Infinitos

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Will Solace estava ferrado, e ele já havia aceitado isso, desde do momento em que colocara seus olhos naquele garoto que usava roupas apertadas de mais, tinha tatuagens de mais, fumava de mais e era lindo de mais. Will amava seu corpo magro sem muitos músculos, seus cabelos negros que quase chegavam nos ombros, sua pele palida, suas poucas olheiras, amava seus olhos que eram tão negros quanto seu cabelo, amava seu sorriso cafajeste, ele era um completo cretino, e Will sabia disso, ah é claro que ele sabia. Nico Di Angelo era um completo cretino, nem um pouco confiável, ele era um demônio enviado diretente do inferno para atormentar a vida de Solace, mas mesmo assim lá estava Will sentado ao lado de Nico, já devia ser quase oito da noite. Di Angelo fumava seu cigarro enquanto fitava o céu, seu olhar estava perdido.

-Uma garrafa de vodka pelos seus pensamentos - disse Will enquanto sorria e encarava o outro.

-Nada demais - ele da uma longa tragada, e então olha para cima e solta a fumaça lentamente, Solace não conseguiu deixar de encarar a boca do outro - eu gosto disso.

-Disso?

-Da noite, estamos tão perto de casa, mais parece que estamos tão longe - então em voz baixa, quase como um sussurro, ele acrescentou - as vezes é bom estar longe - Will não sabia se aquilo fora dito para ele ou se ele havia falado aquilo para si mesmo.

Will olhou para cima, a noite estava bonita, haviam muitas estrelas, bem, pelos menos havia muitas estrelas para o céu de uma cidade grande. Ele apontou para cima e disse:

-Eu gosto disso. Das estrelas, das galáxias e do infinito.

-Elas estão bonitas hoje.

Solace começou a brincar com a linha solta de seu casaco, elas voavam dentro de seu estomago, as malditas borboletas. Ele fitou Di Angelo, que o encarou de volta.

-Sabe - o loiro começou a falar - as vezes eu penso que queria ser uma estrela.

Nico deixou um sorriso ladino e preguiçoso surgir em sua face.

-Porque? - ele questionou o olhando nos olhos.

Will não queria admitir mais se sentiu ainda mais nervoso com toda aquela atenção do moreno pregada em si. As borboletas ficaram ainda mais inquietas.

-Bem, elas são infinitas.

-Mas estrelas também morrem.

-Sim, e ai elas se renovam, viram buracos negros, e continuam eternas, e belas.

-Você acha os buracos negro bonitos?

-Sim, acho que coisas difíceis de se desvendar acabam de certa forma se tornando belas - Will olha para cima, evitando o olhar do outro, as borboletas se agitam mais - e eles me lembram os seus olhos.

Nico sorri preguiçoso outra vez, coloca sua mão em cima da de Will, e então fala:

-Eu também gostaria de ser infinito.

-Talvez possamos ser infinitos juntos.

-É, talvez.

Infinitos (Solangelo)Onde histórias criam vida. Descubra agora