7 Years

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-Ela vai mesmo me dar a Mizaki? Mas eu não tenho nem 18 anos ainda, como que...-Fui interrompida.

-A Nancy vai ficar cuidando dela até que você possa assumir seu cargo, não se preocupe. Quero que antes de voltar a Coréia me encontre.- ele disse sério.

-Me diga, por que estamos falando da minha herança agora?- Perguntei antes de me levantar.

-Como assim? Acho que já entendi, ninguém te contou ainda certo? Sua mãe ela pediu para que matassem ela após o último desejo dela ser cumprido. - minha respiração começou a acelerar.

-como assim? Que último desejo?- perguntei e me levantei alterada.

-Vê e falar com você, ela sentia sua falta, faz um ano desde que foi embora, e de qualquer forma a doença que sua mãe está mataria ela de qualquer forma, a pessoa com a doença morre após 1 ano, sua mãe só teria mais 6 meses de vida- segurei as lágrimas e sai correndo dali sem dizer nada.

Isso não poderia está acontecendo, minha mãe estava sendo tirada de mim e eu iria ficar sozinha novamente, ela é a única pessoa que tenho certeza que posso contar para qualquer coisa, por que? Por que tudo que eu amo uma hora é tirado de mim?

Cheguei em casa, e fui para o meu quarto, fiquei trancada lá até a enfermeira me chamar.

-Desculpe incomodar, a senhora tem visita. - Fiquei confusa, todos já sabem que voltei? Fui para a sala e encontrei Mark, um dos médicos que trabalhou com o papai aqui no Japão.

-Mark? O que faz aqui?- perguntei sem expressão.

-Vim ver como você está, provavelmente já sabe de amanhã então...- Interrompi.

-De amanhã, o que tem amanhã ?- ele ficou confuso.

-Amanhã os médicos virão para...-coçou a nunca procurando um jeito de falar, mas eu entendi.

-Calma aí, é amanhã ? Eu achei que...-Me joguei no sofá.- E eu nem posso ajudá-la. -Mark sentou do meu lado e me abraçou.

-Ela pediu para que fizéssemos isso o mais rápido possível. Eu sinto muito Saninha, vai ficar tudo bem. - Ele me abraçou mais forte.

Um tempo depois conversando com Mark resolvi ir tomar um banho e ir ver Mamãe. Mark é um amigo da família que por sinal já quis ficar comigo, mas eu não quis. Os pais deles são donos de um hospital na Coréia e Mark quis seguir a carreira e começou a trabalhar no hospital do meu pai. Por um motivo pessoal não quis trabalhar no hospital dos pais dele. Me disseram que ele abriu a própria clínica.

(...)

Entrei no quarto da mamãe e a mesma estava acordada, me olhou com a única expressão que sua doença permitia pela paralisia, sorrindo... Porém com um olhar sempre triste. Eu sentei ao seu lado na cama e comecei a fazer carinho em seus cabelos, enquanto cantava uma canção que ela sempre cantava para mim dormir. Eu quero impedir isso de alguma forma, minha mãe não pode simplesmente ir assim. Lágrimas começaram a descer pelo meu rosto mas me controlei para que ela não as visse.

Depois de um tempo assim mamãe pareceu ter relaxado. A enfermeira entrou dizendo que daria um banho nela e quando eu estava prestes a sair mamãe começou a ter uma convulsão, a enfermeira chamou mais dois médicos e eles me tiraram do quarto e foram ajudar mamãe eu só sabia chorar com tudo isso. talvez esse realmente seja o certo a se fazer. Depois que os médicos saíram e minha mãe já estava de banho tomado fui até ela novamente, se é meu último dia com ela então é ao lado dela que eu quero está até seu último minuto de vida. Deitei ao lado de mamãe e fiz carinho em sua cabeça.

- Você se lembra quando eu tinha 7 anos e estava triste você me perguntou o por quê... Eu disse a você que não tinha amigos. - eu já estava chorando. - Então você disse: "não se preocupe Sannie você vai fazer amigos e quando isso acontecer você vai saber que escolheu os amigos certos. Venha vamos tomar sorvete. "- ri nasal. Ainda chorando. - Eu entendi o que você quis dizer e eu consegui amigos assim mamãe, e eu tenho certeza que vão estar todas comigo quando eu voltar. - nesse momentos eu tinha lembrado das meninas. Limpei minhas lágrimas.

The Best Of MeOnde histórias criam vida. Descubra agora