Ainda me dói lembrar que minha querida avó morreu, não há nada que me faça parar de chorar, a praia com a musica das ondas que vem e vão acalmam meu coração, a brisa salgada movimentando meus cabelos e minhas roupas, isto me traz uma paz que inunda todo meu ser, aqui, fico a lembrar da minha inocente infância, quando vovó trazia-me a praia pra levar um pouco de sol, um sorriso intruso invade minha dor com a nostalgia, deito-me sobre a areia morna a fitar o céu alaranjado se tornando rosa, quando um canto de uma voz suave invade meus ouvidos, enlaçando-me de pouco a pouco, até que me sento subitamente a procurar pelo dono ou dona da mais bela melodia, olho para todos os cantos, sem ao menos saber para onde devia olhar, e meus olhos encontram - mesmo que encandeados pela luz do sol poente- o esboço de um ser esplêndido ao qual não consigo ter certeza do que seja, mas que me prendeu com sua voz meu pobre coração vazio, suas formas belas e encantadoras fazem-me levantar e seguir em direção ao mar em busca do extraordinário ser.
Meus pés tocam a água gélida, mas nada importa mais do que estar perto de meu encanto.
A água já passava do meu peito e a voz ainda ecoava em meus ouvidos arrastando-me para o fundo.
O sal do mar fazia com que minhas narinas ardessem e meus pulmões doerem , mas eu não parava, seguia em frente para onde a voz estava, e quando não consegui mais ouvir a linda voz, a dor tomou conta do meu corpo, senti minha garganta pedir por oxigênio, mas já era tarde demais, a escuridão se apoderou de mim e meu ultimo suspiro de vida subia a margem do mar azul.
Tossindo e vomitando toda a água que havia em meus pulmões , senti o ar tomando conta do mesmo e fazendo-o arder muito.
Tentando abrir meus olhos, com certa dificuldade, consegui ver o ser mais encantador, o qual tirava meus cabelos do meu rosto e avaliava-me com olhos preocupados.
- Hoseok, venha, ele já acordou. - uma outra voz falava, e o ser olhou para trás.
- Já estou indo Vit, só estou vendo se ele está bem. - o ser que pelo que eu entendi devia se chamar Hoseok, me deu mais uma olhada, virou-se e sumiu do meu campo de vista.
A água ia e vinha, fazendo-me perceber que a maré estava enchendo, quando ouvi vozes preocupadas a me chamarem. Levantei de imediato, com meus pumões ainda doendo, e a fraqueza me atingiu, fazendo com que eu me deitasse de novo, quando alguém chegou em mim.
- Filho, o que você estava fazendo ?- minha mãe me agarrou, com certa força, de fato preocupada. Eu queria respondê-la, mas com o sal a todo segundo secando minha garganta, a voz não saía.
- Vamos levá-lo ao hospital, ele não está nada bem.- ouvi meu pai, e senti alguém me erguer e caminhar comigo em seus braços, olho por cima do ombro da pessoa, e vejo no mar um arco-iris flutuando na imensidão azulada.
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Meu encanto
FantasyO calor do sol poente mostra-me um alaranjar que acalma meu coração vazio, as ondas do mar me embriagam com sua melodia a trazer-me lembranças de alguém que já partiu, o salgado vento da maresia a me refrescar constantemente. Algo surgia da imensidã...