{愛} Capítulo único: There's a war inside my head

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''I'm drowning in regret: Estou me afogando em arrependimento"

Capítulo único: Há uma guerra dentro da minha cabeça. 

''Há uma guerra em minha cabeça 

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''Há uma guerra em minha cabeça 

E estou me afogando em arrependimento

Quando as luzes se apagam

Tem uma coroa vazia

Não consigo juntar tudo, faltam pedaços do meu corpo

Eu queria poder lembrar

Há uma guerra em minha cabeça'' 

Yas, empty crown

{愛}

K I M 

T A E H Y U N G.

{愛}

Eu nunca tive muitos amigos na minha vida. Eu nunca conseguia manter minhas amizades por muito tempo, e as mais duradouras foram as que fiz quando era menor e ia a praia e no meio da tarde acabava conhecendo alguém. As pessoas apenas sumiam, uma a uma, indo embora e caindo para fora de minha vida como uma trilha de dominós prontos para desabar. Eu lembro seus nomes, cor do cabelo e suas personalidades. Eu lembro suas palavras que já me magoaram, e o momento que apenas no recreio não se sentavam mais ao meu lado. Eu me lembro quando pararam de ficar comigo na aula, e começaram a espalhar boatos sobre mim. Eu lembro das brigas que causei por raiva de tanta rejeição, e eu lembro de acabar me acostumando de tanto ficar sozinho. Lembro da dor de ninguém vir nos meus aniversários além dos meus pais, ano após ano, até que eles também desistissem de mim. E quando percebi, eu não tinha mais ninguém. E então os namorados chegaram: a descoberta da minha sexualidade e minha constante insegurança com o corpo, porque eu nunca fui suficiente para ninguém ficar. Eles nunca ficam, por mais que eu dê tudo de mim. Outros garotos são mais atraentes, mas olhe! aquela garota tem mais bunda! você não vai se sentir mal?  E bom, eu me sinto. Todas as vezes. Até que apareça alguém novo, para fazer o corte que o antigo fez em mim, sarar. Até que o novo me corte também e eu tenha que esperar novamente alguém para curar algo que eu não consigo sozinho. Alguém para me amar como eu não me amo, alguém para tapar um vazio que eu estou afogado. E de tantas idas e vindas de tantas pessoas dentro de mim, o espaço do meu coração ficou vazio e com a porta escancarada. Os móveis que antes haviam como boas lembranças para diminuir minha dor: foram roubados. E a cada roubo, cada surto de raiva e eu deixar eles destruírem tudo que eu tenho dentro de mim, não sobrava mais nada. Até que eu fui expulso do último colégio no auge da minha adolescência afogado no mar de tapar o vazio com as formas mais fáceis: Beber, fumar, me drogar e sair. Ficar tão chapado na casa de algum ex, que meu pai tenha que me buscar. (Como muitas vezes aconteceu, até que ele também desistiu e começou a me deixar na rua e eu acabar dormindo em alguma calçada e voltando no outro dia.) Todos pareciam ter desistido, até eu. Ninguém estava aqui, eu não fazia mais questão de estar também, então porque não destruir tudo o que restou? Eu não tinha nada a perder, e essa minha fase rebelde parecia atrair os garotos dos quais eu queria chamar a atenção. Gostavam da minha revolta, dos meus piercings e do meu cabelo rebelde. Gostavam de fumar comigo, ou faltar aula para beber. Gostavam de me ver com raiva, e sem que eu soubesse não existia respeito nenhum com o meu corpo, deixando alguém qualquer entrar. Como eu iria saber o que era respeitar meu próprio eu, se nem eu conseguia o fazer? No auge do ego e da fama vazia: eu cheguei no novo colégio com toda aquela minha capa de rebeldia em busca de respeito na única forma que eu aprendi a fazer.  Quer respeito? use o medo. Eu causava medo nas pessoas, porque se elas te temem, não te abusam. Não mexem nas suas coisas, e não falam com você. E sempre foi assim que eu fiz. Mas em meio a todo o meu medo de ser exposto, eu vi você.  Rindo com seus outros amigos, em seu próprio grupo. Não tinham tatuagens aparentes, não tinham piercings, não eram pessoas que eu estava acostumado. E mesmo sem perceber, algo dentro de mim queria estar incluso. Queria rir junto dos três, queria ser aceito. Queria sentir aquele calor tão recíproco que eu podia enxergar de longe. E você me enxergou como ninguém nunca tinha feito. Seus olhos castanhos tão escuros quanto o negro de uma obra de arte sobre a noite, ou a literatura de Tim Burton. E quando eu menos percebi, eu me vi aceito. Me incluíram na bolha que era sua roda, e fizeram eu me sentir participando. Com amigos que eram tão diferentes de mim, que eu ao invés de ser algo que eu nunca realmente fui, eu precisava ser apenas.. eu. Sem tanta maquiagem, sem tantos piercings ou perfeito o tempo todo. Eu não precisava estar chapado a maior parte do tempo, ou incomodado com algo que não parecia fazer parte da minha personalidade. Eu não precisava ser agressivo ou territorial, eu não precisava me esconder. 

I'm drowning in regret {後悔}KTH+JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora