Serendipity - MinJoon (Hiatus)

Amianto

- Meu Deus ele vai pular? - Uma das pessoas perguntou olhando um jovem em cima do terraço de um prédio, especificamente na borda ameaçando pular, quando chegou lá em cima seu objetivo era só pular de uma vez e acabar com aquele sofrimento mas agora estava com medo, muito medo, até mesmo em sua, quase, morte as pessoas ainda o julgava com o olhar.
Havia muitas pessoas na rua ao redor do prédio o olhando, alguns estava espantados, outros eram apenas curiosos, e outros julgavam o garoto achando aquela atitude idiota, assim como algumas pessoas estavam gravando.

Poucas pessoas tiveram a decência de ligar para o corpo de bombeiro, e gesticulavam para que o jovem em cima do prédio não pulasse, ele era um desconhecido mas não significava que ninguém não tinha que se importar com ele. E assim um homem saiu de perto da multidão e adentrou o prédio procurando o elevador que dava no terraço.

O jovem que estava no prédio chorava, sua mente lhe pregava peças falando que até pra isso ele era um inútil, mas no real, ele não queria se matar exatamente, ele só queria que a dor parasse e que alguma pessoa se importasse de verdade com ele, ele só queria uma mão para segurar e não se soltar, ele estava se segurando na grade apoiando o pé no pequeno espaço que tinha entre a grade e a rua, era cerca de 10 centímetros o espaço e um passo em falso poderia fazê-lo cair.

- Moço, não se jogue - Se assustou por um momento com a voz desconhecida mas se segurou com mais força na grade, soltar ela era sinônimo de morte. Virou o rosto para o lado direito e viu um homem jovem, usava roupas sociais e seu cabelo loiro estava bagunçado pelo vento - Volte para cá, por favor.
O outro negou e virou o olhar para frente, para a rua, havia mais pessoas na rua, e percebeu um carro de Polícia estacionado quase no meio da multidão e um carro do corpo de bombeiros se aproximando.

- Você é muito novo pra brincar disso - O homem voltou a se pronunciar com a voz calma e em um tom que o outro ouvisse, se aproximando devagar, não queria assustar mais o outro.

- Você não me conhece pra dizer isso, e eu não estou brincando - O outro quase gritou, seu corpo estava tremendo, ele estava assustado e perdido.

- Então me diz o que há para você querer isso - Novamente o outro negou - O que a vida fez para você?

- Porque você quer saber? Você não se importa, ninguém se importa! Todos só estão esperando eu me jogar e acabar com isso de uma vez - Manteve o rosto para a rua, os policiais tentavam controlar a multidão e os bombeiros estavam se preparando para o resgate.

- Se eu não me importasse não estaria aqui tentando conversar com você - O outro negou, pela terceira vez, ele estava cansado das pessoas usarem esse teatro desgastante dizendo que se importa. - Eu não estou mentindo, se é isso que está pensando, e eu posso te levar para um lugar mais calmo-

- Para de mentir - Sua voz saiu baixa mas o loiro ouviu.

- Diferente das outras pessoas eu quero evitar isso, e se quiser posso até te levar pra um café e conversar, eu vou te ouvir - O outro falou novamente um "Para" mas ele continuou - Eu posso tentar te convencer que essa não é a solução-

- Não tem outra solução! Eu tentei, mas não dá... - Seu choro se intenssificou e seu corpo começou a sacudir com os soluços deixando o louro aflito com medo de que o acastanhado acabasse escorregando, ele realmente queria ajudá-lo e mesmo sendo completos desconhecidos, ele se importava naquele momento com ele. - Não dá - Sussurrou mais uma vez.

- Eu posso te ajudar a achar uma - Se aproximou novamente ficando a cerca de um metro de distância do acastanhado - Moço, ai muito alto pra você se jogar, por favor-

- Não-

- Eu vou te ouvir, me diz o que aconteceu com você, não precisa se jogar desse lugar alto - Cortou o acastanhado, ele estava decidido a salvar esse garoto. Esse que agora estava com medo de olhar pra baixo, pois analisando agora, era muito alto e isso o desesperou - Não olhe pra baixo.