Parte 3 - Drones

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Capítulo 17

Ano 62; área 5, próximo á base rebelde.

John

A cada pedra, o caminhão sacoleja mais. O movimento faz com que eu fique enjoado. Depois de meia hora na traseira de um caminhão militar, junto com Anna, Sam e a mulher estranha, nos dirigindo para um local totalmente desconhecido o silêncio parece mortal. Não que isso seja nossa culpa. Todas as perguntas que fizemos até agora foram respondidas da mesma maneira. Inclusive a que Sam acaba de fazer.

– Vocês vão saber de tudo no complexo – responde a mulher, de aparentemente uns vinte e três anos, baixa e morena, de face dura, provavelmente endurecida pelo tempo.

– Ao menos pode nos dizer o que significa RIA? – pergunta Anna.

– Claro. – diz a mulher – Resistência à Invasão Alienígena. Não é um tanto quanto óbvio?

– Realmente – diz Anna. Eu olho para ela, e percebo que ela está olhando pela traseira aberta do caminhão, com o olhar perdido ao longe. Penso em alguma coisa para começar uma conversa, mas assim que abro a boca para dizer, uma sombra escura passa sobre o seu pescoço.

– O que foi isso? – pergunto, quase gritando. Os outros se viram para me encarar, e eu continuo – parece que uma espécie de sombra passou pelo seu pescoço.

– Não foi nada – ela diz, rápido demais, demonstrando que está escondendo algo – você está imaginando.

– Eu também vi – diz Sam, concordando comigo – mas achei que estava vendo coisas.

– Olha – diz Anna, me encarando nos olhos, deixando claro que não quer falar sobre isso – não foi nada. Acredite em mim.

– Tudo bem – eu digo, compreendendo que ela não quer falar na frente da estranha. Antes que eu possa falar qualquer outra coisa, o vidro que nos separa do motorista abaixa e ele fala:

– Carol, é melhor dar uma olhada lá trás. Parece que temos companhia.

Imediatamente a mulher estranha se levanta e anda até a traseira do caminhão. Vejo que Anna e Sam fazem o mesmo, então decido fazer também. Assim que consigo um espaço para olhar pela traseira, identifico algo contra o céu noturno. Imediatamente acima da estrutura de um velho prédio, no meio do nada, vejo uma forma disforme, se movendo lentamente, iluminando diversos lugares no chão com fachos de luz.

– O que é aquilo? – pergunta Sam.

– Um drone de patrulha – diz a mulher. Volto a observar. A forma do drone é quase engraçada. Parece com a cabeça de uma água com dois tentáculos de polvo saindo de cada lado, do local em que ficariam os olhos. Os quatro tentáculos se movem freneticamente, com as luzes varrendo o chão, buscando provavelmente por nós.

– Eu nunca vi um drone assim. – diz Anna, provavelmente para ela mesma, mas alto demais – os tentáculos se movem de uma maneira totalmente orgânica. Parece com os do drone leopardo de ontem à noite.

– Drone leopardo? – a mulher arqueia as sobrancelhas ao ouvir o nome. Então, como se do nada, ela percebe do que Anna está falando. – você quis dizer os drones de caça.

– Não sei qual é o nome deles. – Anna diz. – afinal, até antes de ontem, eu pensei que só havia drones humanoides, com exceção daqueles grandões.

– Não. – diz a mulher, indicando a nave com a cabeça. – existem dezenas de tipos de drones. Os humanoides são somente os mais comuns, porque são os de exploração. E os grandões a que você se referiu são as sentinelas. Há dezenas guardando as entradas da fábrica de drones aqui perto.

Vingadora da Galáxia - A guerra dos DronesOnde histórias criam vida. Descubra agora