Jughead 1.0

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Deixar o quarto daquela garota foi a maior prova de autocontrole. O que quer dizer, que ainda me restava um pouco de juízo na minha cabeça, embora existia uma pequena parte. Eu admito. Eu lutei com todas as minhas forças para não continuar lá, e fazer somente uma única coisa.

Desde que a vi vestida daquele jeito, ou praticamente sem roupa. Eu queria deixá-la completamente nua e saber o que se escondia por debaixo daquela lingerie azul em que ela provocantemente usava. Aquela garota era meu inferno, ela era incrivelmente bela. E aquele tom de azul em contraste com a sua pele clara como o dia, me deixou absolutamente louco!

Eu queria rasgar aquela lingerie com os meus dentes. Jogá-la na cama e depois provar cada parte do seu corpo fascinante. Eu queria beijá-la por inteiro, acariciar seu rosto. Tocar seus cabelos sedosos, aqueles seios perfeitos.

Maldição! Ela era irresistível.

Decidi que não iria dormir em meu apartamento hoje, achei melhor ir dormir no quarto de hospedes da Verônica, quem sabe assim, talvez, eu voltaria ao meu estado normal, e pensaria em alguma outra coisa. Que não fosse nela.

Entrei no apartamento da minha irmã silenciosamente, não queria acordá-la. Joguei as chaves na mesa de centro e deitei-me no sofá de couro. Minha cabeça estava dando voltas. Eu queria esquecer que um dia eu conheci aquela garota. Maldita hora em que proibi bebidas alcoólicas em casa.

Agora, não tinha nada para me fazer esquecer essa noite sordidamente desastrosa. Porra! Quando fechei os olhos, podia vê-la. Aquele rosto lindo, a expressão dos seus olhos quando ela estava nervosa. O seu sorriso doce e encantador. A maneira como ela mordia o lábio inferior e passava as mãos nos cabelos. Ela era simplesmente a garota mais sexy que eu já conheci. Ela exalava sexo. Talvez voltar para Berkeley fosse uma boa. Era tudo que eu precisava. Haveria de me proporcionar algum distanciamento dela, da situação toda. Encher a cabeça com outros assuntos da faculdade, além de Elizabeth.

Eu não ligava para mais nada, nem para o fato de Toni ter terminado comigo. Eu só pensava nela. Eu só queria dormir e esquecer. Esquecer. Pensaria amanhã com calma no que diabos isso tudo significava.

― Jughead? Acorda... Jughead! Senti mãos tocando meu braço. E a voz da minha irmã ao longe, quando abri meus olhos vi Verônica. Pisquei várias vezes, me espreguiçando e me ajeitei no sofá, sentando de frente para ela. Estava com a coluna dolorida.

Inferno! Por que não fui para o quarto? Quando olhei novamente para ela, estava com uma expressão confusa.

― O que aconteceu Jugh. Por que dormiu no sofá? ― Perguntou preocupada.

― A Toni terminou comigo. ― Respirei fundo. Ela estava surpresa.

― Nossa que chato! Mas por que?

― Eu fiz uma loucura... vou ser o mais franco possível Verônica, você sabe que não gosto de mentiras. ― Minha irmã me olhava cautelosa e ao mesmo tempo com um lampejo de solidariedade em seus olhos.

― Ok, desenbucha. O que você fez de tão grave para Toni ter terminado com você?

― Eu beijei a Betty. ― Admiti envergonhado. ― Verônica me olhava incrédula, seu queixo caia no chão. Ela pestanejou e começou a rir.

― O quê? Você está brincando, não é? Fala sério, para de graça.

― Eu nunca falei tão sério em toda a minha vida. Você acha que eu iria brincar com isso? ― Verônica deu uma gargalhada.

― Não estou acreditando no que eu acabei de ouvir, se você não estivesse me contando, eu juro que eu nunca acreditaria. Espera aí, me deixa ver se eu entendi. Você beijou a Betty, logo você que deu maior lição de moral no Fangs pelo o fato de ele tê-la beijado. Quem te viu e quem te vê hein, Jughead... ― Disse ela ironicamente.

― Verônica, não vê como eu estou me sentindo? Não te contei isso para você passar na minha cara. A vergonha que sinto já é suficiente. Não precisa ter que me lembrar disso.

Ela suspirou, e jogou suas mãos para o alto.

― Está bem, mas o que você vai fazer a respeito? E por que você a beijou? ― Ela estreitou suas sobrancelhas, a expressão confusa. ― Que eu me lembre até ontem você a odiava.

― Nada. Não vou fazer absolutamente nada! Aquela garota não significa nada para mim, e... eu ainda a odeio, se você quer saber. ― Verônica riu incrédula.

― Ô... E como odeia! Odeia tanto ela que a beijou. Impressionante sua maneira de odiar, imagine se você a amasse, o que será que aconteceria?

― Cala a boca Verônica! ― Ela mordeu o lábio para reprimir um sorriso.

Que diabos está acontecendo comigo? A ponto de eu parecer um adolescente ridículo.

― Não sei, se eu tivesse agido diferente. Se eu não tivesse vindo para a sua festa. Se você não fosse amiga daquela garota. Se você não tivesse desobedecido as minhas ordens e saído com ela àquela noite, nada disso teria acontecido. ― Verônica uniu as sobrancelhas, com expressão ligeiramente irritada.

― Espera aí Jugh, eu sei que você está sofrendo e tudo mais, mas não é justo colocar a culpa em mim pelos seus erros. Quem beijou a Betty foi você, e aposto que beijou com livre e espontânea vontade, ela não te obrigou a nada. ― Ela jogou as verdades na minha cara.

Assenti com um movimento de cabeça.

― Eu sei... Eu não estou te culpando. Só estou querendo entender o que está acontecendo. ― Não adianta ficar se torturando por causa disso Jughead. Tudo bem, você fez uma besteira, mas...

― Chega! ― A Interrompi. ― Esse assunto já deu. Vou tomar café e me mandar para Berkeley o quanto antes. ― Levantei-me do sofá rapidamente indo em direção ao corredor.

― Mas Jugh, você não ia só à noite? ― Verônica perguntou, vindo logo atrás de mim.

― Ia, mas as coisas mudaram. ― Respirei fundo e entrei no banheiro. Talvez se eu fugisse a lembrança daquela garota infernal pudesse me deixar em paz.

❛Bad Lady ᵇᵘᵍʰᵉᵃᵈOnde histórias criam vida. Descubra agora