Desgosto menos

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Hello! Eu sou Kim Jongin, um menino de 13 anos, sul-coreano que mora em Nova York com o pai há 11 anos e que pensava ser normal até ontem. Sério, eu realmente pensava que era normal, mesmo com todas as bizarrices que acontecessem comigo. Para vocês terem uma noção, as bizarrices eram bizarras mesmo, vou até listar:

1- Quando eu tinha 5 anos, juro que vi uma mulher com asas. Parecia uma galinha desenvolvendo um corpo feminino e isso foi bizarro! Não lembro como me livrei dela, só sei que em um momento eu estava no parquinho e com medo, e no outro estava na minha caminha e pensando ter sido um pesadelo.

2- Quando eu tinha 8 anos, vi outra "mulher galinha". Eu lembrava de a ter visto nos meus pesadelos - eu passei acreditar que tinha sido pesadelo de tanto que meu pai insistiu - e depois tive certeza que, na verdade, eu já tinha era me deparado com aquela bizarrice. Como estou vivo? Nem lembro.

3- Eu tenho uma baita de uma dislexia, porém, consigo ler grego antigo muito bem. "Menino, como que tu foi se meter com grego antigo?" eu sempre quis ser arqueólogo, então procurava várias línguas mortas (mesmo que não soubesse ler uma), até que me deparei com o grego antigo e fiquei feliz por finalmente ler algo. É um saco ter que ficar concentrando para conseguir entender uma coisinha e mesmo assim, ainda ser nada.

4- Eu sempre vi coisas estranhas e que muita gente não enxergava como eu... Enfim, sei nem mais explicar.

Mas na sinceridade? Sinceridade mesmo? Nada era mais bizarro do que estar olhando para uma vastidão de floresta e não ver nada além de mato, mas seu pai continuar insistindo que você tem que "atravessar o portão".

-Appa, eu já disse que eu não sou semideus...

-Jongin, você precisa de quantas provas mais pra enxergar que é um semideus? Você é filho de Athena, deusa da sabedoria e da estratégia, então não envergonhe sua mãe! - meu appa repreendeu e eu revirei os olhos.

-Eu poderia envergonhá-la à vontade, nunca ligou pra mim. Sei nem porque você acha que ela é minha mãe. - resmunguei irritado e levei um cascudo.

-Jongin, não vamos entrar nessas discussões de novo, okay? Eu preciso ir na gráfica ver se as revistas já foram impressas e suas atitudes rebeldes estão me atrasando. Você é filho de Athena e sabe disso, sente isso! Sua mãe sempre te protegeu, menino ingrato! Se você está vivo depois de encontrar várias harpias, que você tanto insiste em chamar de "mulher galinha", é graças a sua mãe! Ela zelou por você! - brigou e aquilo foi realmente novidade para mim.

Athena que me salvou das "mulheres galinhas"? Apesar de me recusar a chamar a deusa de mãe, eu não era burro e já tinha entendido muito bem que eu não era normal. No começo, pensei que meu pai estivesse bêbado das festinhas que ia com o pessoal da revista de moda onde ele trabalhava, mas logo liguei os pontos e percebi que a bizarrice também fazia parte do meu destino desde que nasci.

Meu pai contou como conheceu a deusa, porém, eu não me importava nenhum pouco com isso. Por Deus! (ou Zeus!) Eu sempre achei que mitologia grega e romana eram apenas isso: mitologia. Daí descubro que sou um semideus, quase um Hércules - o semideus mais famoso do mundo - e que todos os riscos de vida que sofri, eram um atentado ao pudor de minha vida. Pode parecer drama, mas não é!

Quando se é semideus, meu pai explicou que nos tornamos praticamente uma luz no escuro para as anomalias que também faziam parte da mitologia. Era por culpa de sermos como uma luz brilhante para eles, que desde criança eu sempre vi coisas estranhas acontecerem e meu pai sempre me enganou dizendo que minha imaginação era fértil. Fértil é ele que engravidou uma deusa!

PELOS DEUSES, EU SOU UM SEMIDEUS! Isso é muito para uma pessoa aceitar. Digo aceitar, porque eu já entendi o que sou e vou ter que aprender a lidar com isso. Meu primeiro passo para dar início oficial a esse mundo estava à 10 metros de mim, no portal que meu pai dizia ser o acampamento onde eu passaria a viver todas as minhas férias.

DemiGodWhere stories live. Discover now