Ano 61 7º andar da colmeia, chuveiros púbicos.
John
Eu sempre pensei que as garotas demorassem a se arrumar, mas nada é comparado a quando elas querem arrumar outra garota. Karen ficou provavelmente o resto do horário de almoço escolhendo a roupa para Anna. Agora, além de estarmos atrasados, ainda estamos nos dirigindo até o chuveiro comunitário. Assim que dobramos uma esquina, vejo uma parede, com duas portas laterais, com uma enorme placa em cima de cada, indicando o lado feminino e o lado masculino.
Nós nos encaminhamos para o banheiro feminino, mas antes de chegarmos à entrada, ouvimos um grito. Entreolhamo-nos, e sem nenhuma palavra, corremos em direção ao banheiro. Assim que chegamos à porta, Karen vai à frente, e antes que eu possa entrar, ela me diz:
– Espere um pouco, Anna está nua. – e fecha a porta na minha cara. Eu espero e a espera parece interminável. Ando de um lado para o outro no corredor. Enfim, Karen aparece na porta, e eu entro. A cena é aterrorizante. Em frente aos boxes do banheiro, há uma área com uma pia, e um enorme espelho. A área com a pia está toda manchada com sangue, e no espelho, escrito em vermelho-vivo, se destacam as palavras "EU QUERO O MAPA". Joanna está encolhida contra a porta de um dos boxes, com o cabelo ainda molhado. Karen está próxima ao espelho, conferindo o local. Aproximo-me de Anna, e a abraço pelos ombros, oferecendo o meu ombro para que ela possa chorar. Mas ela não faz isso. Pelo contrário, ela parece ter sido tomada por uma fúria inigualável.
Ando com ela até onde Karen está, e ela levanta alguma coisa entre o polegar e o indicador. Parece um pedaço de carne.
– Isso é... – eu começo dizendo, mas não tenho a coragem de continuar.
– Sim, é carne – ela responde, e depois de analisar, complementa – e parece com carne de gato ou coelho. Olhe os pelos.
– Afaste isso de mim! – grita Anna, e Karen joga a coisa pelo ralo.
– Temos de comunicar à administração. – diz Karen. – Acho que eu e Anna deveríamos ir relatar o ocorrido, e você deveria ir falar o que aconteceu para Anjo.
– Tudo bem – falo. – Vocês vão descer até lá depois?
– Provavelmente não – responde Karen – ela está em estado de choque. Acho melhor leva-la para a enfermaria novamente. E eu vou ficar com ela até ela normalizar.
– Tudo bem. – respondo já me encaminhando para a saída – Mas, por favor, vamos sair logo daqui.
***
Os demais novatos estão reunidos em um semicírculo, mas eles não são os únicos. Junto aos demais, está o cara chamado Sam, e também o anão. Provavelmente vieram assistir ao campeonato. Anjo está no centro da formação, e pelo jeito como está batendo o pé está furiosa.
– Espero que isso não seja uma doença contagiosa. – ela diz, assim que eu me aproximo.
– Como? – pergunto sem intender.
– A doença do atraso. – ela olha por cima do meu ombro em direção à porta – onde estão as outras duas?
– Elas foram falar com os administradores. – dou de ombros fingindo indiferença, o que é a melhor maneira de fazer o assunto morrer – parece que aconteceu alguma coisa no banheiro das garotas.
– Mas que droga! – Anjo exclama. – o jeito é adiar o pequeno campeonato de luta corpo a corpo para amanhã. Hoje, acho que teremos a lição básica de uso de armas de combate corpo a corpo. Como vocês já tiveram o bastão, agora é a vez da espada. E por sorte, temos alguém para demonstrar isso hoje – ela olha para Sam e o anão. Como eles não se movem nem dizem nada, ela continua – Oras! Vamos, sejam úteis ao menos uma vez na vida!
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Vingadora da Galáxia - A guerra dos Drones
Novela JuvenilA terra foi invadida por uma força externa. Os humanos tentaram reagir, mas sem sucesso. Derrotados, eles se escondem em bunkers gigantescos, chamados de colméias. De dentro desses bunkers, eles começaram a reunir tecnologia alienígena, a estudar e...