Acordar do nada, toda suada e com a respiração descompassada já estava a fazer tradição, pois pelos vistos, todas as vezes que eu apagava, acordava (como é obvio), mas algumas dessas vezes eram desagradáveis como agora.
Toda suada, assustada e com pouco folego representavam o estado de como eu acordava ultimamente, segundo as minhas contas, nas últimas duas vezes, anterior e agora.
Tal como a anterior, a primeira coisa que me lembrei foi do Ian, agora já sem dor de cabeça e sem aquele homem misterioso a ocupar-me os pensamentos.
Desta vez acordei mais calma, suada e com a respiração descompassada, como já referi, mas mais calma.
A primeira pessoa que vi no meu quarto foi a Ariana, mas logo atrás dela estava aquele homem, que ainda não sei o nome, mas os meus ataques não têm dado tempo de perguntar.
- Vitória? – Ariana chamou quando me viu com os olhos abertos. – Estas bem?
- O...o Ian – perguntei logo
- Calma, respira primeiro, tens dores, lem....
- O Ian – perguntei mais alto e com a respiração mais acelerado.
- Respira primeiro, só te contamos quando estiveres em condições – o tal homem disse.
- Respira Vic, com calma – Ariana disse inspirando e expirando lentamente para eu a acompanhar.
Agora mais calma, foquei o meu olhar nos olhos do homem desconhecido, mas agora tão familiar...uma tontura...ah não outra vez não.
- Melhor?
- Sim – menti – Agora podem me dizer o que é que o Ian tem?
Ariana suspirou e olhou para o homem
- Promete que depois de contarmos tu vais tentar te controlar.
- Diz logo porra
- O Ian ontem teve a sua primeira consulta com o Dr. Walker na área da psicologia e...
- Quem? – interrompi
- Comigo, Ethan Walker – estendeu-me a mão para cumprimentar, mas outra tontura me trespassou pela cabeça...maldita cabeça...foquei nos olhos do Dr. Walker...então era esse o seu nome...mas o ignorei.
- Prossegue – foquei em Ariana e a mesma continuou após o Dr Walker retirar a sua mão sem deixar de me olhar.
- Então depois da consulta onde ele contou tudo de início incluído a morte do pai e teve outro ataque, mas do fortes...
Neste momento as lágrimas já escorriam pelo meu rosto sem permissão, o assunto da morte do pai do Ian era um assunto complicado de falar e se abordar em frente ao mesmo e sendo ele a falar sobre, ainda era pior.
Flashback on
...
- Já disse que não me lembro de nadinha, mas acho que uma mãe metida é melhor do que uma mãe casamenteira – soltei uma gargalhada, mas Ian apenas sorriu com um misto de confusão visível pela sua cara.
- E qual é a diferença? – sorriu
- É que a metida está sempre a preguntar sobre tudo e a casamenteira está sempre a tentar casar-te "olha aquele rapaz é de boa família" bla bla bla
- Para mim é igual, continuo a preferir a minha, era horrível se ela fosse assim – sorriu.
- Era, mas ainda era pior um pai alcoólico do que um pai drogado – ri, mas logo vi as feições da cara do Ian a mudarem – só porque um drogado poderia passar a droga e um bêbedo não partilharia bebida – falei hesitante e mostrei um sorriso falso – tudo bem?
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Inside my head
Romance♢ Ela era apenas uma adolescente normal, ou pensava que era. Ela queria ser normal, ser feliz e ter uma vida cheia. Mas, como ninguém manda no destino, ela apenas se esqueceu. E se de um dia para o outro acordasses e te deparasses com o quebra-cabeç...