Prólogo

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Alice

6 de Abril de 2018

20:37

- Eu já te disse que você não pode andar com esses seus amigos e você insiste em não me obedecer! - Lucas disse me empurrando contra a porta do carro.

- Para com isso, você é meu namorado, não meu dono. Sou livre para fazer o que quiser - falei chorando.

- Se for pra fazer o que quiser, se for pra sair com seus amigos, se for pra se negar a fazer sexo comigo... Então não serve pra mim - Disse com raiva, segurando forte meus ombros e sacudindo, me fazendo arfar de dor.

- Está me machucando - sussurrei, sentindo as lágrimas descerem violentamente.
Não era a primeira vez que aquilo estava acontecendo.

- Estou cansado de você, é tudo do seu jeito. Você que acaba comigo. - disse, por fim, me soltando.

- Está terminando comigo? - senti um misto de desespero e alívio.

- Sim. Estou cansado disso, não preciso de você. Tenho maiores responsabilidades a assumir do que uma virgenzinha chorona. Desculpa, Alice... Você não serve mais... acho que nem nunca serviu. - Suspirou - Tem mulheres bem melhores que você... não sei como perdi tempo num relacionamento assim...

Embora já tivesse ocorrido descontroles da parte dele, ele nunca tinha mencionado um término.

Engoli em seco tudo o que foi dito.

Tirei o cinto, levantei e bati à porta do carro.

Saí sentindo medo, saí rápido antes que qualquer outra coisa fosse dita, saí me sentindo uma pessoa que eu não era, saí decidida a nunca mais voltar.

Ouvi o Ford do Lucas sendo ligado e indo para a direção contrária. Ainda bem.

Fui caminhando para o museu Odyssey, era e sempre será meu grande refúgio.

No caminho fui pensando em milhares de coisas, em tudo que já acontecera, penso em ligar para os meus pais mas eles estão viajando a trabalho e só voltarão semana que vem, e não queria contar para eles o que aconteceu, era culpa minha.

Ligo então para, o Matthew, meu melhor amigo.

- Oi, Ali - ele disse, já atendendo no primeiro toque - está tudo bem?

- Está sim, Mat. Posso dormir aí hoje?

- Claro. Só que ainda estou terminando o nosso trabalho e o Harry vai dormir aqui também, mas vai ser ótimo ter uma noite das meninas - ele disse animado.

- Ok... desde que o Harry não ronque... - falei brincando.

- Se for a gente chuta ele... Mas e aí, te pego aonde?

- No museu Odyssey, vou estar aqui.

- Ta bem, até mais baixinha.

- Até, Mat.

Desligo

Sigo andando sentindo as lágrimas caindo. Ponho os fones de ouvido com uma música da Taylor Swift, White Horse. Não sei as outras pessoas, mas quando se está triste... nada melhor do que por uma música mais deprimente ainda.

Chego então aonde queria.

O grande museu Odyssey, lugar onde posso descansar a mente.

Lá ficavam lindos quadros e esculturas, e uma vez ao mês eles montavam uma galeria com fotografias.

Os quadros eram os meus preferidos, principalmente O Caçador De Margaridas.

Entro no museu cumprimentando Lindsey, recepcionista do museu no turno da noite, a qual eu já conhecia, afinal, ia lá quase todos os dias, durante 3 anos, desde que nos mudamos para cá.

- Está tudo bem, Alice? Está parecendo tão triste. - ela disse apreensiva.

- Está sim, é rinite - menti

- Aaah, menos mal então - ela sorriu.

Dou uma olhada em volta do museu e observo seu teto lateral de vidro; suas paredes de madeira no tom marfim; lindas obras por todos os lados; fileiras de arte do início até o fundo do museu; aquilo era, definitivamente, encantador!

Vou ao encontro do Caçador de Margaridas, e sinto minhas lágrimas descerem mais uma vez por estar olhando uma criança brincando, correndo atrás das Margaridas que voam com o vento; imagino que aquilo é uma demonstração de pureza, expressa carinho, delicadeza; percebo então, que isso é o amor que merecemos, percebo o quanto me sinto bem aqui, e como fui capaz de aceitar com que me proibissem do verdadeiro amor.

Olho para o lado e vejo um menino de aparentemente, 20 anos, observando com seus olhos grandes o quadro. Ele se vira

- Provavelmente você gosta muito desse quadro, não é mesmo? - diz sorrindo apontando para os meus olhos avermelhados pelas lágrimas

- É o meu preferido - digo retribuindo o sorriso, por incrível que pareça, de verdade.

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⏰ Última atualização: Jun 01, 2019 ⏰

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