prólogo

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já faz um mês desde que eu percebi que todos haviam sumido. Não me acostumei ainda com tudo isso, mas estou indo. Eu resolvi escrever isso pq não sei por quanto tempo vou aguentar, e se houver mais alguém por aí, gostaria de que minha existência fosse lembrada.

eu não estou sozinho, isso é fato. aparentemente sobraram duas pessoas nisso tudo, e eu fui uma delas. me pergunto até hoje o pq disso. a outra pessoa felizmente eu já conhecia antes de tudo isso que aconteceu, facilitou muito as coisas pra mim.

no primeiro dia as coisas foram muito estranhas, eu acordei mas já não havia ninguém na minha casa. meus pais tinham sumido, minha irmã, meus vizinhos e todos que uma vez passaram pela rua, já não passam mais. minha primeira reação foi tentar ligar pros meus pais, pensei que poderiam ter saído, ido ao mercado talvez, mas para a minha infelicidade não tinha mais ninguém do outro lado do telefone. tentei me comunicar por mensagens com meus amigos, mas não respondiam. não havia mais ninguém. todos tinham simplesmente sumido de tudo que é lugar.

eu tentei sair, ver oq estava acontecendo, na esperança de achar alguma pessoa, mas ja era tarde demais, a cidade estava vazia, nem uma alma viva se via, não se escutava motores, barulhos de maquinas, respirações e nem buzinas. a cidade que não dormia, desapareceu. o silêncio tomava o lugar e o vento era a unica coisa que conversava ali. 

eu entrei em um estado de pânico naquela hora, comecei a correi em desespero, gritando e sem rumo. eu abria as portas dos estabelecimentos, e nada. carros parados nas ruas sem motoristas, ou batidos em arvores, meio fios, postes e em tudo quanto é lugar. era o fim eu pensei, apocalipse? todos se foram e eu fiquei? mais pq? tinha que ter uma explicação pra isso, não era possível. foi então que eu desabei, caí no chão e comecei a chorar desesperadamente, não entendia nada, não tinha mais ninguém. poderia eu estar preso em um sonho, mas pq eu nao estava acordando. 

naquele momento que eu estava no chão levei um susto, meu celular que estava no meu bolso vibrou. uma mensagem? mas como? isso queria dizer que eu não estava realmente sozinho. peguei meu celular, e era minha amiga "CARLOSSS!!!" era a mensagem, percebi que ela estava tão desesperada quanto eu. respondi ela logo e ela me ligou. Nathalia era seu nome, ela estudava comigo, sentava numa cadeira atrás de mim, não conversava muito com ela mas mesmo assim ja conseguia sentir a tenção em sua voz. ela gritava desesperada e chorando, perguntava onde estava todo mundo. eu queria chorar junto e voltar ao estado que eu estava, jogado no chão desesperançoso, mas não podia. se ela ainda tava la, e não desapareceu, eles não poderiam ser os únicos, deve haver mais alguém. depois de conversarmos um pouco, ambos nos acalmamos. a gente tinha que arrumar uma solução para aquilo. peguei um carro e fui para a casa dela pra tentar pensar melhor, peguei um carro que estava na rua, não tinha mais dono mesmo e fui.

era verdade, não era só pelo meu bairro que as coisas estavam assim. ela morava meio longe então eu tive um bom percurso para observar oq estava acontecendo, os carros parados, e nenhuma pessoa a vista. era horrivel, nada disso fazia o menor sentido, mas eu queria muito descobrir o q de fato aconteceu. 

quando eu cheguei lá, de fato nao sobrou ninguém, só nós dois. era de se esperar o estado mental nosso não estar dos melhores. mas ela tinha conseguido manter a calma. tinha agrupado uma serie de alimento e feito uma lista de coisas, ela disse que se fossemos realmente só a gente, as coisas não iriam durar muito. a energia iria acabar, a comida iria aos poucos apodrecer, e a água potável não estaria mais disponível como era antes, nós iriamos precisar rever nossas prioridades, e principalmente não morrer. nosso principal objetivo atualmente era achar mais alguém vivo, e conseguir respostas do que de fato estava acontecendo. não iria ser facil, nem um pouco, mas iriamos ter que tentar. 

a noite ja estava caindo, havíamos passado o dia todo discutindo sobre isso, e nada de obter respostas. resolvemos arrumar nossas coisas, essa noite eu iria dormir lá, de manhã cedo iriamos tentar arrumar respostas, e nao tinha tempo a perder. mas ainda havia a esperança de quando acordar

Depois da terraWhere stories live. Discover now