Betty 0.5

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Não ouviu o que eu falei? Estou te pedindo desculpas... Elizabeth. — Sua voz era calma, apesar dos seus olhos estarem impacientes.

— Não precisava se dar ao trabalho de voltar aqui, só porque a Verônica pediu. Ele suspirou.

— Ela não pediu nada, além disso, ela não sabe que eu voltei aqui.

Passei as mãos no meu rosto secando as lágrimas, fiquei de pé e o encarei seriamente.

— Então por que estar aqui? Ele respirou fundo e olhou bem dentro dos meus olhos. A ação me fez tremer por dentro.

— Porque não sou tão mau quanto você imagina, sabia? Hoje à noite garota... — Ele fez uma pausa e passou a mão em seu cabelo desgrenhado. — Você me tirou do sério... o que você fez foi muito grave. E além do mais, Verônica foi presa por sua causa. Como você queria que eu reagisse? Minha irmã nunca nos deu problemas, nunca. Será que você não percebe que ela não é igual você. Ela é uma menina ingênua, já você... bem...

— Já chega! ― O cortei. ― Se veio até aqui para me ofender perdeu seu maldito tempo, seu idiota! Não vou deixar você pisar em mim novamente! — Gritei enfurecida.

— Calma, ok! Não voltei aqui para isso. Vim somente para levar você para casa, não precisa se estressar. Agora por favor, vamos que eu não tenho a noite toda. Olhei para ele boquiaberta.

Jughead segurou a minha mão e me arrastou para o seu carro contra minha vontade, quando abriu a porta para mim, eu entrei e senti um cheiro amadeirado, gostoso que provavelmente era o seu perfume. A temperatura estava quente por causa do aquecedor ligado. Jugh deu a volta e entrou no carro. Senti seu olhar em mim, e me encolhi na cadeira esfregando as mãos.

— Para onde vamos? — Jughead perguntou educadamente. Revirei os olhos. E mesmo contrariada, passei o endereço para ele, olhando-o, assim tão calmo, nem parecia tão assustador de horas atrás. Seu cabelo estava bagunçado e ele olhava fixamente para frente. Como ele era lindo. Suspirei olhando pela janela.

— Está com frio? — Ele quis saber.

Não respondi. Ele retirou seu casaco e o jogou para mim.

— Pega.

— Não quero nada que venha de você. — Resmunguei, devolvendo seu casaco idiota. Ele riu, e eu me segurei para não encará-lo.

— Não seja teimosa, garota. Sei que você está com frio, tremendo assim você está me deixando preocupado. — Zombou. Sorri sem humor algum e olhei para ele.

— Não precisa bancar o cavalheiro comigo, sei muito bem que você não tem esse perfil. — Retruquei.

— Aí que você se engana, apesar de não ter ido com a sua cara, — seus olhos agora estavam em mim outra vez — não quero que fique doente por minha causa.

Soltei uma gargalhada irônica e exagerada.

— Esse seu lado cavalheiro eu não conheço, uma vez que, você só me mostrou o seu lado; machista e arrogante. Então, meu amor... Não seja ridículo. A Verônica não está aqui, então não precisa simular preocupação e arrependimento. Comigo isso não cola.

Girei os olhos para o alto. Jughead mordeu o lábio inferior para segurar o riso dando partida no motor, nos tirando rapidamente do estacionamento. Durante todo o trajeto até o hotel, o silêncio predominou, me deixando desconfortável diante da sua presença esmagadora.

Era difícil estar tão perto dele, sem se sentir afetada pela sua beleza e segurança. Eu nunca fui de me intimidar com homem nenhum, ao contrário, sempre deixei os homens constrangidos pelo meu jeito confiante e autossuficiente. Sempre segura de si, pois eu sabia do meu potencial. Sabia o que eu causava nos homens, por justamente tomar a iniciativa, e dominar a situação. E, isso intimidava qualquer homem. Porém, com o Jugh, me sentia diferente. Sentia-me vulnerável, intimidada e sem saber como reagir. Nenhum homem jamais me deixou assim. E isso era muito estranho. Quando Jughead parou o carro, eu desci sem dizer uma só palavra e caminhei apressada até a entrada.

❛Bad Lady ᵇᵘᵍʰᵉᵃᵈOnde histórias criam vida. Descubra agora