Nosso amor impossível |

32 🌼

LORENA 🍷

3º dia.

Antonella sabia, ela que enviou aquela foto para o Miguel e eu tenho certeza.

Dormi muito mal à noite passada pensando em como eu iria contar isso pra ele, faltam apenas 1 semana para o casamento de Luíza e Ricardo e estava próximo de contar tudo.

Fiquei aliviada em ver que ela estava ao meu lado sem nenhum olhar de reprovação.

Levantei cedo e fui para a academia, voltei pra casa e tomei um banho demorado.

Miguel não havia enviado nenhuma mensagem e meu estômago embrulhava de pensar que ele poderia ter descoberto tudo.

Fui para a loja e faltava pouco antes do almoço, tentei ligar e ele não me atendeu.

Quando iria sair para almoçar vejo ele descendo do carro com um buquê de rosas vermelhas e bombom na mão, abri um sorriso enquanto ele ria pra mim.

Aquele homem existia mesmo?

Lorena: você me matou do coração — falei enquanto saía da loja indo de encontro ao seu abraço —.

Miguel: quis fazer uma pequena surpresa — ele me abraçou e deslizou a mão até minha cintura — queria te acordar, porém o voo atrasou — ele revirou os olhos —.

Lorena: mais você está aqui — olhei pra ele e selamos os nossos lábios —.

Miguel: vim te buscar para almoçar e depois preciso ir correndo para a empresa, mais nos vemos a noite na faculdade e quero você comigo na minha cama hoje — sussurrou em meu ouvido e dei um sorriso safado —.

Fomos até um restaurante longe dali, não podíamos dar bobeira de jeito nenhum.

Sentamos pra comer e pedimos, Miguel estava um pouco desconfortável e eu não entendia o porque.

Lorena: aconteceu algo? — dei um gole no meu suco —.

Miguel: Antonella ficou me abordando os 3 dias, precisei respirar fundo para não xinga-la — ele fez careta —.

Lorena: acordando como? — perguntei curiosa —.

Miguel: perguntou sobre você e outras alunas, falando que estava na cara o quanto vocês me queriam, que ela acha que dou muita atenção para a minha aluna Lorena, que preciso tomar cuidado.

Lorena: aí Deus, ela sabe Miguel — coloquei a mão na boca —.

Miguel: desconfia, mais não sabe, não tem como pequeno foguete.

Lorena: vou acabar com qualquer pensamento dela hoje — falei firme —.

Miguel: como? — arqueou a sobrancelha e balançou a cabeça — nada disso, você não vai dar encima de nenhum aluno ali.

Lorena: ciúmes?

Miguel: você é minha, pequeno foguete. Deixe ela desconfiar do que quiser.

Lorena: não, não — balancei a cabeça — tive que aguentar você com ela durante 3 dias.

Miguel: 2 dias e meio — falou por fim e rimos —.

Essa semana foi extremamente corrida.

Ajudei Diana com a mudança, meu coração estava em pedacinho quando tiramos sua última mala do nosso AP.

Ele sempre será nosso.

Mais eu também sei que será por uma boa causa e se ela está feliz eu fico ainda mais.

Eu ainda não conhecia a mãe de Miguel e isso me causava náuseas ao pensar em conhecê-la. E se ela não gostar de mim? Não ir com a minha cara?

Respirei fundo só de imaginar e tentei afastar qualquer pensamento ruim, nada iria estragar o dia de Luíza e muito menos o de Miguel.

Iria contar tudo depois do casamento, já estava tudo certo para contar.

Miguel: o que está te deixando tão pensativa assim? — ele desliza a mão pelos meus cabelos loiros e eu sorrio para disfarçar —.

Lorena: estou ansiosa para esse casamento, casamentos costumam ser tão emocionante.

Miguel: se você chorar eu acabo chorando junto — rimos alto e nos beijamos —.

Estávamos na sua casa, meu vestido já estava lá encima me esperando.

Havia acabado de fazer a make e o cabelo também, subi para me trocar.

Lorena: lindo, vem me ajudar — falei alto da porta e aguardei —.

Miguel não veio quando chamei, e chamei outra vez.

Senti um frio na espinha e me aproximei da escada.

Miguel: já estou indo — falou frio —.

Desci as escadas, estava de hobby, me vesti e desci as escadas.

Miguel estava no notebook concentrado em alguma coisa, me aproximei e ele virou para me olhar.

Um olhar frio, nunca Miguel me olhou assim, engoli a seco e respirei fundo.

Lorena: o que aconteceu?

Miguel: eu que te pergunto Lorena — ele se afastou do notebook e vi minha foto do dia da boate —.

Passou milhões de coisas pela minha cabeça, senti que fui perdendo a cor lentamente, não conseguia respirar, o olhar de desprezo do Miguel doeu como um soco na boca do estômago.

Miguel: que foto é essa Lorena? Que carta ridícula é essa que escreveram pra mim?

“Miguel, aí Miguel... você se apaixonou por uma garota de programa? Nunca se apegou há ninguém e quando se apaixona a mulher simplesmente não presta rsrs. Que pena”

Lorena: eu posso explicar — falei limpando as lágrimas que escorriam pelo meu rosto sem parar — eu posso explicar — ele me olhava pensativo e com pena, ele sentia dó de mim. Porque? — eu perdi meus pais muito cedo, eu fiquei perdida e desorientada, meus tios não cuidavam de mim, o marido da minha tia fazia de tudo para abusar de mim, encostar em mim e eu fugi. Eu fugi Miguel, eu fui para uma pensão, morei lá e foi o único recurso que encontrei na época. Eu sei que nada justifica, eu poderia ter dado o meu melhor mais não. Eu me arrependi, e tô aqui... larguei tudo quando conheci você, quando você entrou na minha vida.

Miguel: porque não me contou antes? Desde o começo? Porque não falou Lorena?

Lorena: Miguel — falei baixo e respirando fundo — eu tinha medo desse olhar, dessa voz, desse tom de desprezo, eu tinha medo disso. Eu iria te contar tudo depois do casamento, conversei com a Diana e ela me encorajou mais não deixaram. Sempre tem que ter alguém pra estragar tudo, e não deixaram. Me desculpa — falei por fim enquanto ele me olhava —.

Seus olhos estavam cheios de lágrimas e ele segurou o máximo para elas não caírem mais foi em vão.

Quando a primeira lágrima caiu ele fechou o notebook e virou de costas pra mim e subiu as escadas, cai sentada no sofá e enterrei meu rosto em minhas mãos.

Respirava fundo para não desabar e estragar tudo, tentei ao máximo mais não consegui.

As lágrimas desciam sem parar, meu peito subia e descia enquanto eu soluçava.

Ele iria me deixar pra sempre, Antonella conseguiu o que ela queria.

Ela conseguiu.