Capítulo único

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Anime: Ao no exorcist/Blue exorcist
Casal central: Yukio-Rin
Insinuação de casal: Yukio-Shura
Género: romance e drama
Palavras: 1200
Data de escrita: 01/06/19
Beta reader: Deusa_Dos_Kitkats
Advertencia: Lime & Incest

Nota: Primeira vez publicando conteúdo relacionado a Okumuracest. Admito estar recosa, pois estou testando um tipo diferente de narrativa com essa one-shot! Espero que desfrutem!



A mente rompe com uma facilidade absurda. Todos precisam de um momento de descanso, ainda que este demore bastante.

Ainda que este descanso seja sempiterno.

Eu consigo sentir a luz tênue atravessando minha pele e queimando por dentro dos meus músculos. Consigo respirar o ar gélido que irrita meu nariz e congela meus pulmões. O medo é um sentimento infantil que carregamos até o fim de nossas vidas, portanto, inevitavelmente, sinto temor ao entrar nesse cômodo confortável e simples.

Ainda sim, devo fazê-lo. Prometi a aquele amável padre que protegeria-o até o fim. É meu dever, minha responsabilidade. Mesmo que eu deseje estar longe, devo estar perto de Rin. Eternamente, até o fim de nossas insignificantes vidas. Ou até o fim da dele, ou o fim da minha. O que tenho a dizer é que, só a morte poderá me livrar dessa exorbitante promessa.

— Yukio! — a voz infantil e preguiçosa ecoa pelo cômodo. — Finalmente você chegou! Estava ficando muito preocupado!

— Nii-san. — o honorífico sai da minha boca com tanta naturalidade. Tanta doçura e amabilidade. — Me deram muitos serviços, por isso demorei.

Quando o vejo se aproximar, sinto meus pelos se eriçarem e uma forte vontade de recuar. Mas ele se aproxima mais e mais, contente e emocionado com a minha demorada chegada. Suponha-se que eu deveria estar feliz, não angustiado. Então por que não consigo sentir a mesma alegria que Rin possui no momento?

Ele percebe a minha hesitação. Rin é bom de percepção, embora não pareça. Suas feições mudam, tornam-se pesadas e obscuras. Sinto mais pavor, mas ainda devo permanecer por perto.

Um descanso não é necessariamente dormir. Uma pessoa pode te fazer relaxar e descansar. Basta, apenas, encontrar a pessoa ideal.

— Você ainda tem medo de mim, não é? — murmurou cabisbaixo. Eu não neguei, tampouco confirmei. — S-sei que sou um meio demônio agora, mas seu irmão continua aqui, Yukio! E eu jamais irei te machucar!

— Eu sei, nii-san. — respondo, abrindo os braços para recebê-lo. Fui demasiado frívolo com quem me esperou por tanto tempo. Sentimentos estorvam tanto ao ponto de estragarem relacionamentos.

Rin me abraça com muita força, dando a entender que está fragilizado e precisa de amparo. E eu sou essa fonte de consolo. Eu sou a luz que ele precisa na sua vida, porque sou sua família. Família, diferente de amigos ou conhecidos, não podem abandonar uns aos outros. Permanecem sempre juntos porque a corrente sanguínea os unem.

Nós unem.

Apoio meu rosto no topo da cabeça de Rin, aproveitando para cheirar esse aroma típico dele. Os cheiros atuam como gatilho de memórias, me fazendo recordar do meu lugar e da minha função. Como posso ter essas classes de pensamentos em relação a aquele que devo proteger? Eu sou o protetor de Rin. O guardião de Rin. Não existe outra pessoa no mundo que possa executar esse papel além de mim.

Essas pessoas são difíceis de se encontrar, igual ao ouro.

Meus músculos ficam tensos quando vejo a faceta luxuriosa de Rin. Ele me deseja nesse momento. Toda minha moral se esfumou, restando apenas o desconforto e a agitação. Permaneço estático enquanto vejo sua face avermelhada se aproximando da minha boca. Umedeço-a com a língua, ansioso com o choque de prazer que o toque dos nossos lábios proporcionará.

Somos lentos. Na verdade, eu sou lento. Rin que atua nessas horas e eu me submeto aos seus desejos. Suas mãos sobem pelo tecido do meu uniforme até chegarem ao meu pescoço. Seus dedos acariciam essa parte exposta, incentivando-me a aprofundar o beijo. Seus gemidos baixos estão longe de me excitar, porém não posso me afastar. Devo prosseguir, mesmo que para isso eu deva mentalizar outra pessoa me acariciando.

— Yu...Yukio!

Ele, inconscientemente, começa a esfregar devagar sua intimidade na minha. Inevitavelmente sinto prazer. Eu não quero, contudo não consigo controlar as reações que esses toques eróticos causam em meu corpo. Em resposta, coloco minha mão por dentro do seu short, realizando movimentos circulares com a palma. Aperto a carne, também. E Rin geme mais alto e se derrete todo com esse mínimo gesto.

E eu sou o ouro de Rin.

Não importa o quanto eu reclame, grite, chore ou negue: eu sou aquele que trás de volta à sanidade de Rin.

— Ahh, aaah, ah! Y-Yuuukio, já chega! E-eu irei ejaculaar!

Me afasto antes que minha face fosse lambuzada por seu sémen. Arqueando um pouco as costas, o líquido pegajoso se esparrama pelo colchão. Observo tudo. Suas ações, expressão de prazer, seu pênis...

Quero vomitar porque...

— Eu tenho que ir agora, nii-san. — digo enquanto Rin se recompõe. — Estão solicitando minha presença.

Ele se exalta e se agarra ao meu ombro.

— Isso não é justo! Só eu fui tocado e senti prazer! Mas e você? — exclamou desesperado.

— Não se preocupe. Só de te ver me satisfez. — afirmo. — Além do mais, minha ereção não é notória por conta dessas camadas de roupa.

Mentira. Meu membro sequer ficou erguido com esses gestos tão prescindíveis. É preciso muito mais para me excitar de verdade.

— V-você vai voltar? Eu sei que tenho o Bon e a Shiemi para me fazerem companhia, mas eu queria você. — seu corpo começou a tremer, deixando-me preocupado. — Eles ainda me temem por ser filho de Satã.

Estendo minha mão e aliso sua bochecha com meu polegar. Rin relaxa sua face, fechando os olhos para sentir melhor o carinho. Tudo que ele faz, pensa e diz, é idêntico ao que um menininho desamparado faria. Ou seja: eu tenho medo de uma criança. Patético, Yukio. Extremamente patético vinda da sua parte.

— Até logo...

. . .

Assim que grito a maçaneta, passo do quarto para um imenso corredor branco com paredes amareladas devido ao tempo. Dei mais uma olhada para o número do quarto e suspirei pesadamente. A mente humana se torna nossa própria perdição, nosso próprio inferno. E nós nos tornamos os demônios que nela habitam. Antes, eu me considerava um ignorante nesse tema. Mas depois de ter conhecido Rin Fujimoto, passei a compreender essa macabra filosofia.

— Por que você continua fazendo isso? — uma bela mulher me esperava do lado de fora. Minha amante é tão bela que sempre me assusto quando vejo sua figura.

— Shura. — chamo-a retirando esse uniforme de exorcista, deixando apenas minha roupa casual. — Eu já te expliquei o motivo. Ele acha que sou seu irmão porque participei de uma boa parte da sua infância. Na sua mente, ele é filho de Satã e vive em um mundo onde exorcistas e demônios lutam entre si. E os psicólogos disseram que eu sou de grande ajuda para a estabilidade emocional e psicológica de Rin.

— Você prometeu ao Shiro. — disse melancólica, abraçando-me lateralmente. — Mas sabe, Yukio... eu sei que foi você que tomou a iniciativa de ter toques mais íntimos.

Olhei-a com uma expressão sombria, mas não falei nada.

— Estou começando a ter uma ideia do que está acontecendo, porém não direi nada. — completou com um sorriso maldoso. — Te conheço com a palma da minha mão, Yukio.

Ela tem razão. Ela sempre tem razão.

Quero vomitar porque...

Estou amando ser o precioso ouro de Rin.

Ah, acho que estou precisando de um descanso.

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Pretiosum Aurum { YukiRin/Okumuracest }Onde histórias criam vida. Descubra agora