Era seu primeiro dia na escola nova e é uma das piores coisas que pode acontecer a um adolescente. Escola nova. Colegas novos.Ele era o centro das atenções naquela segunda-feira e Rodrigo odiava isso.
Sentou-se atrás de um cara ruivo e mau encarado quando a professora começou sua aula sobre literatura. Sua matéria preferida.
A professora explicava tão bem o conteúdo que quando se deu conta, o sino para o intervalo havia tocado... Encontrou um banco vazio enquanto comia uma maçã e observava as pessoas daquela escola, os grupinhos formados e o cara que senta na sua frente estudando, o que era engraçado para a cabeça limitada de Rodrigo — aquele garoto com cara de malvado estudando o ultra romantismo — e foi como se o garoto ruivo estivesse lendo seus pensamentos, quando levantou os olhos do livro e viu o novato rindo sozinho.
“Ele deve ser louco” Gustavo pensou voltando seus olhos para o livro.
O intervalo acabou e Rodrigo sentiu um grande cansaço mental quando a próxima aula era de matemática. Ele não odiava matemática, só não conseguia fazer com que todos aqueles cálculos entrassem em sua cabeça e só piorou a situação pois a professora não explicava bem. Olhou para o relógio e ainda faltava trinta minutos. Pensou que morreria de tédio, mas começou a ligar todas os pontos ruivos no pescoço do mal encarado a sua frente, e era pensou em como aquilo era fofo de uma certa maneira, pois contrastava com a áurea malvada que ele tinha... Espera aí. Fofo? No que Rodrigo estava pensando em achar um cara fofo? Ele não era gay, ou pelo menos nunca tinha pensado nisso. Ele já havia beijado duas garotas, mas nunca sentira nada de tão especial e também não tinha preconceito sobre isso, sua família sempre foi muito mente aberta sobre assuntos considerados tabus.
Enquanto Caio estava submerso em pensamentos sobre sua heterossexualidade duvidosa o sinal tocou deixando-o atordoado percebendo que a professora o chamava.
Ela falava muito sobre como é difícil se adaptar numa escola nova em pelo meio período e em como os adolescentes era idiotas com os novatos, Rodrigo sabia disso, os cochichos sobre como ele tinha uma cara de mongol nerdão eram altos o bastante para serem compreendidos. Ela estava certa, mas chegou um ponto em que Rodrigo parou de ouvi-la e apenas focou no seu colega ruivo saindo da sala distraído em seu celular.
“Como é o nome dele?” perguntou
“Ah, o Gustavo, um dos alunos mais esforçados da turma, é muito na dele, mas tente fazer amizade com ele” a professora respondeu com um sorriso encorajador e se despediu.
“Gustavo...” sorriu.
Ele gostou muito desse nome.
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Pontos Ruivos
RomantikRodrigo Caio achava que os pontos ruivos e a áurea mal encarada daquele cara eram contrastes incrivelmente fofos.