Às vezes a tranquilidade que tanto almejamos está onde menos esperamos.
Letícia Lima~
Me mexo na cama agoniado vendo a hora acordar Aléxia involuntariamente, não consegui dormir desde que deitei para isso, o tempo não passa e só consigo pensar em ligar para minha irmã, não posso dormir sem saber se ela está bem, se minha família está bem. As ameaças daquele sujeito ainda me atormentam a mente. O pensamento de impotência me deixa furioso. Mas ao mesmo tempo tenho que pensar em algo, em descobrir quem são esses escrotos, o que querem... O que... O que quiseram dizer com "cobrar uma conta muito antiga", sem dúvida são conhecidos. Mas quem será?!
Olho o relógio no criado mudo mais uma vez... Respiro fundo, quatro e doze da manhã. Me levanto e caminho até a cozinha, encho um copo com água e vou para a sala logo em seguida, ligo a TV e a cena de um casal brigando, o que penso ser um filme, brota naquela tela de cinquenta polegadas.
Tomo minha água e coloco o copo vazio em cima da mesinha de centro e deito no sofá de canto que Emanuelly insistiu que eu o comprasse no dia que me sequestrou, praticamente me obrigando a ir com ela fazer "compras".*Guilherme dormiu lembrando daquele dia que para ele, antes de acontecer pensava ser terrível. Porém se divertiu como nunca com a irmã*
***
Acordo sentindo uma corpulência pesada sobre mim, abro os olhos lentamente tentando acostumá-los novamente a claridade do dia e vejo minha namorada esparramada por cima da parte frontal do meu corpo e por instinto a abraço, forte demais para meu gosto.
— Porquê me deixou ? Senti sua falta naquela cama tão grande. Não faça mais isso. - Aléxia diz manhosa ainda com os olhos fechados se aninhando em meus braços.
— Não consegui dormir a noite toda, comecei a assistir e quando percebi já era hoje, aliás, quando você me acordou.
— Acordo de novo se reclamar.
Meu telefone começa a tocar desesperado em cima da poltrona no cômodo perto da estante com alguns livros. Hesito em atender e o mesmo fica mudo por alguns segundos, logo começando a tocar novamente.
— Alguém ligando a essa hora da manhã, deve ser importante e insistindo assim, só pode ser extremamente importante. - Aléxia tem razão, realmente é algo para se preocupar.
Ela se levanta para que eu possa fazer o mesmo, vou em direção ao celular e meu coração acelera quando vejo o nome de Emanuelly na tela.
— Oi ? - falo para a pessoa do outro lado.
— Oi maninho - quase que imediatamente meu corpo libera a tensão que tanto me incomodava ao ouvir a voz da minha irmã.
— Aconteceu alguma coisa Emanuelly ?
— Sim... - pausa — O papai, ele enlouqueceu de vez.
— O que aconteceu ? - pergunto novamente e olho para Aléxia que continua deitada no sofá, de bruços com as mãos embaixo do queixo e com as pernas dobradas para cima inquietas olhando para mim curiosa.
— Ele quer me casar - e mais essa agora.
— Mas qual é o problema ? - começo a andar por toda a extensão da sala. Emanuelly sempre sonhou em encontrar um príncipe encantado e se casar, como nos contos de fadas que ela tanto assistia quando criança. E isso ela fez questão de sempre deixar claro para mim. Sempre fomos muito apegados, conversava-mos sobre tudo, cada amor, cada dor, cada alegria, sempre compartilhados um com o outro. Do contrário de Melissa, que nunca gostou de conversar comigo ou com a Manu.
— Como assim qual é o problema, vai concordar com essa ideia absurda também?
— Não é isso. Você sempre quis se casar Manu...
— Sim! Sempre quis e ainda quero, mas com a pessoa que amo. - ela diz estupefata me interrompendo.
— E você não ama esse cara ? - pergunto tentando demonstrar interesse.
— Não! Claro que não. Ele quer me casar com um velho, porque esse velho tem muito dinheiro e é muito... Abre aspas, poderoso, fecha aspas. - Ela fala irritada.
— E onde eu me encaixo nisso tudo ?
— Quero ir morar com você. - sabia que por trás de tudo isso tinha algo que não ia me agradar nada.
— Manu... - respiro, procurando palavras para tentar convencê-la que esta não é uma opção para ela, e muito menos agora. — Acho uma péssima ideia. Primeiro, você sabe qual a vida que levo aqui, é perigoso e não gosto quando você se envolve por aqui. Segundo... - penso em contar tudo, mas não é o momento certo para isso. — Preciso de privacidade, você sabe da Aléxia - falo a primeira coisa que me vem a mente.
Sento no sofá onde Aléxia está e acaricio seu rosto com as costas da mão.
— Não, não. Não invente coisas, eu não sei do que estão falando, mas não venha dá nossa relação como desculpa Guilherme. - é a vez de Aléxia se manifestar, estava até durando o silêncio dela.
— Tá vendo? Aléxia não se importa e outra eu não vou atrapalhar vocês em nada. - não discordo totalmente, mas fico muito preocupado com ela aqui. Não quero que ela veja com que trabalho todos os dias. Ela até sabe, mas entre saber e presenciar, são coisas totalmente diferentes. E definitivamente. Estou decidido.
— Não vou poder ajudar dessa vez, já falou com mamãe ?
— Você sabe muito bem que mamãe concorda com tudo o que papai decide. E não tenho tempo para pensar em outros planos maninho... Até breve. - e simplesmente, encerra a ligação, sem ao menos um "thau". Me deixando puto, sem entender nada.
— O que aconteceu ? - Alexia pergunta depois de me ver largar o celular no chão com brutalidade, sorte que caiu em cima do carpete embaixo do sofá e mesa de centro.
— A manu quer vir morar aqui pelo motivo do meu pai querer que ela se case com um "velho" que ela não o ama. - falo tudo de uma vez.
— Acho uma ótima ideia. Até porque ninguém merece se casar se não há amor envolvido. - ela diz, me beija no canto da boca e se levanta indo em direção ao quarto me deixando aqui, indeciso e puto.
Meu pai sempre foi muito previsível com sua maneira de agir, sempre agindo da maneira que achava ser bom para todos somente porque o convinha, e esse foi um dos principais motivos que me influenciou a sair de casa ainda tão jovem, sempre me tratou mal, da pior forma que um pai pode tratar um filho, e mamãe, sempre dando apoio as suas decisões inescrupulosas, não esperava menos dela agora. Com minhas irmãs não fora muito diferente, apesar de demonstrar se importar mais com elas jamais se mostrou carinhoso ou atencioso, de modo geral, desde que o conheci, Bob se tornou mais meu pai do que quem eu carregava o sangue nas veias. Papai na verdade, nunca se portou como um pai deveria e mamãe o segue como se tivesse uma venda nos olhos. Melissa herdou esse lado da família, querendo seguir os passos dos nossos pais, apesar de ser uma boa garota, tem bastante influência para não viver sua vida como bem entende. Já Emanuelly não, sempre fomos mais apegados. Não parece nada ser filha de quem é, por ser o oposto de todos, com seu jeito angelical que encanta a todos por onde passa, o que me leva a crer que ela não merece esse futuro que papai quer obrigá-la a ter, isso a faria muito infeliz...
...e não quero isso para ela.
Bom pessoas do meu coração, aí vai mais um capítulo fresquinho para vcs, espero q tenham gostado, deixem a opinião de vcs e não esqueçam da estrelinha. Bjo no coração de todos, fiquem com Deus e até a próxima.❤❤😘
VOCÊ ESTÁ LENDO
De Corpo e Alma
Romansa⚠️ ATENÇÃO ⚠️ 🔞 CONTEÚDO ADULTO 🔞 « PLÁGIO É CRIME » Com seu relacionamento sólido há cinco anos, Alexia se sentia feliz e otimista, sua tão sonhada formatura estava cada vez mais próxima, mas a tenaz e carismática formanda não espe...