante.

-Seu babaca! Meus pais vão me matar!

-Não devia ficar preocupada com seus pais e sim com você mesma....... uma garota sozinha, indefesa em uma casa grande, é perigoso...

-Obrigada pela preocupação,mas estou bem...-Ele me interrompe.

-Não, não está. Sabe, você fica linda usando só uma camisa. Me pergunto como devem ser seus seios..... 

-Que nojo! Tem um cara de cinquenta anos dando em cima de mim. Eca.-Desligo o telefone e me seguro para não vomitar. Volto para o sofá e me deito no mesmo. O desenho ainda está passando e continua a vê-lo enquanto bebo refrigerante. Ouço uma batida na janela, mas  a ignoro. A batida se repete mais duas vezes me fazendo levantar e fechar a cortina. Repito este ato por toda a casa e confiro se está tudo trancado, depois desço as escadas e quando estou a ponto de sentar no sofá, o telefone toca.

-Docinho, você acaba de facilitar as coisas. Agora meus amigos e eu não vamos precisar gastar tempo trancando a casa porque... você já fez isso.-A voz no telefone fica cada vez mais alta e então me dou conta que na verdade vem de trás de mim.

Olho para trás e vejo sete homens alto vestidos de preto ao pé da escada, cada um segurava um chicote. Todos eram asiáticos e muito bonitos, mas naquele momento eu não estava nem aí para beleza....

-O que fazem na minha casa?-Minha voz ficou trêmula e resmunguei baixinho por ter deixado o taco tão longe, embora um taco não fosse fazer a diferente uma vez que sete homens estão a ponto de pular em mim e fazer sabe-se Deus o que.

-Feliz Halloween, Baby.-Reconheci a voz do telefone, era do homem mais alto com cara de pervertido. Ele começou a balançar o chicote e então os sete vieram até mim. 

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⏰ Última atualização: May 23, 2019 ⏰

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