Tínhamos uma caminhonete velha, que era do meu pai, e usamos ela pra levar as poucas coisas que tínhamos. A viagem era de cerca de 4 horas da cidade em que morávamos, e as estradas eram assustadoras, cercadas por florestas que pareciam não ter fim, e quando chegávamos tínhamos que abrir um portão velho de madeira, já que tudo naquele lugar era velho.
Descarregamos e empilhamos as caixas, a casa era enorme e cheirava a madeira e mofo, no primeiro andar havia a cozinha e a sala de estar, que era muito grande, havia um porão que felizmente não era de alçapão, uma escada que dava acesso ao segundo andar, que tinha 3 quartos com suítes, um escritório e uma quase biblioteca, no cômodo onde havia um sótão.
Depois de ajudar a minha mãe e escolher um dos quartos, eu desci e fui caminhar ao lado de fora da casa, era quase como um campo e também tinha uma pequena casa na árvore, andei até o píer do lago, e tentei imaginar uma resposta pra aquilo tudo. Anoiteceu.
Era tudo muito quieto, um silêncio quase que ensurdecedor, que dava somente espaço para grilos, animais da floresta e para o vento.
Fechei as janelas com dificuldade, eram pesadas e o vento forte atrapalhava. No meu quarto haviam duas camas de solteiro, um armário grande e ao lado um banheiro, algumas prateleiras com livros que talvez nunca tenham sido lidos por quem já morou lá, e quadros. Dois em específico me chamaram atenção, um era o desenho da fazenda, e o outro mostrava apenas o lago com o píer.
Me deitei, e ouvi o ranger da cama, seria impossível me movimentar sem fazer barulho. Eu estava cansado e nem pude ficar pensando tanto em tudo aquilo, dormi rápido.
