Capítulo 6

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Algo depois do beijo aconteceu e acho que foi a melhor coisa, não chegamos a dizer em voz alta os nossos reais sentimentos, mas de certa forma tanto eu, como ela sabíamos o que tínhamos e sentíamos; eu me sentia feliz por ter achado alguém que me entendia e queria o melhor, podia sentir em seu jeito que nada que ela dizia ou fazia era falso, por isso acabava ficando a vontade na sua presença, Song Myung era diferente por que me fazia diferente.

Enquanto andava pelos pátios da escola desabafava um pouco com Wong um amigo que acabei fazendo lá, toda vez nos encontrávamos lá e acabávamos colocando todos os nossos assuntos em dia, eu caminhava ao lado de Wong todas as manhãs e desabafávamos sobre diversos assuntos, nesse dia ele fala sobre seu amor mal curado e eu sobre minha queda, ao ouvir seu nome ele riu.

- Qual a graça? – o empurrei

- Ela é incrível e ninguém nunca conseguiu a atenção dela, que magia usou?

- Minha felicidade e sinceridade!

- Talvez vocês combinem perfeitamente, algumas diferenças, mas muitas semelhanças.

Olhei para o céu e sorri, a vida sempre te dá coisas boas quando menos espera, ela te surpreende para te fazer lembrar que as coisas exigidas não trazem felicidade, passei a admitir para mim mesmo que querer demais não ajuda em nada e não acrescenta, se exigir acaba desgastando o que mais gosta, no entanto surpresas; ah essas sim são aquelas que mais trazem felicidade.

- Você devia ver sua cara! – ele completou rindo – parece um bobão!

- Um dia você vai ficar assim também e eu vou rir

Eu gostaria de dizer que aquele dia fiz coisas realmente produtivas e aconteceram fatos que mudaram minha estada ali, mas no fim das contas foi apenas mais um dia normal, um dia que passei com meus companheiros de cárcere, ou melhor dizendo, de reformatório, um dia que rimos e compramos bebidas escondidas, um dia que conversamos e dançamos.

Pode parecer algo inútil, você pode achar que dividir isso é desnecessário, mas saiba que para mim são esses momentos que fazem a diferença e trazem felicidade, são eles que são lembrados no final, as risadas altas, as fotos bobas, o tilintar dos copos, os olhares felizes; coisas pequenas que em momentos difíceis alegram e te animam.

Para finalizara aquele dia ainda me encontrei com ela, foi algo engraçado, premeditei dar um susto nela, só que no fim das contas ela que me deu, como já estávamos cansados e entediados de estar com nossos amigos acabamos fugindo para olhar a lua e confesso que ela parecia maior e mais brilhante naquela noite.

- Faça um pedido? – ela me olhou ruborizada

- Acho que não preciso.

- Tenho medo de perguntar o porquê e você me devolver com algo romântico.

- Ah você estragou o momento! – resmunguei a fazendo gargalhar e joguei minha cabeça para trás.

- Obrigada – ela me encarou novamente – por ser desse jeitinho incrível.

Olhei em seus olhos e me perdi por alguns segundos, talvez fosse realmente como um clichê, nos sentimos realmente felizes quando encontramos alguém para somar, meus seis amigos sempre disseram que eu era o mais apaixonado do grupo e talvez tivessem até razão, agora parando para pensar eu concordava com eles.

- Vem cá – me aproximei mais – seria muito clichê nos beijarmos a luz da lua? – perguntei virando a cabeça.

- Pode até ser, mas eu não ligo.

E assim fizemos, nos beijamos e somente a lua e as estrelas puderam assistir!

A Realeza | BTSOnde histórias criam vida. Descubra agora