Primeiro Encontro

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Juntei minhas mãos e fiz cara de cachorro sem dono.

—Ficou maluca!?!? Eu não troquei nem cinco palavras com esse cara e você quer que eu deponha a favor dele? Aliás, sua maluca, você ao menos sabe pra que é isso? Vai ver ele matou alguém e tá te usando pra ter um álibi! —Suspirei enfadonha.

—E daí!!? Que tenha matado então, melhor ainda, significa que realmente pode passar no teste! Jane essa é a única chance que eu vou ter de ser uma garota normal, numa festa normal, paquerando como qualquer adolescente no cio normal! Eu não posso perder minha juventude só por que meus pais acham que eu sou impulsiva e vou acabar engravidando de um estranho! —Por alguma razão me fitou surpresa.

—Quer saber?! Eu acabo de entender por que seus pais fazem isso! —A sequei logo depois a fitando novamente como cachorrinho pidão fazendo meu beijo inferior tremer.

—Por favor! Eu vou ficar em débito com você, assim se um dia você precisar de um álibi caso queira matar alguém pra fazer macumba, eu juro que dou! —Ela riu me dando um leve tapa no ombro.

—Sua vaca! Está bem, pode contar comigo, mas se ele tiver matado alguém eu não vou testemunhar! —Que ideia. —Quem é a outra testemunha?

—Ora quem!? O Delman!? Que nessas horas deve estar no banheiro masculino trocando de cueca. —Me levantei saindo. —Vou atrás dele!

—No banheiro masculino?

—É! Me deseje sorte!

—Sorte? Você precisa é de juízo, não sorte!

No fim eu não encontrei Delman no banheiro e em lugar nenhum, medroso do jeito que é não me admiraria se estivesse em casa se escondendo debaixo de um cobertor.

Mas eu estava confiante, achei alguém disposto e com competência a passar pelos testes... Ou pelo menos é isso que todo mundo diz.

[...]

Era uma quarta-feira no meio do intervalo quando finalmente encontrei o Delman com uma expressão desanimada dentro da sala dele, assim que me viu suspirou um tanto zangado.

—Ainda chateado pela cena com o Duncan? —Perguntei rindo.

—Está falando de ver ele me batendo e nem se quer me ajudar? Um pouco. —Dei uma tossi fingida notando que algumas garotas me fuzilavam de longe.

—Desculpa, eu vejo brigas o tempo todo, é difícil para eu levar a sério um momento desses! Tipo, meus irmãos nunca pedem arrego! —Ele apenas acenou.

—Tudo bem, pelo menos tentamos, né? —Ohh ele ainda não sabe do acordo com o 'coisa'.

—Delman... —Falei o nome dele com carinho o que fez ele me encarar confuso. —...Ele topou. —Arregalou os olhos de um tanto e fez uma cara tão alegre que com confesso que fiquei vermelha na hora.

—Tá brincando? Como assim ele topou? Nós nem...

—Eu continuei a conversar com ele depois, deu a entender que se tivesse três testemunhas faria o que pedirmos. Eu já consegui a Jane, você e eu! Três testemunhas! —O sorriso fechou.

—Testemunhas pra quê?

—Sei lá! Isso importa? Ele vai fazer o teste e vamos sair! —Isso o animou de volta e do nada me deu um abraço forte todo contente. Dando pulinhos. —Bom! —Me separei dele séria. —Temos que falar com ele para contar que achamos as três testemunhas, vamos... —Segurei sua mão e quando ia puxando ele parou.

—Voltar lá? Tá louca? E se me bater de novo? —Covarde.... Suspirei.

—Não vai, estamos entendidos já, ele não tem por que bater em você gatinho medroso... —Tornei a puxar ele e dessa vez ele cedeu.

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