O privilégio de amar -Luciana e João da Cruz

Capítulo 24. De volta

NO CAPÍTULO, ANTERIOR:

1 mês depois...

*Mansão Duval*

As crianças estavam animadíssimas para a chegada da avó. Artêmio, Imara, Míriam e Cristovam também esperavam ansiosos na sala.

Até que finalmente a viram passar pela porta acompanhada dos filhos e do noivo. Luciana parou ao dar os primeiros passos após entrar em sua casa e não podê conter as lágrimas por estar de volta. Todos a olhavam emocionados. Ela só voltou a sí ao sentir suas netas envolvendo os bracinhos em suas pernas para abraçá-la.

—Vovó! Vovozinha!!! —Ambas falaram eufóricas.

—A senhora voltou! —Victória chorava de alegria.

—S..sim meu amores... —As abraçou. —Graças a Deus a vovó está de volta!

CONTINUAÇÃO...

Depois de um abraço demorado, Luciana afastou e olhou no rostinho de suas princesinhas.

—A vovó sentiu tanta falta das duas.. Vocês não imaginam o quanto.

—Nós também sentimos muita saudades da senhora... Muita mesmo vovozinho. —Victória falou sentindo a mão da avó secar seus olhinhos.

—Não chola vovó...
—Lucianinha pediu e Luciana sorriu com o seu jeitinho.

—A vovó está chorando de felicidade, por estar de novo com vocês. —As abraçou novamente.

Em seguida recebeu o abraço de seus amigos. Míriam e Cristóvão
não se acreditavam de tão felizes que estavam naquele momento. Luciana deu risada quando eles disseram que estavam sentindo falta de suas broncas na empresa, assim como os demais que estavam na sala, que também não conteram os risos. 

Logo em seguida, ela se aproximou de Imara e também a abraçou fortemente. Imara era tão especial para ela, havia se tornado uma grande confidente.
Essa também não pôde conter as lágrimas. Aquela casa sem Luciana não era mais a mesma. Mas agora tudo ia voltar a ser como antes.

***

Depois de aproveitar aquele momento especial com a  família e os amigos, Luciana precisou descansar.

Seu noivo a levou até o seu quarto e ao adentrarem o mesmo, ele a viu chorar novamente pela emoção que era inevitável.

Ele a abraçou fortemente. Como ela precisava daquele abraço, e ele nem se fala.  Sentiram tanta falta um do outro.

—Haaa minha Luciana...
—Sussurrou forte.
—Senti tanta, tanta falta desse abraço...

—Aah... Meu amor... 
Ainda não consigo acreditar, que estou nos teus braços novamente...

...Que estou na minha casa, com meus filhos...

João a olhou entre o abraço e segurou o rosto com delicadeza.

—Pode acreditar meu amor... 
—Falou com intensidade
—E de agora em diante tudo vai ser diferente.

Ele tinha razão. André já não estava ali para lhe fazer o mal. Ela parou por um instante ao lembrar aquela notícia.  

*Pensamento*

—Elizabeth.. O seu pai..
—Perguntou de forma preocupada, pelos filhos.
— O..o que aconteceu com ele minha filha? O..onde ele está?
—Viu que Elizabeth fez um enorme esforço para não chorar na sua frente, mas foi em vão.

—Mãe —Víctor começou a falar.
—O papai... Ele... Ele morreu no acidente. —Suspirou.

Luciana sentiu os olhos marejar.
Apesar de todo sofrimento que ele a fez passar, ela não lhe desejava um final tão triste. E sobretudo, não queria que os filhos sofressem com a perca do pai.

...

Luciana voltou a sí ao ouvir o noivo, que perguntou o que se passava pela sua cabeça naquele momento.

—De.. Desculpe meu amor..
—Suspirou.
—É que... de repente parei para pensar...
—Fez uma pausa. —Como o André pôde deixar que a sua vida acabasse assim... de uma forma tão trágica...

João respirou fundo.

—Infelizmente ele deixou que seus sentimentos o dominassem...
—Disse em um tom de lamento. —E ficou completamente obcecado por não aceitar que havia lhe perdido.

Ela abaixou o olhar por um instante e suspirou.

—Sei que não vai ser fácil.. Ver seus filhos sofrerem com a falta do pai...
—Respirou fundo.
—Mas não é bom que fique relembrando.. essa tragédia.
—Pediu, tocando-lhe o rosto.
—Não vai te fazer bem.

Ela concordou, com um leve sorriso e sentiu seu rosto ser acariciado com delicadeza.

Os lábios se encontraram de forma calma, mas também intensa. Já não podiam esperar por aquele beijo. Seus corações batiam mais forte e ambos podiam sentir um no outro. O beijo foi o mais longo e o mais emocionante de todos.

—Eu te amo, te amo Luciana.
—Ele sussurrou. —E não saberia mais viver sem você.

—Eu também te amo, João da Cruz... —Ela respondeu  com a respiração sutilmente ofegante. —E não poderia deixá-lo, jamais. Porque o nosso amor é mais forte do que tudo!

Depois de um longo beijo, João  deixou a noiva descansar. Ele desceu e avisou a filha que ia em casa tomar um banho para ir à igreja. Mais do que nunca queria agradecer a Deus pela recuperação de sua mãe, e assim o fez.

...

Ao sair da igreja, João passou no orfanato para dar a boa notícia as irmãs e as crianças.
Sabia ele o quanto os deixariam felizes em saber que Luciana já estava em casa, principalmente a pequena Clarice, que fora quem mais lhe deu forças naquele momento difícil.

*Orfanato Menino Jesus*

Clarice abraçava o professor com força, enquanto as irmãs se entreolhavam com sorrisos de felicidade nos rostos pela melhor notícia que poderiam receber naquela tarde.

—Eu estou tão feliz!  —A menina disse com os olhinhos brilhando.
—Agora vocês dois vão puder se casar.

João sorriu largo e viu as irmãs fazerem o mesmo.

—Sim, princesinha! —Ele a apertou no abraço. —Agora sim vamos puder nos casar, assim como no seu sonho.
—Sussurrou a última frase e a viu piscar o olho.

Ele deu risada do jeitinho da pequena e a beijou no rosto com carinho.

{...}

Duas semanas depois...

LD- Casa de Modas

Luciana entrou em sua empresa e sentiu o coração disparar no peito.
A felicidade estampada no rosto de seus funcionários, a deixou ainda mais emocionada.

Míriam e Cristóvão foram os primeiros a correr para abracá-la. Estavam eufóricos. 
Eles não esperaram que Luciana fosse voltar naquele dia, já que ela resolveu lhes fazer uma surpresa.

Depois de todos a cumprimentarem com um abraço de boas vindas, Luciana foi para a sua sala acompanhada dos dois melhores amigos e pôde finalmente matar a saudade de seu lugar preferido na empresa.
Sua sala a esperava exatamente como ela havia deixado. Luciana parou diante da porta e observou cada detalhe com os olhos cheios de água. Era impossível conter a emoção.