Regina
— Calma, foi apenas de raspão — Disse olhando a ruiva desesperada no fundo da sala — Sis, se acalme, não foi nada. — Insisti tentando diminuir a fúria da mesma, mas sabia que eu estava bem encrencada.
— Nada? Você poderia ter morrido Regina — Zelena estava furiosa e eu em certa parte não tirava sua razão, mas eu fiz o que tinha que ser feito e ela sabe, era meu trabalho proteger aquela mulher e foi exatamente isso que eu fiz.
— Olha, eu vou te afastar e nem adianta fazer essa cara Gina, eu sou sua irmã e além de tudo eu sou a chefe daquele departamento, eu quero você fora desse caso e não te quero numa delegacia, num hospital ou em um caixão, está me entendendo? — Bufei.
Menina teimosa! — Sorri internamente — Eu já esperava por isso mesmo, a ruivinha veio em minha direção e beijou o topo da minha cabeça.
— Você é minha irma caçula, e eu não posso te perder, sei que fez seu trabalho e eu tenho um orgulho imenso do que você fez, mas ainda assim, preciso que entenda o porque te tirei do caso — Sorri, eu a entendia e sabia que precisava sair do caso, sabia que teria uma audiência e sabia que até provar que eu matei aquele desgraçado em legitima defesa, eu não poderia simplesmente voltar ao trabalho.
Ai ... — Resmunguei assim que a enfermeira finalizou o curativo e saiu da sala, deixando apenas eu e Zelena no local — Ela está bem? A mulher? — Zel me fitava, acho que decidindo se iria ou não me passar a informação, levantei ainda dolorida e minha irmã super protetora me ajudou a vestir a camisa e a sair da sala.
— Ela está bem — Respondeu por fim em tom ameno — Você a salvou, tanto ela quando a criança — Parei encarando seus olhos esmeraldas que sorriam pra mim — Ela estava grávida, se você não tivesse intervido, ele teria matado os dois — Concluiu
Caminhamos até a recepção do hospital, eu já tinha recebido alta e estava afastada durante dois meses, apesar do tiro ter sido de raspão, eu teria que fazer fisioterapia, ou caso contrário, não iria conseguir atirar mais.
Zelena assinou os papeis da minha alta e eu segui lentamente até a saída do hospital, o dia estava frio e chuvoso, era quase dezembro e a cidade estava se preparando pro Natal, uma neve fina e macia cobria toda a cidade, me dei conta que já passava das quatro horas da tarde e eu nem ao menos tinha tomado café, eu estava faminta e morrendo de frio.
— Vamos? — Zelena tocou no meu ombro me fazendo gemer — Desculpe, não quis te machucar — Disse calma, eu apenas concordei e juntas caminhamos até o carro estacionado do outro lado da rua.
O caminho até meu apartamento foi bem silencioso, o som estava baixo e como eu havia tomado remédios pra dor, acabei cochilando e acordei praticamente na porta do prédio.
— A mamãe me ligou hoje — Zelena suspirou e eu também, eu sabia o que significava — Eu não tive opção. — Se defendeu — Ela viu nos jornais Sis ...
— Tá tudo bem — Abri a porta do carro com uma certa dificuldade e suspirei.
_ Sis, já faz 7 anos ... — Meu coração acelerou e respirei profundamente, falar sobre isso, era algo que ainda mexia comigo e Zelena sabia. — Deveria ir ve-la ... — Concordei e senti o toque suave da mais velha sobre minha bochecha — Ela é tua mãe, ela se importa com você. — Zel depositou um beijo em minha testa e sorriu — Precisou ir, qualquer coisa me liga, está bem? — Concordei novamente e me afastei para que ela manobrace o carro, ela buzinou e eu acenei entrando finalmente em casa.
—x—
Meu apartamento era pequeno, não precisava de muito, vim a Los Angeles em busca de um recomeço mas não foi bem isso que encontrei por aqui, comecei a trabalhar praticamente dia e noite,arrumei confusão, salvei vidas e tudo continuava igual, triste e vazio.
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Destinado a ser - SwanQueen
Fanfiction." Eu só rezo para que em outras vidas nossos caminhos se cruzem, que um simples toque nos lembre tudo que vivemos e que o destino nos dê a chance de recomeçar. - Destinado a ser. (infantilismo)