E então, um dia, o Menino ficou doente.
Seu rosto ficou muito corado, e ele conversava enquanto dormia, e o seu corpinho estava tão quente que queimava o Coelhinho quando ele o abraçava.
Pessoas estranhas vinham e entravam no quarto de crianças, e uma luz ficou acesa a noite toda e durante todo o período o Coelhinho vigiava e nunca se movia.
Foi um longo período cansativo, pois o Menino estava doente demais para brincar, mas ele sabia que o Menino precisava dele. E enquanto o Menino estava sonolento o Coelhinho chegava bem pertinho do travesseiro e sussurrava todo tipo de planos encantadores para quando o Menino estivesse bom outra vez.
Eles sairiam para o jardim entre as flores e borboletas e se divertiriam muito entre as moitas de framboesas, assim como costumavam fazer.
Finalmente, a febre baixou, e o Menino melhorou. Ele podia se sentar na cama e olhar os livros de desenhos , enquanto o Coelhinho se aninhava bem perto ao lado dele.
E um dia o deixaram se levantar e se vestir. Eles levaram o Menino para fora na varanda, enrolado num xale, e o Coelhinho sentou enroscado na roupa de cama, ouvindo.
O Menino estava indo para a praia amanhã. Tudo estava certo, e agora somente restava obedecer às ordens do médico.
O quarto ia ser desinfetado, e todos os livros e brinquedos com quais o Menino tinha brincado na cama deviam ser queimados.
"Hurrah!" pensou o Coelhinho, "Amanha nós vamos à praia!"
Naquele momento Nana se deu conta dele.
"E o seu velho Coelhinho?"
"Aquele?" disse o médico. "Por que? É uma bolha de germes de escarlatina! - Queime-o imediatamente. O que? Absurdo! Dê-lhe um novo. Ele não deve ter mais aquele!"