NICOLE USAVA ÓCULOS ESCUROS e um boné, para não ser reconhecida. Sabia que era procurada por muitos e ser capturada não estava em seus planos para o momento. Precisava achar Charles Xavier primeiro, e avisá-lo sobre a catástrofe que estava por vir.
A loira conferiu seu relógio, ainda tinha tempo, duas horas, antes que fosse tarde demais. Apressou o passo, sentindo o olhar de um homem de terno decair sobre si. Ele também usava óculos escuros, porém diferentemente dela, o outro gostava da ideia do caos e estava ali para defende-la.
E isso significaria que ele teria que mata-la. Mas antes que pudesse sequer se aproximar o suficiente, Nicole moveu as mãos. Um único gesto, mas que foi capaz de fazer com que a armação metálica dos óculos que o homem usava, se dobrassem, perfurando sua cabeça.
O corpo desacordado do agente caiu com um baque, tão de repende, que ninguém suspeitara da loira, que continuou seu caminho, sem se importar de virar para trás. Ela tinha uma missão e iria cumpri-la.
☆•°º
Meia hora mais tarde, a mulher encontrava-se sentada enfrente a alguém ela nunca pensou em ver novamente. Charles Xavier, possuía as mãos juntas em cima da mesa de madeira em sua sala.
Nicole deu um sorriso fino, mostrando apenas uma pequena parte de seus dentes. Por mais surpresa que estivesse, não podia deixar de lado seu habitual humor.
- Charles. - ela cumprimentou. - Já faz muito tempo.
- Mais do que eu gostaria. - o homem disse. - O que faz aqui?
- Eu preciso da sua ajuda. - a loira ajeitou-se na cadeira, chegando o corpo mais para frente.
- Eu não sei se isso será possível, da última vez em que eu te ajudei, o prejuízo foi maior do que eu esperava. - sua expressão era dura, indecifrável.
- Creio que dessa vez o assunto interesse mais a você, do que a mim. - Nicole cruzou as pernas. Xavier apenas a incitou a continuar com a cabeça. - Há alguns meses, eu venho trabalhando infiltrada em um laboratório que faz testes com mutantes. Eles coletam amostras sanguíneas diariamente e as analisam, procurando meios de criar armas tão potentes quanto os portadores do gene X.
O professor franziu o cenho, demonstrando interesse.
- Eles nunca conseguiram resultados realmente consistentes, até hoje. Desde que eu soube do projeto, fiz de tudo para entrar e ganhar a confiança de todos. Ninguém sabia o que eu era, o que eu sou. - ela corrigiu. - Me contavam todos os planos e eu sabia do funcionamento de cada molécula daquele lugar. Sempre fui eu impedindo que os resultados fossem irrelevantes, sempre fui eu manipulando as peças metálicas daquele laboratório, para que nada saísse dos eixos. Droga, Charles, aquele lugar era o paraíso para manipuladores de campos magnéticos.