(1) Calle Veintitrés

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Em algum lugar de San José

Passado

El Doctorado.

Rindo do apelido estranho que colocaram, Rene apenas observa todos quase o reverenciando. Matar o primeiro homem aos quinze anos de idade pode ter feito sua fama subir. Cortar alguém vivo poderia ser difícil, se aquele homem não fosse o responsável pela quase perda da sua vida. Por pouco Rene não morreu naquele dia, sua vingança foi baseada em prender o homem em uma maca e corta-lo lentamente, com um bisturi.

Anteriormente, Rene nem era reconhecido, após esse dia, o apelido pegou. "El Doctor". Mas ser um doutor? Não, ele tinha doutorado, como os outros dizem.

— Calle Veintitrés, dizem que é um bom negócio.

Olhando para o alto, Rene encontra os olhos claros de uma mulher loira, que o encara de maneira doce... Mas se ela está na Calle, ela sabe o que faz e não tem nada de inocente.

— Calle Veintitrés. — Rene repete. — Dizem que quem os conhecem, não são boas pessoas.

— Não quero ser uma boa pessoa. — a loira passa a língua pelos lábios, e puxa a cadeira para sentar ao lado de Rene. — El Doctorado. — a mulher cruza as pernas, fazendo com que seu vestido suba ainda mais. Olhando para o rosto da loira desconhecida, Rene nota que o sorriso inocente persiste. — Qual o seu nome real?

Rene ri, cansado desses tipos de perguntas. Só alguns o reconhecem pelo apelido e sabe quem ele é verdadeiramente, isso quer dizer as pessoas da Calle; e só os melhores sabem seu nome verdadeiro.

— Aquele nome jamais pronunciado.

— Então, quando eu gritar seu nome, eu devo gritar "El doctorado"?

— Por que gritaria meu nome?

Outro homem da Calle se aproxima. Na mão ele tem um charuto e na outra tem uma garrafa de conhaque.

— É sua festa, hermano! — ele grita. — Todas as mulheres serão suas, para fazer o que quiser. Devo dizer, a loira é a melhor e será toda sua. — a loira sorri, dessa vez, deixa o modo doce de lado, ficando com o olhar e sorriso mais sexy. — Ela é a melhor, muito conhecida na Calle, só os melhores ficam com ela. E você, hermano, você está sendo o melhor. Monique é toda sua.

Tempos depois

Rene termina de limpar a cabeça e coloca um "23" na testa, cravando a marca com a sua faca.

— Mandem isso para eles. — Rene entrega a cabeça para um garoto, que pega sem jeito. — Diga quem mandou, diga que se essa merda não parar, mais cabeças serão arrancadas.

— Falarei isso a eles. — trêmulo, o garoto leva a cabeça para fora da casa.

Retirando a roupa e queimando na lareira, Rene limpa seu corpo na água do chuveiro, retirando todo o sangue que o sujou.

— Rene! — sua esposa bate no box do banheiro. — Já levaram o corpo. — ela avisa.

Rene olha para sua esposa, que foi obrigado a casar com apenas quatorze anos de idade. Ela veio de uma família rígida, mas não tinha nada de puritana. Sabia bem o que é sexo e escolheu Rene como seu primeiro, mas os seus pais descobriram e foi feito... Casamento obrigado.

— Ok. — Rene volta a limpar seu corpo, depois, escuta mais uma batida. — O que é?

Revirando os olhos e praguejando em espanhol, sua esposa dá a notícia:

— A filha de Monique nasceu.

(...)

Olhando de longe, Rene observa Mariana sentada na praça, enquanto olha para o horizonte, esperando Katya chegar. Rene sabe que é por ela que Mariana sempre espera, não conhecendo o medo e o perigo existentes nas ruas.

Mas é o que é. É assim que é feito. Rene pensa, abaixando a cabeça e tentando ignorar a imagem a sua frente, a poucos metros de distância.

Dando a volta na moto e saindo de onde está escondido, Rene volta para onde estava anteriormente, onde ele viu aquele projeto de estuprador cercando Mariana.

Colocando a máscara preta no rosto, Rene para a frente do garoto. Que levanta do banco, já preparado para entregar seus pertences. No mesmo instante, sem deixar que o garoto tenha qualquer reação, Rene puxa a arma da cintura e dá um tiro certeiro na testa do aliciador, que cai sem vida a sua frente.

Escutando os gritos, Rene olha para frente, vendo o olhar assustado de Mariana para a sua direção, porém, dura pouco tempo, Katya sai correndo, levando a menina para um local seguro.

— A rua não é para você, pequena. — Rene sussurra, para o nada, mas logo muda esses pensamentos.

Pegando a carteira e o celular da mão do morto, Rene acelera e volta para a sua casa, para pedir que uma ordem seja dada a Monique.

Rene se sente um tolo com isso, mas ele não sabe o que fazer e nem consegue controlar as emoções.

Seu esforço para a proteção é dobrado... Não deveria ser, mas é.

Mesmo que Mariana não seja sua filha, como pensou que fosse, Rene sente alguma compaixão pela menina. E, diferente dele, a violência não chegará a vida de Mariana, não se depender de Rene, ou melhor, não se depender do Calle Veintitrés e de Rene com sua segunda vida sendo: "El Doctorado".

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