Capítulo 51

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M A R I A   E L I S A 🌻

Fiquei na sala andando de um lado pro, acabei de receber uma ligação da Julia falando que meu tio está no morro, então imagina minha felicidade.

— Já podemos ir? — perguntei pro Vinicius quando o mesmo entrou na sala —.

— Tu não quer dormir comigo hoje não? — ele perguntou e eu sabia que ele sabia de alguma coisa — Só vou ter que dar uma saída e depois volto pra ficar contigo.

— Não Vinicius — felei pegando minha bolça — se você não puder, ou não querer me levar eu chamo um Uber.

— Fica comigo por favor — falou pegando minha mão direita —.

— Não, vou chamar um Uber, não tem problema — falei pegando meu celular no meu bolso de trás da calça — pode soltar minha mão?

— Claro, desculpas — falou sem graça — Vamos, vou te levar.

Saímos de sua casa e entramos em seu carro.

O caminho até o morro foi silenciosa, e por mais que eu tenha falado que não me importaria que ele estivesse envolvido em qualquer coisa que seja da prisão do meu tio, eu sinto, eu tenho medo dele estar envolvido por mais que seja seu trabalho, porque eu tô gostando dele, e se tudo isso for verdade eu vou ter que me afastar.

— Tchau — falei assim que ele parou o carro em frente ao morro, desci sem nem dar um beijo —.

Subi o morro rápido, nem andando tava, eu tenho quase certeza que eu estava correndo.

Quando cheguei na casa de meu tio e abri aquela porta meus olhas transbordaram em lágrimas, ver meu tio ali inteiro me trouxe alívio.

Corri de encontro a ele e o mesmo me segurou.

— Eu tive tanto medo de te perder — falei em um som que só ele pudesse ouvir —.

— Eu tô aqui menor — falou, me soltou e sorriu — me conta as novidades.

Ficamos o resto da madrugada ali, sentados em seu sofá, comendo várias besteiras e falando o que aconteceu nesse tempo que ele não esteve aqui.

— Vou fazer uma entrevista segunda — falei e sorri orgulhosa de mim — da minha área e tudo mais.

— Fico feliz por tu tá construindo sua vida sozinha, sua mãe se orgulharia — falou com um sorriso bobo —.

— Deixa eu te perguntar uma coisa relacionada aos meus pais? — perguntei e o mesmo assentiu  — Se meu pai não me conhecia como eu tinha um pai aos três anos de idade? — perguntei pro meu tio confusa —.

— Seu padastro digamos — meu tio falou ficando mais confuso que eu — Tu era muito pequena mais não lembra de quase nada, ele aparecia as vezes lá em casa, era namorado de sua mãe, ele queria cuidar de tu e pá mais acabou conhecendo uma burguesa.

— Não vai pra boca não? — perguntei trocando de canal —.

— Amanhã de manhã vou — falou e ficou me encarando — Tu ainda tá com o policial? — perguntou e percebi que ele estava meio receoso, apenas concordei com a cabeça e ele bufou — Maria, eu te amo e só quero seu bem, então larga ele de uma vez, tu é inteligente, bonita, vai achar alguém melhor.

— Não é você que diz que tem que quebrar a cara pra aprender? — perguntei e dei um sorriso —.

— Sim, mais não serve pra você isso — ele disse, pegou o controle de minha mão e desligou a tv — eu fiquei sabendo de uns negócios aí, isso vai te machucar pra caralho, mais é melhor saber logo do que ficar se encantando mais.

— O que você descobriu? — perguntei e ele negou com a cabeça — Vai logo, começou termina.

— Eu contratei outro informante lá dentro, depois que me pegaram — ele falou e coçou a garganta — ele acabou me passado uma informação aí, ele teve que se desdobrar pra conseguir isso, custou muito caro mais valeu a pena — ele me olhou torto — Vinicius tá com tigo só pra pegar informações — ele falou e eu fiquei encarando a tv — Não é brincadeira não, nem mentira.

— Olha tio, eu sei que o senhor não me quer junto com ele, mas não precisa disso, não mente pra mim não — eu falei e dei uma risada nervosa e ele permaneceu sério — é mentira não é?

— Sinto muito Maria — ele disse e eu comecei a andar de um lado pro outro — como tu acha que me pegaram fácil assim? Como tu acha que pegaram as minhas cargas? Pensa Maria, eu te mandava mensagem falando pra tu na inocência, como, não chega tal horário porque vai ter carregamento, ou não sai de casa esse horário, e o otário via seu celular sem tu perceber.

— É culpa minha — comecei a chorar — Você foi preso, você perdeu dinheiro por minha culpa.

— Para com isso pô, não é sua culpa não — meu tio falou se sentando do meu lado no sofá —.

Vivendo em dois mundosOnde histórias criam vida. Descubra agora