36 - A flor azul

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"Uma flor azul cresceu de uma fenda numa muralha de gelo e encheu o ar de doçura... Mãe de dragões, noiva do fogo..."

Daenerys, A Fúria dos Reis

***

Dany despertou no meio da noite sentindo um calor em seu peito, algo tão bom e tão mortal que retirou-lhe o ar por alguns segundos. Outra vez as visões da Casa dos Imortais haviam invadido seus sonhos.

— Estão mais intensos... — Pensou ela, percebendo o coração acelerado.

Mal seus olhos se abriram e ouviu três batidas na porta. Se levantou preocupada, enrolando o grosso cobertor de peles ao redor do corpo nu e arrepiado.

— Jon? — Ela se assustou ao vê-lo à sua porta àquela hora. O sol ainda demoraria muito a nascer e o frio era cortante — Aconteceu alguma coisa?

Ele respirou com força, mas sustentou o olhar dela. Havia tomado sua decisão e não poderia esperar nem mais um segundo para dizer a ela. Se sentiu nervoso, sobretudo por encontrá-la daquele jeito, fora dos trajes de Rainha, com os cabelos soltos, os ombros nus e os pés descalços.

— Aconteceu, Dany... — Ele sorriu, subitamente encantado, e se aproximou desejoso dos lábios à sua frente. Fixou a atenção naqueles olhos bonitos e apreensivos, vendo-se dentro deles, naquele mar róseo e quente. Olhos de fogo.

O coração dela acelerou ainda mais. Não conseguia entender o que se passava, pois nunca ficava assim. Estava nervosa com a aproximação e com o que ele lhe diria.

— Quero tomá-la por minha mulher — confessou Jon, com uma voz rouca e baixa, mas que escondia um entusiasmo — e não apenas por minha Rainha.

Daenerys sentiu algo se incendiando em seu interior e o encarou em silêncio, estudando cada milímetro da certeza gravada nas feições dele. Percebeu como desejava que Jon lhe dissesse aquilo, e que isso nada tinha a ver com a aliança que firmaria com o Norte. Mal percebeu quando suas mãos soltaram a porta, fazendo a Jon um convite.

Ele não esperou nem um segundo e caminhou para dentro, fechando a porta atrás de si de forma quase solene enquanto ela se afastava sem retirar os olhos dos dele. Para seu deleite, Dany relaxou os dedos que prendiam o cobertor de peles ao redor do corpo, deixando-o cair ao chão.

O quarto estava tão silencioso que a respiração de Jon pareceu mais alta do que o comum. Aquilo foi um golpe nos anseios que acumulava dia após dia. Ele desceu o olhar pelo corpo dela, que estava parcialmente iluminado pelas chamas das velas ao lado da cama. Observou-a devagar, detendo-se nos belos seios arrepiados pelo frio e nos mamilos pequenos e rosados. Desceu os olhos então para as pernas magras e torneadas, e se deteve principalmente no local onde as coxas se juntavam, desejando abri-las. Seu olhar subiu pelo mesmo caminho de volta até encontrar de novo o dela.

— Eu serei sua, Jon. — Sussurrou Dany — Sua, como você será meu. Eu o farei meu homem antes de fazê-lo meu Rei.

Quando se deram conta, já estava acontecendo. A mão esquerda dele segurava o rosto da rainha, puxando-a para sua boca e para sua língua, e a mão direita deslizava pela pele macia da cintura dela e a trazia para junto de si. O beijo intenso o instigava, o aquecia e o excitava, fazendo-o puxar os cordões das vestes nervosamente. Os delicados dedos dela o auxiliavam e o provocavam ao mesmo tempo.

— O amor entra pelos olhos, Khaleesi... — Dany ouvia a antiga voz em sua mente enquanto retirava os lábios dos dele, mergulhava em seus olhos e introduzia as mãos em suas vestes, encontrando-o firme e pronto para ela — Ele pode ser um grande líder quando está entre seus companheiros, mas aqui dentro ele lhe pertence.

Final alternativo para GOT (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora