Ano 61, em algum lugar dentro da colmeia.
Joanna
Estou olhando pelo vidro da porta, vendo meu irmão partir. Essa pode ser a última vez que vejo a pele morena e os olhos verdes dele. Adeeb dá uma espécie de arma para ele, e meu irmão pega. Junto com a arma, ele pega alguns equipamentos em cima de uma mesa no canto da sala. A equipe deles é composta de normalmente quatro guardiões e um especialista, mas agora, excepcionalmente, há um especialista a mais. Um portal surge diante deles, e a luz que há do outro lado é ofuscante. Para as pessoas da colmeia, que nunca saíram e convivem diariamente com a luz artificial das lâmpadas, é difícil olhar para a luz do sol. Eu sei que em breve eu também poderei sair, e sentir a luz e o calor externo.
Toda a iluminação da colmeia é feita por lâmpadas, que são alimentadas por painéis solares antigos, do tempo pré-invasão. Esse é um dos trabalhos dos guardiões quando não estão em uma missão. Manter e consertar painéis solares, que não provém somente iluminação, mas também mantém a temperatura.
Embora eu sempre tenha sonhado em ver a luz solar e senti-la em meu rosto, o que eu mais quero é sentir a chuva caindo sobre meu corpo, e também quero sentir o seu gosto. Quero sentir o vento sacudindo o meu cabelo, e principalmente ver se consigo avistar algum animal.
Então saio do devaneio e volto para o meu mundo. Antes de tudo isso, eu sei que tenho de passar no exame. Eu olho ao redor, e vejo que Karen está falando comigo, embora a irmã dela tenha desaparecido.
– Onde está sua irmã? – pergunto, interrompendo-a.
– O que?! – ela parece meio atordoada, mas logo em seguida entende minha pergunta e diz – em que planeta você estava? – mas logo se repreende por dizer isso. Nos tempos atuais não é uma boa coisa para ser dita. – Ela disse que tinha um assunto para resolver, e pediu se nós poderíamos passar o resto do dia juntas. Aí você fez que sim com a cabeça.
– Desculpe – eu digo, balançando a cabeça – eu não estou muito bem hoje. Talvez seja a pressão.
– Tudo bem – ela diz e sorri – você tem alguma ideia de como será o exame este ano?
– Como sempre – respondo, pensando em como os meus colegas do ano passado tinham me dito que havia sido. – Pela manhã, vamos fazer uma prova física para saber se somos bons o bastante para nos tornarmos guardiões, e caso sejamos reprovados fazemos um teste de aptidão, para saber para qual área vamos nos encaminhar, ou se nós vamos ter de refazer o teste no próximo ano. Se você passar no exame para guardião, não precisa mais prestar outro exame. Eles só querem os melhores.
– E você não tem medo de não passar? – ela torce os dedos, e então completa – ou de acabar indo parar em uma função que não é a que você escolheu?
– Não – eu digo – sempre me disseram que se você sabe o que quer ser, não tem erro. Você vai ser aquilo. – eu olho para ela, e percebo que aquilo a assustou – você tem certeza do que quer ser, não é?
– Tenho, mas não sei se é isso que minha irmã quer que eu seja. Ela diz que é muito perigoso.
– O perigo é parte da arte, não é mesmo? – eu digo, e ela sorri o que me anima um pouco também – afinal, sem perigo não teria graça nenhuma.
– E então – ela diz – o que vamos fazer nas – ela olha para o relógio no pulso, para ver que horas são, e então diz – próximas duas horas, antes do toque de recolher?
– Eu tenho uma ideia – digo. O toque de recolher é o correspondente ás quatro horas da tarde, que é quando eles desligam a rede elétrica, para aproveitar o restante do dia para alimentar as baterias de emergência, que mantêm a colmeia funcionando, mesmo em dias de chuva. – Eu ia me encontrar com o resto do pessoal, e eu acho que não tem problema de você ir junto.
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Vingadora da Galáxia - A guerra dos Drones
Teen FictionA terra foi invadida por uma força externa. Os humanos tentaram reagir, mas sem sucesso. Derrotados, eles se escondem em bunkers gigantescos, chamados de colméias. De dentro desses bunkers, eles começaram a reunir tecnologia alienígena, a estudar e...