Capítulo 18 - Vida miserável

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**Bônus**

Gosto de viver

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Gosto de viver. Algumas vezes vivo muito, desesperadamente, loucamente miserável, atormentado pela aflição, mas mesmo diante disso tudo eu compreendo que estar vivo é uma coisa grandiosa.

Mas a verdade é outra, a realidade é outra. É mais cruel, mais ruim, mais baixa e mais suja.

Eu não vivo, eu sobrevivo!

Não quero e não gosto de me fazer de vítima, mas a minha história de vida é tão ruim que ao ouvi-la é inevitável não sentir pena, medo e horror.

Tudo começou com um amor proibido entre meus pais, Helena Videira e Luís Kleber. Como minha mãe dizia quando não estava drogada, foi amor à primeira vista.

Helena era uma jovem presa pela mãe Joana que acreditava, erradamente, que mulher só servia para lavar, passar roupa e ter filhos com seu marido que seria o primeiro é único amor da sua vida, esse blá blá blá todo, a velha era maluca.

Um belo dia chuvoso, Helena foi a mando da mãe megera colher frutas, para fazer o suco do jantar já que eles tinham um monte de árvores no quintal, que era enorme. Ela resolveu que queria uso de graviola, uma fruta bosta, e foi até a árvore da fruta colhe-la e foi ali que ela viu o meu pai Luís Kleber.

Ele estava sentando embaixo da árvore fumando seu costumeiro cigarro, ela bobinha se aproximou e perguntou o que ele fazia na propriedade dela e eles se apaixonaram, pelo menos é o que eles falavam.

Passaram a se encontrar todos os dias na árvore de graviola, ele queria come-la, acabar com sua inocência, tomar pra sí a sua pureza, já Helena queria um marido, um amor, um companheiro. Ele a iludiu bem, fez um piquenique no próprio quintal dela, trouxe suas flores preferidas, carmelitas, e comidas gostosas que provavelmente tinha roubado de algum lugar.

Nesse dia eu fui concebido e dias depois Luís, o bad boy e criminoso da cidade sumiu. Minha mãe sempre ia no ponto de encontro deles, na esperança que ele voltaria por ela. Descobriu que estava grávida dois meses depois, e foi até a gangue de Luís a procura dele e o achou.

Minha avó não aceitou o casamento deles, disse que ele era um homem mal e que ela deveria casa-se com o homem rico e de bem. O meu tio, Humberto Videira, ajudou-a a fugir com seu amado e aos dezoito anos minha mãe viveu uma loucura de amor.

Se passaram uns três meses quando minha mãe pegou o trem e voltou para sua cidadezinha pacata e tentou retornar para sua antiga casa, mas Joana não aceitou ela grávida de um homem que tinha a abandonado naquelas condições.

Seu irmão já tinha se casado com uma doce mulher chamada Velma Reis, e foram morar na cidade maravilhosa, Rio de Janeiro, mas a velha não quis da o endereço do irmão para a Helena e ela juntou os últimos trocados que tinha conseguido guardar trabalhando de garçonete e foi para o Rio, na esperança de um dia encontrar seu irmão.

Entre o Passado e a Maternidade Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora