𝑨 𝑪𝒐𝒖𝒓𝒕 𝒐𝒇 𝑾𝒊𝒏𝒅 𝒂𝒏𝒅 𝑺𝒂𝒏𝒅

𝔖𝔢𝔱𝔢

Parceira. Sua parceira. Pelo caldeirão, o que Elain iria pensar? Não importava, disse a si mesmo. Ela tinha Lucien. Escolhera ele. O encantador das sombras partiu rumo aos céus. Quando a curandeira revelara a verdade, a sua única reação fora partir pra longe. Deixou Adara sobre os cuidados de Cassandra e partiu rumo aos céus pela varanda. Já havia anoitecido, e o sultão estava preocupado com a filha. No entanto, Cassian e Rhyssand decidiram distrai-lo alegando precisar conversar sobre negócios e uma festa de despedida. Talvez fosse sorte, ou os deuses a favor deles, porque o grão senhor aceitou a oferta. Rhyssand e Cassian pensavam em todos os assuntos possíveis pra distraí-lo, alegando estarem interessados em garantir paz entre as cortes. O conselheiro decidira ajudar Morrigan e Feyre a preparar a despedida, Com Viviane tagarelando e sequer dando tempo do féerico respirar entre as respostas. Adara estava segura, ele sabia disso. Ou pelo menos era o que dizia a si mesmo. Apesar de saber disso, tinha a sensação dentro de si que ela estaria muito mais a salvo se ele estivesse ali.

Pelo caldeirão, como fora tolo. Como não conseguia perceber o laço de parceria entre eles? Talvez estivesse tão ocupado pensando em Elain..ou ignorando Mor, que não tivera tempo pra perceber. E ele imaginava que ela também não soubesse. Do contrário, já teria esboçado alguma reação, ele imaginava. O illyriano parou na torre mais alta do palácio, inspirando o ar livre dali e tomando um tempo pra si. Rhyssand, rhyssand sabia. Do contrário, não teria sugerido que ele desse o sangue a princesa naquele momento. Mas porque não o contara? Azriel estava furioso. Mas precisava se acalmar, sabia que quando isso acontecesse, e pensasse racionalmente sua raiva passaria. Por hora, precisava de um tempo pra si. Não sabe ao certo quanto tempo passou olhando as estrelas. Naquele momento, a única companhia que lhe restara eram suas próprias sombras.

- Adara. -

Quando abriu os olhos, a dor já havia passado. Lembrava-se de pouquíssimas coisas, muito menos do tempo que havia passado. Só se lembrava da dor alucinante, e de ter apagado. Nada mais, nada menos. Adara girou a cabeça, encarando Cassandra que a observava preocupada. Parecia cansada, sonolenta. Ela não tinha certeza se a féerica havia notado seu despertar. Esperou alguns segundos antes de tomar coragem e levou a mão até a de Cassandra, a apertando levemente.
A aia deu um pulo, saltando da cadeira antes de arregalar os olhos, até perceber sua senhora a sua frente, deitada, mas definitivamente em um melhor estado. Adara estava visivelmente melhor, quase curada. A barriga agora estava fechada, sobrando apenas as cicatrizes e deformidades na pele, o braço e a garganta estavam impecáveis. Mas ainda sentia dor, e por isso, não pulou em encontro do abraço de sua irmã. Mas não deixou de retribui-lo. - Nunca mais.. - eu sei, Adara murmurou com a voz baixa, acariciando os seus cabelos em uma tentativa de acalmar a amiga. Após alguns minutos, decidiu afastá-la, limpando suas lágrimas e a encarando. - Me conte tudo. E assim ela o fez.

A parceria. Quando Adara soube. Pelos deuses, não sabia como reagir aquilo. O espião, encantador das sombras? Pra ser sincera, ela não podia dizer que estava decepcionada. Nem feliz, ou chateada. Adara nunca pensara em um parceiro, sabia que esse tipo de ligação entre os féericos era extremamente forte. Podia ver pelo exemplo do seu pai, que mesmo com séculos, jamais esquecera Lyria. Naquele momento, queria que ela estivesse ali para confortá-la e dar bons conselhos. Cassandra lhe contou sobre o disfarce pra esconder tudo do sultão, da festa de despedida, e de como seu parceiro havia salvo sua vida. Mas ela não se permitiria chama-lo, ou até mesmo pensar nele daquela forma. Era Azriel, o encantador das sombras, espião e membro do círculo íntimo de Rhyssand. Um conhecido,nada mais que isso. Ela não se permitia pensar em nada mais que isso. Como se ouvisse seus pensamentos, Cassandra tomou suas mãos, a observando com um olhar gentil. - Dê um tempo a ele. Até que aceite o laço.