Capítulo 3

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Ano 61, Colmeia, Sala de simulação Três, cenário da Ponte.

Joanna

Eu acordo deitada no chão. Preciso de algum tempo para assimilar o cenário à minha volta. Olho para o céu, que é a primeira coisa que eu vejo. O céu. Algo tão comum, mas tão misteriosos para mim. Procuro por todos os lados, para ver se encontro o sol. Pelo que me contaram, não é algo que precise ser procurado, mas eu não acho. Pelo que estou entendendo, aquilo acima de mim, são nuvens de chuva. Escuras, mas deixando passar alguma claridade. Então me concentro no lugar onde estou. Olho para o chão, e vejo alguma espécie de material duro, áspero, e imagino que é o que os antigos chamam de asfalto. Por todo o lado eu vejo asfalto, quebrado, com buracos e destroços dos prédios mais próximos. Atrás de mim, uma construção enorme está caída, bloqueando a passagem. À minha direita e esquerda há amontoados de ferro retorcido, provavelmente pelo fogo, e tenho quase certeza de que são carros, pois em um deles, eu vejo a inscrição 'ônibus escolar'. O Único caminho livre é uma rampa de acesso a uma enorme construção. Pelo que posso ver pelos lados da construção, muita água, deduzo que é uma ponte. Uma ponte enorme sustentada por enormes cabos avermelhados, meio desbotados pelo tempo.

Eu levanto, e ao ficar de pé, me desoriento por levantar tão rápido. Então ouço uma voz atrás de mim:

– É o efeito da primeira vez que você entra em uma simulação. – é o garoto chamado John. Ele está sentado próximo a mim, e deduzo que ele também estava deitado. Ele se levanta e se aproxima de mim, então, com um olhar preocupado diz – Precisamos conversar depois, a sós.

– A sós? – pergunto. Eu não sei o que ele estava querendo, mas não ia funcionar. – olhe, eu não sei que tipo de cantada é essa, mas...

– Não é cantada. – ele olha ao redor, para ver se tem mais alguém, e então continua – Nós não vamos ter mais muito tempo, então eu só posso lhe dizer se é algo sobre um sonho.

Eu congelo. Como ele podia saber do sonho? Não. Talvez não fosse sobre esse sonho. Provavelmente era sobre outro sonho qualquer. Mas não era possível. Ele havia me chamado de Vingadora da Galáxia mais cedo, o mesmo que ele havia dito no sonho. Eu estou pronta para rebater, quando vejo um movimento com o canto do olho. É Karen, se levantando de onde esteve deitada, e então eu sei que perdi o momento.

– E então, – eu pergunto, sem olhar para John – qual é o objetivo?

– Eu não sei – responde Karen – só vamos descobrir quando todos estiverem dentro.

– Esses são os times? – pergunta uma nova voz atrás de nós. É Carla, ao lado de Josh.

– Só falta um e é... – Karen diz, olhando em volta a procura de mais alguém. E então eu vejo alguém deitado próximo à gente. É o garoto dos comandos. Jack, eu acho. – Jack. Ótimo, agora nós temos que achar o equipamento e as instruções...

– Espere, espere – digo, interrompendo. – da para explicar?

– Nós não ganhamos tudo de graça. – ela diz, se encaminhando para os veículos mais próximos. – temos que encontrar o equipamento, as informações, e o nosso caminho para cumprir o objetivo.

– Tudo bem, mas como vamos achar isso? – eu pergunto novamente.

– Sempre está perto da área em que você apareceu no cenário. E sempre escondido. – ela responde.

Eu olho para o ônibus escolar e tenho certeza de que está lá. Eu me encaminho diretamente para aquele lugar, e vejo algo por entre as portas semiabertas. É uma espécie de mochila.

– Achei! – eu gritei e os outros, que estavam procurando, vem em minha direção. Eu puxo a mochila que está com uma alça para fora, e juntamente com ela caem uma arma e um tablet. Eu me agacho e apanho a arma. É uma pistola, e pelo peso dela, percebo que é de grosso calibre. Ela é prateada, e difícil de manusear, devido ao peso. Eu percebo que Karen apanha o tablet, e começa a mexer nele.

Vingadora da Galáxia - A guerra dos DronesOnde histórias criam vida. Descubra agora