DNYL Club | nct dream

1. Join the club today!

A cafeteria estava cheia aquele dia, com o habitual e familiar cheiro de fritura excessiva no ar. Adolescentes de todos os anos da SM High faziam fila para comprar seus lanches e tentavam achar uma mesa disponível naquele mar de pessoas. O lugar sempre ficava barulhento na hora do intervalo, fazendo com que às vezes era preciso quase gritar para que pudesse ser ouvido. Mas não houveram muitos esforços para chamar atenção de todos ali presentes quando uma voz de sotaque forte ressoou pelos altos-falantes da cafeteria.

“Hm, isso está ligado? 1, 2, testando, 1, 2, 3. Ok, tá funcionando. Olá, alunos da SM High! É um lindo dia, não? Ahn, bom, venho aqui para falar do melhor clube de toda a escola. DNYL. ‘Don’t Need Your Love.’ Vocês devem estar se perguntando que clube é esse e qual é a desse nome. Bem, nosso fundador era um tanto… criativo... mas para aqueles que foram deixados, tiveram um término, ou estão lidando com um coração partido, esse é o clube perfeito para você.
“Sofreu com uma traição? Se sente pra baixo com um amor unilateral? Está cansado de esperar seu ou sua ex te ligar? Eu estou… Bom, não haverá mais nada disso. Você não precisa mais se preocupar. Vamos apenas nos divertir, hm? DNYL, venha se juntar ao clube!”

A maior parte dos estudantes voltou sua atenção ao que faziam antes, não se importando com o anúncio dado.

Chenle era um deles. Simplesmente voltou a conversar com seus amigos e acabar seu almoço. Que porcaria de clube era aquele afinal? DNYL? Que nome idiota. Quem iria até um clube falar de suas decepções amorosas para estranhos? Era como se fosse uma versão mais patética de grupos de apoio cheia de adolescentes, e Chenle certamente não precisava daquilo. Mesmo depois daquela vez, ele havia superado totalmente. Ele estava bem… não é?

"Droga Chenle, para de pensar nisso! É tudo passado e você sabe disso, idiota!”

Procurando por uma distração, Chenle voltou a conversar com seus amigos na mesa, afastando tais pensamentos que sempre o levavam a um lugar desagradável de sua mente.
Mesmo não admitindo para si mesmo, ele não poderia negar que o garoto simplesmente invadia sua mente e o obrigava a direcionar sua atenção a ele. Apesar disso irritar Chenle, ele também não se esforçava muito para parar de pensar no garoto.
Odiava como qualquer coisa parecia fazê-o lembrar-se dele, odiava que seu sorriso simplesmente vinha a sua mente sem aviso nenhum, e odiava mais ainda que ainda doía saber que aquilo acabou.

Não, Chenle definitivamente estava bem.

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Entrando apressado na biblioteca, Jeno passou pela bibliotecária, que não acordara mesmo com o anúncio quase no último volume nos altos-falantes, ecoando pelo ambiente. A bibliotecária sempre tirava seu costumeiro cochilo nesse horário, e quando Jeno fez tal descoberta, não demorou para começar a frequentar o canto escuro da biblioteca ao invés do final de sua quinta aula.
No começo, levou algumas ocorrências de seu professor, mas como Jeno era um verdadeiro e quase estereotípico “nerd,” ele sempre fazia todos os trabalhos e tarefas, sempre tirando as notas mais altas de sua série, o que fez com que seu professor fizesse vista grossa às suas visitas habituais à biblioteca. Sua quinta aula era de Álgebra avançada, o que era, para Jeno, uma desculpa boa o suficiente para cabular aula.

Se dirigiu ao seu “canto especial” da biblioteca, correndo os dedos pelas prateleiras cheias de livros marcados com o símbolo da escola e lombadas gastas. Se havia um lugar no qual poderia achar respostas para as perguntas que martelavam em sua cabeça, aquele era o primeiro lugar que vinha a mente de Jeno.
Toda sua confusão teve início alguns meses atrás, quando Mark Lee decidiu se intrometer na sua vida até então pacata.

Os amigos de Jeno sempre o provocavam, dizendo que ele e Yeeun (que fazia parte do círculo de amigos do Lee) acabariam namorando algum dia. Ah, adolescentes. Não conseguem entender que um garoto e uma garota podem ser amigos sem terem algum interesse romântico sequer? Por mais idiota que aquilo poderia ser, Jeno não se importava. Pelo contrário, ele acreditava que realmente ficariam juntos em algum ponto, tendo total fé de que acabaria gostando dela, apesar de não gostar de uma garota há tempos. Afinal, era o que esperavam dele, que ele sempre atenderia às expectativas.
Mas quando Mark se sentou ao lado de Jeno na aula de Química no começo do semestre, ele ainda não fazia ideia do caos que causaria. Sua costumeira jaqueta jeans, a tatuagem discreta no pulso e Aerosmiths no último volume no fone praticamente imploravam que Jeno desviasse sua atenção do caderno cheio de elementos. Mesmo sendo do último ano, Mark sempre pedia ajuda de Jeno, e este se viu num caminho sem volta.