OO1- Um mundo de fantasias

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Kim Taehyung havia acabado de descer de seu quarto, depois de demorar um tempo para se arrumar. Ele logo foi falar com sua omma, mas ela não estava muito bem para ter uma conversa.

— Tensa de novo, omma? - Perguntou Kim, meio preocupado.
— Sim, mas não se preocupe, querido. - Ela respondeu.
— Como não me preocupar, se você estava deste jeito ontem, antes de ontem, semana passada...
— Eu sei, mas você não precisa se preocupar.

A omma de Tae sabia que ele não estava acostumado com o mundo injusto a sua volta, e que era completamente desligado quanto a essa realidade, e que tinha para si um mundo onde as pessoas eram felizes e aceitadas por todos. Um mundo de imaginação, criado desde quando ele era criança, e que manteve até seus 16 anos (idade que ele tem na história).

Kim pegou um pão do pacote que estava sobre a mesa e preparou uma torrada não tão torrada para si. Ele comeu a torrada e deu um abraço na sua mãe, logo indo em direção à porta.

[🚀]

No parque, Taehyung se sentou em um banco e observou nada discretamente o rosto do garoto ao seu lado.

— Por que está me olhando? - Disse o garoto misterioso, tentando esconder o rosto com o capuz de seu moletom cinza.
— Porque você é bonito! - Respondeu Tae, sem nenhuma vergonha.
— Eu não sou bonito... - O garoto respondeu, um pouco corado.
— É sim.
— Não sou.
— Por que você não se acha bonito?
— Porque as pessoas me dizem isso sempre. Meus pais, as pessoas da escola, todos... - O menino disse, já com a voz um pouco embargada, como se fosse chorar a qualquer momento.
— Então todos mentem. Você é bonito.

O garoto do capuz abriu um sorriso triste, e enxugou uma lágrima que escorreu, solitária:

— Meu nome é Jimin - Disse o garoto, e estendeu a mão, mentalmente torcendo para que não fosse difamado pelo acastanhado, mas o mesmo apenas apertou a mão de Jimin e se apresentou.
— Disse que as pessoas da escola te desprezavam. Onde estuda?
— É bem provável que você conheça, por ser uma escola de prestígio, mas se chama Oogieart.
— Eu conheço. Pensei que lá só entravam pessoas sensatas.
— As pessoas que me julgam são inteligentes! Algumas até mais do que eu. Não que eu seja tão inteligente...
— Por que não tenta falar com seus pais?
— Para ser humilhado? Minha mãe não quer saber de mim e o meu pai está morto! Não me resta ninguém... - Jimin disse, e depois pôs a mão na boca, pensando que foi grosso.
— Você tem irmãos?
— Tenho, mas ele passa o único tempo que eu fico em casa no trabalho.
— Bom... você tem eu!
— Mas eu quase não te conheço.
— Então vamos nos conhecer!

Taehyung pegou a mão de Jimin e o puxou até uma cafeteria.

— O que estamos fazendo aqui, Taehyung?
— Me chame de Tae. - O acastanhado falou, sorrindo.
— Hum... ok. Mas o que estamos fazendo aqui?
— Vamos tomar um café, ué. Geralmente é isso que se faz em uma cafeteria.
— Eu sei, mas por que aqui?
— Se quiser podemos sair.
— Não é isso. É que já estávamos no parque, pra que veio pra cá?
— Eu gosto daqui.
— Eu tenho a impressão de que você gosta de tudo.
— De quase tudo.

Jimin pediu os cafés e junto de Tae, achou uma mesa vazia. Tudo ocorrera bem, até que 3 garotos entraram na cafeteria, o que fez Jimin arregalar os olhos e esconder o rosto com o capuz e as mãos.

— Tá tudo bem? - Tae perguntou
— Shhh!

Mesmo confuso, Taehyung não disse nada e bebeu seu café, pensando em tudo que Jimin sofria.

— Deve ser difícil pra ele ser feliz... - Tae pensou, mas não quebrou o silêncio.

Jimin tremia de medo e quando os três garotos sentaram na mesa ao lado, agarrou o seu café com uma mão e com a outra puxou Taehyung até a saída.

— Jimin, você está bem? - Tae perguntou.
— Não! Eu nunca estou bem! Ninguém me faz bem a não ser... você...
— Mas por que você saiu assim?
— Essas pessoas que me fazem mal estão lá... eu não gosto de ficar com elas...
— Já tentou falar com essas pessoas?
— Tentava com frequência, agora já vi que com certeza  eu que não presto.
— Poxa... você é incrível, Jimin! Não se rebaixe pelo que os outros dizem.
Jimin se manteve em silêncio e abraçou o acastanhado.
— Ninguém nunca me disse que eu era incrível ou outras coisas bonitas para mim. - Jimin falou, quebrando o silêncio.
— É porque nunca quis te conhecer melhor, Minnie.
— Minnie?
— Te dei um apelido. Não gostou?
— Eu gostei, é legal... Obrigado por hoje. Geralmente passo meus dias sozinho... Tenho que ir, até Tae!
— Até, Jimin!

Taehynung ficou parado e tomou um gole do café, olhando para Jimin, que andava em direção à sua casa. Tae resolveu voltar para casa também, mas quando abriu a porta, viu seu appa e sua omma discutindo, e antes que pudesse se pronunciar, viu seu appa jogar a mulher no chão, empurrando-a.

— Appa?! - Tae disse, assustado.
— Filho, eu...

Sem deixar que seu appa se explicasse, Kim subiu correndo e quis chorar. Logo ele pensou em Jimin, mesmo que volta e meia o seu pensamento se voltava à sua omma.

— Como será que Jimin está? - Tae pensou, tentando esquecer aquela cena. Ele sabia que nada de grave aconteceu com sua omma, mas ele achava que eles se amavam. Ele tinha certeza. - Será que naquele momento havia o amor do começo da relação dos meus pais? É por isso que me omma sempre está cansada?

A cabeça de Tae doía de tanto pensar, então resolveu olhar a paisagem. Estava anoitecendo, e o céu estava muito bonito. O garoto pegou sua câmera e fotografou o céu, e uma lágrima caiu sobre a lente do aparelho fotográfico.

— Eu não entendo... eles eram tão felizes... por que agora estão assim? E por que não quiseram me contar? - Ele pensava. - Amanhã vai ser um dia melhor... eu sei que vai.

[🚀]

Obrigada por ler até aqui, caro leitor!
(Obrigada mesmo, porque está horrível)
Se você gostou, você gostou, YAY!
Se você não gostou, beleza, te entendo.
Tchau!

🌸⇝A mente de um menino acastanhado Onde histórias criam vida. Descubra agora